Sugestões de leitura

As pessoas em primeiro lugar constitui um verdadeiro manifesto contra as desigualdades que afligem os países em desenvolvimento. Em seus eruditos artigos e conferências, reunidos na primeira parte do livro, Amartya Sen trata de alguns dos temas-chave do novo século segundo seu pensamento econômico inovador, concentrando o foco nas iniquidades que atingem os sistemas de segurança social da maioria dos países. Segundo Sen, a solução passa pela reversão dos mecanismos de perpetuação da pobreza, da ignorância e da violência - um imperativo ético baseado na dignidade inalienável da pessoa humana.

Kliksberg, na segunda parte, se dedica a investigar os gargalos sociais do desenvolvimento da América Latina. O economista aborda o problema central da exclusão em suas múltiplas manifestações: jovens ao mesmo tempo desempregados e fora da escola, marginalização das populações indígenas e afro-americanas, violência urbana. Sua visão integral da economia - que não negligencia a importância das manifestações culturais - perpassa o amplo panorama estatístico apresentado, fundamentando propostas para a imediata redução e, no longo prazo, eliminação das injustiças causadoras do subdesenvolvimento.


A obra do prof. Stuart L. Hart propõe a conciliação entre a preocupação com o planeta e a criação de riqueza. Hart defende que é papel das empresas transformar os desafios atuais em bases sustentáveis de crescimento dos negócios e de melhor qualidade de vida da sociedade.

Colonização exploratória, política autoritária, diferenças sociais gritantes, religião, influências externas. A conjugação de tais aspectos – ou a total falta de integração entre todos eles – poderia explicar as diferenças no desenvolvimento econômico da América Latina e dos Estados Unidos. Uma reflexão a respeito destes e de outros pontos, como a educação e a cultura, é o fio condutor de Ficando para trás – Explicando a crescente distância entre América Latina e Estados Unidos, coletânea de artigos editada pelo historiador norte-americano Francis Fukuyama. O livro faz um mergulho profundo na história de muitos países latino-americanos, notadamente Argentina e México, e destaca políticas de sucesso que em determinadas épocas reduziram o abismo socioeconômico com os Estados Unidos. Ficando para trásaponta ainda alguns caminhos possíveis para que as nações latino-americanas possam melhorar suas perspectivas de crescimento econômico e desenvolvimento político estável.

EXCELENTE VALE À PENA

Um dos grandes romances do século XIX, expressão máxima do naturalismo literário, Germinal baseia-se em acontecimentos verídicos. Para escrevê-lo, Émile Zola trabalhou como mineiro numa mina de carvão, onde ocorreu uma greve sangrenta que durou dois meses. Atuando como repórter, adotando uma linguagem rápida e crua, Zola pintou a vida política e social da época como nenhum outro escritor. Mostrou, como jamais havia sido feito, que o ambiente social exerce efeitos diretos sobre os laços de família, sobre os vínculos de amizade, sobre as relações entre os apaixonados. Germinal é o primeiro romance a enfocar a luta de classes no momento de sua eclosão. A história se passa na segunda metade do século XIX, mas os sofrimentos que Zola descreve continuam presentes em nosso tempo. É uma obra em tons escuros. Termina ensolarada, com a esperança de uma nova ordem social para o mundo. Adaptada para leitores jovens, esta edição é complementada por textos de apoio sobre a vida de Zola e sobre o contexto histórico e literário de suas obras. As ilustrações são de Odilon Moraes. Título de Acervo Básico segundo a Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil - FNLIJ 2000, categoria tradução/jovem

Em 1968, o empresário italiano Aurelio Peccei, presidente honorário da Fiat, e o cientista escocês Alexander King se juntaram para promover um encontro, no qual seria discutido o futuro das condições humanas no planeta. A ideia era convidar cerca de 20 personalidades da época para avaliar questões de ordem política, econômica e social com relação ao meio ambiente.

A primeira reunião aconteceu em uma pequena vila em Roma, daí o nome de Clube de Roma. A partir daí, foi elaborado um projeto com as bases e princípios seguidos pelos participantes. Hoje, o clube se tornou uma organização não governamental que foca na busca por enxergar problemas, discuti-los e difundi-los entre a população. Seus membros são acadêmicos, cientistas, políticos, empresários e membros da sociedade civil.

Trabalho que deixou o Clube de Roma em evidência mundial aconteceu quatro anos depois de sua primeira reunião. Em 1972, o grupo pediu a uma equipe de cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, sigla em inglês), liderada por Dennis e Donella Meadows, para elaborar um relatório intitulado “Os Limites do Crescimento”. Este estudo utilizou sistemas de informática para simular a interação do homem e o meio ambiente, levando em consideração o aumento populacional e o esgotamento dos recursos naturais.

A conclusão a que se chegou foi que se a humanidade continuasse a consumir os recursos naturais como na época, por consequência da industrialização, eles se esgotariam em menos de 100 anos. A repercussão foi muito grande, várias críticas foram feitas por nomes importantes da política mundial, eles diziam que o clube queria frear o crescimento econômico.

Esta obra justifica-se pela importância e necessidade de conhecer melhor a função essencial da empresa enquanto ator social, haja vista a contribuição que o simples desenrolar de sua atividade empresarial pode trazer para o meio no qual se encontra introduzida. A essencialidade do desenrolar da atividade empresarial mostra-se como contributo à sociedade, ocasião em que se configura instrumento de propulsão do desenvolvimento social e econômico.

Nesse sentido, averígua-se os variados reflexos da função essencial da empresa, sobretudo a sua função social que, cuidadosamente, será diferenciada da responsabilidade social da empresa, por constituírem institutos parecidos, porém assaz distintos. Àquela, ainda hoje, é bastante questionada e tida como uma incongruência que permeia a conjuntura econômica brasileira, haja vista a opção feita pelo legislador constituinte ao regime capitalista.

Os impactos da atividade empresarial capitaneada pelo seu titular, sejam positivos ou negativos, também são observados em um contexto amplo, partindo da perspectiva da empresa enquanto ator social de relevante importância para contribuição ao crescimento econômico e desenvolvimento humano. Verifica-se que a função social da empresa é instrumento reflexo, necessário e compatível àquelas contribuições, o que resulta em incontroversa relevância da atividade empresarial, seja de menor ou maior porte, para a sociedade e economia de um modo geral.

Por fim, oportuniza-se análise sintética sobre teoria e prática como forma de percepção da tênue diferença entre responsabilidade social e função social da empresa, com intuito de fornecer proposta de sistematização do conceito desta.