DO CÉU À TERRA.
DO CÉU À TERRA.
JOÃO PAULO II - SANTO.
LEIAM E DEPOIS MEDITEM E DEDUZAM!
IMAGINE JESUS CRISTO QUE DURANTE O DIA PREGA A PALAVRA DE DEUS PAI, CURA OS ALEIJADOS E OS CEGOS, RESSUSCITA OS MORTOS, MULTIPLICA OS PÃES E OS PEIXES PARA TODOS, DEFENDE OS FRACOS, OS POBRES, OS PERSEGUIDOS POR CAUSA DA IJUSTIÇA, E NO DIA SEGUINTE IMAGINE O MESMO JESUS QUE CAMINHA DE BRAÇO DADOS COM PONCIO PILATOS, GOVERNADOR FEROZ E TORTURADOR DA POPULAÇÃO CIVIL DA PALESTINA E HEBRÉIA DESSE TEMPO, QUE VAI JANTAR COM O CAIFAS, SUPREMO SACERDOTE HIPÓCRITA AMIGO DE DELINQÜENTES E AMIGO DO MESMO GOVERNADOR TIRANO, QUE ENCOBRE OS ESCÂNDALOS E AS ORGIAS DE HERODES QUE RECENTEMENTE HAVIA FEITO DECAPITAR SEU AMIGO E DISCÍPULO JOÃO BATISTA.
IMAGINE JESUS CRISTO QUE URDE TRAMAS COM OS RICOS DAQUELE TEMPO, QUE TOMA CONHECIMENTO DA DELINQUÊNCIA ORGANIZADA DAQUELE TEMPO, QUE LAVA DINHEIRO COM SUA IGREJA, DA QUAL FAZ PARTE, TOLERA E INCLUSIVE OMITE ESTES GRAVÍSSIMOS FATOS.
IMAGINE O JESUS UM DIA DEPOIS DO SERMÃO DA MONTANHA, (“BEM AVENTURADOS OS POBRES, BEM AVENTURADOS OS SEDENTOS DE AMOR E DE JUSTIÇA, AI DE VÓS OS RICOS”) E DEPOIS NA REALIDADE É AMIGO DOS CRIMINOSOS.
SERIA PASSÍVEL PARA VÓS CRENTES/CATÓLICOS ESTE COMPORTAMENTO DE JESUS CRISTO FILHO DE DEUS? OU DE SÃO PEDRO QUE HERDOU DE JESUS O COMPROMISSO DE SER PASTOR DA IGREJA QUE PÕE EM PRÁTICA ESTAS OBRAS NEFASTAS DAS QUAIS CITEI ACIMA?
NÓS ACREDITAMOS QUE VOS REBELARIAIS CONTRA JESUS. GRAÇAS A DEUS CRISTO FOI PERFEITAMENTE COERENTE E DIVINO COM SUA HUMANA NATUREZA E COM SUA REAL E AMOROSA NOBREZA SOLAR.
DESGRAÇADAMENTE OS SUCESSORES DE PEDRO O APÓSTOLO, ALÉM DE ALGUMAS EXCESSÕES (JOÃO PAULO I ASSASSINADO PELO VATICANO E OUTROS), E VERDADEIROS SANTOS (SÃO FRANCISCO DE ASSIS, PADRE PIO E OUTROS), TODOS FORAM DISCÍPULOS DO MALIGNO.
ASSIM É, NÃO OBSTANTE AS NOBRES OBRA DE JOÃO PAULO II, A DE TER PEDIDO PERDÃO PELOS PECADOS DA IGREJA, POR TER SIDO AMIGO DE UM VERDADEIRO SANTO QUE SE CHAMAVA PADRE PIO DE PIETRELCINA, POR TER LUTADO CONTRA OS REGIMES TOTALITÁRIOS COMO O COMUNISMO, NÃO É SUFICIENTE TUDO ISSO PARA QUE ELE POSSA SER PROCLAMADO SANTO. NÃO É SUFICIENTE PORQUE JOÃO PABLO II FOI AMIGO DE DITADORES COMO PINOCHET, NÃO PROTEGEU BISPOS SANTOS COMO MONSENHOR ROMERO, NÃO IMPEDIU A LAVAGEM DEDINHEIRO SUJO DA MÁFIA DENTRO DE SEU BANCO DO VATICANO, ATRAVÉS DO BISPO MAFIOSO PAUL MARCINKUS, ENCOBERTOU A BLASFÊMIA CONTRA O ESPÍRITO SANTO DENTRO DE SUA IGREJA (A PEDOFILIA), NÃO CASTIGOU SEVERAMENTE OS QUE OFENDERAM OS ENSINAMENTOS DE JESUS CRISTO, FOI UM OBSCURANTISTA PORQUE NÃO PROTEGEU OS MISSIONÁRIOS SUL AMERICANOS, OS DA TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO.
FOI UMA PAPA HIPÓCRITA, NÃO DISSE SE, SIM, NÃO, NÃO (“... mas vós digam se, sim, não, não, todo o resto provém do maligno” (Mateus 5,33-37). UM PAPA POLÍTICO, UM PAPA QUE NÃO AMALDIÇOOU OS FEROZES DITADORES ARGENTINOS, MASSERA E VIDELA, E MAIS, LHE TOLERAVA E PERMITIA A SEU PRIMADO CARDEAL MONSENHOR BERGOGLIO QUE COMESSE E JANTASSE COM ELES LHES ABENÇOANDO E APROVANDO SEUS CRIMES CONTRA DEUS. UM PAPA QUE NÃO MERECE SER SANTO.
NOS PERDOEM! MAS NÓS TEMOS A CORAGEM DE DIZER A VERDADE, PORQUE É A VERDADE A QUE VOS FARÁ LIVRES. (João 8,32).
DO CÉU À TERRA.
Giorgio Bongiovanni.
SANT'ELPIDIO A MARE – ITÁLIA, 1º DE MAIO DE 2011.
ÀS 16:09 HORAS.
DEUS NÃO TEM RELIGIÃO
(Entrevista de 05 de Setembro de 2005 ao Frei Betto)
A Teologia da Libertação explicada por um dos padres fundadores.
Dois dos teólogos entre os mais influentes no mundo, Frei Betto e Giulio Girardi, explicaram-nos a Teologia da Libertação, "nascida dos alicerces dos anos sessenta, primeiro no Peru e depois no Brasil, por religiosos convencidos de que não se pode ensinar a palavra de Jesus sem ensinar primeiro quais são os direitos das pessoas. Que consciência se deve ter para ser cidadãos? Para ter direitos aos próprios direitos?
Nos encontramos com eles em Piacenza, no âmbito da manifestação “Caravanas, cidades invisíveis” que faz parte do "Trem de vagões, As cidades invisíveis" (www.carovane.pc.it), uma semana de reuniões com a literatura, a poesia e o cinema dos países do sul do mundo.
Dada a complexidadedo tema, Peace Reporter optou por dedicar dois artigos distintos aos dois grandes teólogos e com diferentes enfoques onde explicam, aprofundam, contam o que é a Teologia da Libertação e o que significa vivê-la hoje em dia.
Frei Betto, (Carlos Alberto Libanio Christo), é um frade dominicano de 62 anos de idade que há anos escreve livros e tratados. Amigo fraterno de Lula, também entrou na política para apoiá-lo no projeto social Fome Zero, mas que agora já não acompanha diretamente. Faz alguns meses deixou o governo “por duas razões”:
"Porque eu queria ter tempo para escrever e porque não compartilho a política econômica do governo." Tem maneiras amáveis e um aspecto sereno e decidido. Seu rosto sereno, marcado por piscadas de profunda ironia que demonstram sua inteligência sagaz.
Explicou-nos de maneira simples a Teologia da Libertação, o que é, o que deu às pessoas mais pobres e miseráveis, e por que ainda hoje, depois de quase 40 anos, continua despertando muitas dúvidas e preocupações na Igreja de Roma.
O que é. Na América Latina, a maioria das pessoas vive na pobreza e a maioria é de fé cristã. Assim a pergunta principal destas pessoas é:
Deus quer que permaneçamos neste sofrimento?
Ou, como está escrito na primeira página da Bíblia, criou o mundo de maneira que fosse um jardim, um jardim maravilhoso com pássaros, flores, água cristalina?
A Teologia da Libertação, não é uma teoria, não é algo que nasce nas bibliotecas, nos escritórios, nas academias, nas universidades religiosas... Não! trata-se da sistematização da experiência de fé dos pobres em busca de sua libertação”.
Por que surpreender-se? Segundo Frei Betto, em um mundo de opressão, no qual queremosacreditar no Deus da vida - e a vida é o dom de Deus maior - a Teologia da Libertação consiste em mudar a visão da fé com o desejo de libertação. "Acredito que todo cristão que viva o mistério da fé com alegria e sentido de libertação, que vive o amor, o compromisso na luta pela justiça, pratica a Teologia da Libertação". "Uma vez um bispo me perguntou: "Mas por que procurar outra teologia quando já existe a teologia da Igreja de Roma?” E eu lhe respondi: “No Evangelho há quatro teologias diferentes, a de Mateus, João, Lucas e Marcos. E se já existem estas quatro visões diferentes de Jesus, estas quatro visões diferentes da igreja, por que surpreender-se pela teologia da libertação"?
A esperança: "Viver a fé na América Latina, é ter a esperança de superar a miséria e a pobreza", - diz o dominicano. "A gente encontra na Bíblia, na Palavra de Deus, seu próprio alimento para se entender melhor a si mesmos, para compreender a luta que se está vivendo e para encontrar soluções. Faço uma metáfora para explicar melhor este conceito. Para muita gente abrir a Bíblia é como abrir uma janela aos acontecimentos interessantes do passado. Nas comunidades eclesiásticas de base, entretanto, os pobres ao abrir a Bíblia é como se si vissem a si mesmos em um espelho, o faz para conseguir se entender melhor a si próprio, aqui e agora”.
E para ajudar as pessoas a entender melhor as Escrituras, a vida de Jesus, na perspectiva libertadora, Betto escreveu também um livro "O homem entre os homens", uma verdadeira leitura popular do Evangelho.
As mudanças: "Muitos aqui na Itália me perguntam o que será de nossa Teologia agora, com o papa Ratzinger? - Acrescenta Frei Betto. Bom, devo dizer que isso cadavez que venho a Itália me desconcerta: vós estão muito perto do papa, enquanto nós na América Latina estamos muito perto de Deus.
Devem compreender que muito frequentemente o que acontece em Roma, não tem muita repercussão na Igreja da América Latina. Inclusive a nomeação de bispos conservadores não podem causar reações, porque há tanta exploração, tanto sofrimento - tanto por dizer uma, de muitas, em meu país ainda existe o trabalho escravo - que toda a dor das pessoas fala mais alto, fala diretamente a Cristo. Por esta razão a Teologia da Libertação nasce justamente na América Latina. E de todos os modos eu não acredito que a renovação da Igreja venha de cima, espero que venha de baixo. Acredito que o Espírito Santo trabalhe no baixo.
A única coisa que sei - apressa - é que faz trinta anos que era somente a Teologia da Libertação que falava da dívida externa, de colonialismo, de neoliberalismo, que criticava o imperialismo, a política externa dos Estados Unidos. Agora estes temas aparecem nos documentos finais de João Pablo II. Entretanto, foi um papa que tinha tolerado a guerra de Bush no Iraque em 1991 e em seguida condenou a invasão do Iraque pelo filho do Bush. Estou acostumado a dizer, em efeito, que a Teologia da Libertação chegou a Roma. Roma pode não ter nem sequer consciência disso, mas é assim. Se si pensar que o papa mobilizou 150 mil pessoas contra o G8 em Génova! “É exatamente o que nós da Teologia da Libertação queríamos fazer". Logo conclui, mencionando as muitas contradições do Vaticano:
“o próprio João Paulo II foi uma contradição: Era um homem com a cabeça de direita e o coração de esquerda, porque ele era muito ortodoxo na doutrina, porém muito sensível nas questões sociais”.
Ortodoxia: "Jesus pregava o reino de Deus, mas infelizmente o que chegou depois foi a Igreja", - e se referindo outra vez à reunião da juventude em Colônia, sublinha: "O Papa recordou a importância para os jovens de ler o catecismo da Igreja, mas eu teria preferido que tivesse sublinhado a importância de ler o Evangelho. Devemos recordar que Deus não tem religião. Não é tão importante ter fé em Jesus, como ter a fé que tinha Jesus. A mensagem central de Jesus não é tanto o de ter fé, mas sim o de pôr em prática o amor libertador”.
Segundo Frei Betto, se analisarmos os quatro Evangelhos há duas perguntas principais que se faz a Jesus. A primeira é: "Senhor, o que devo fazer para merecer a vida eterna". “Esta pergunta - diz o frade - nunca provém da boca de um pobre. Sempre vem daqueles que garantiram a vida terrestre e que consequentemente pensam em se assegurar também no mais além. É a pergunta típica do homem rico que quer saber como comprar também o paraíso. E cada vez que Jesus escuta esta pergunta se sente incômodo, irritado. Inclusive reagiu com um pouco de agressividade quando um homem rico, enquanto lhe faz sua pergunta, lhe adulta dizendo: "Bom Mestre". "Eu não sou o mestre, o bom mestre é Deus”, - responde-lhe Jesus.
A segunda pergunta que encontramos é: "Senhor, como posso ter uma vida nesta vida?"
Bom, esta sai só da boca dos pobres. "Minhas mãos são inertes, precisam trabalhar. Estou cego, preciso ver. Sou paralítico, quero caminhar. Meu irmão morreu, eu queria que vivesse. Minha filha está doente, queria que sarasse. Os pobres pedem a Jesus vida nesta vida. E Jesus lhes responde sempre com misericórdia e compaixão. Porque Ele mesmo disse: "vim aqui para que todos tenham vida, e uma vida plena."
Tudo errado. Para o teólogo brasileiro, todo o mundo no qual vivemos hoje é uma grande ofensa ao plano de Deus porque em nenhum versículo da Bíblia está escrito que a pobreza é grata aos olhos de Deus. A pobreza é uma maldição. É o resultado da injustiça. Por isso, Jesus fica do lado dos pobres e lhes chama bem aventurados: considera-lhes os protagonistas da conquista de uma sociedade em que todos realmente terão uma vida.
"Devemos reconhecer a presença de Deus em todas as tradições religiosas. Entretanto, nós os cristãos sofremos do complexo de superioridade que nos faz pensar que somos melhores em relação aos que professam outros credos. E é uma verdadeira lástima. Os melhores são aqueles que amam como Jesus amava. Melhor era Francisco de Assis, que se despojou de suas riquezas para ir-se com os pobres”. E para Frei Betto era inclusive melhor Che Guevara "homem rico que se dedicou aos pobres. E não era um crente”, - diz o frade. E acrescenta: "Certamente quando o Che chegou ao céu Jesus lhe terá dito: “É bem vindo. Porque tive fome e me deu de comer, lutou por isso". E ele terá respondido: “Olha senhor, eu não era crente, e nunca Vos encontrei, porque nunca coloquei o pé em uma igreja”. E Jesus lhe terá respondido: “Cada vez que lutou pelos pobres, lutou por mim". O importante - afirma - é, pois, que cada um de nós ame dentro de nossa capacidade de amar, só então seremos salvos. A fé é necessária só para compreender esta dimensão do amor. Na primeira carta de João diz que Deus é amor. Aqueles que amam conhecem Deus. Há muita gente que vai àigreja e não ama. Enquanto que qualquer pessoa que ama conhece Deus, faz experiência de Deus, porque Deus é amor”.
O ideal da evangelização segundo o teólogo da libertação é quando um jovem de 16/17 anos, diante de sua primeira experiência de amor reconhece que a mesma é também experiência de Deus. Não há um amor de Deus e um amor humano, todas as formas de amor são divinas. “E isso sabem explicar bem os poetas - conclui. Uma vez na Nicarágua conheci um poeta que agora já faleceu, José Coronel Utrecho. Era já muito velho, mas ainda estava muito apaixonado por sua esposa, Julia, a qual dedicou todos seus poemas. Há um poema que descreve sua lua de mel. A primeira noite de bodas em um hotel, tinha dado ordens de não ser incomodado por nenhum motivo. Uma vez preparado para o leito nupcial, uma pessoa de repente bateu bruscamente na porta. O que está acontecendo? Si perguntou. Haverá um incêndio no hotel e, entretanto, sou eu o fogo. Abre a porta e se depara com Deus em sua frente que lhe pergunta: “José a cama é muito grande?”, “Sim Senhor, entre, entramos os três”. Mas Deus lhe diz: “José, nós já somos três” e o poeta responde: “Senhor, não há problema, venham tranquilamente os três. Aqui há lugar para todos”. E o poema termina com: “Foi uma noite de uma grande orgia espiritual”.
Stella Spinelli - Peace Reporter.