DO CÉU À TERRA.
DO CÉU À TERRA.
DIA DA PAZ.
ESCREVI EM 20 DE SETEMBRO DE 2010:
MENSAGEM DE GIORGIO BONGIOVANNI A RADIO MANTRA (ARGENTINA).
21 Setembro de 2010 - Dia da Paz.
BOM DIA A TODOS OS OUVINTES DA “RÁDIO MANTRA”, OBRIGADO POR ME DAR ESTA OPORTUNIDADE.
“O DIA DA PAZ NESTE MUNDO É O DESEJO DE TODOS NÓS: A PAZ MAIS ALÉM DAS FRONTEIRAS. UMA PAZ QUE INFELIZMENTE EM QUASE TODO MUNDO NÃO EXISTE, ENTÃO ESTE DESEJO, ESTE SEMTIMENTO, SE CONVERTEU EM UMA UTOPIA.
NÃO TEMOS PAZ NO MUNDO, HÁ MAIS DE 30.000 CRIANÇAS QUE A CADA DIA MORREM DE FOME, MAIS DE 27 GUERRAS, INJUSTIÇAS, VIOLAÇÕES, CONTAMINAÇÃO, MÁFIAS, CRIMINALIDADE.
ONDE ESTÁ ESTA PAZ?
ESTE DIA DA PAZ TEM QUE SER UM ADVERTENCIA PARA TODOS, A FIM DE QUE SE CONVERTA... EM UMA VERDADEIRA PAZ. QUE A GUERRA, O DESAMOR E O ÓDIO SE CONVERTAM EM UMA VERDADEIRA PAZ.
NÃO ACREDITO NESTAS FESTAS, NESTES DIAS, PORQUE PARA MIM SÃO HIPÓCRITAS. ACREDITO, QUE SIM..., SERES COMO OS DA EMISSORA DE RADIO MANTRA E SERES PACIFICOS DE TODO O MUNDO, QUEREM A PAZ. E ENTÃO, NESTE DIA PARTICIPO DESTA FORMA: QUE ESTE GRITO, QUE ESTE CHAMADO PARA TODOS, CONVERTA-SE EM UMA “LUTA”, EM UMA “GUERRA” CONTRA AQUELES QUE NÃO AMAM A VIDA E NÃO AMAM A PAZ. UMA GUERRA DE “AMOR”, UMA GUERRA DE “JUSTIÇA”, UMA GUERRA DE “AÇÕES A FAVOR DESTA VIDA É MEU SENTIMENTO... E COM ISSO, UMA SAUDAÇÃO COM TODO MEU AMOR E MUITO OBRIGADO.
Giorgio Bongiovanni.
Estigmatizado.
Pordenone - Itália, 20 de Setembro de 2010.
DIREITOS NEGADOS À INFÂNCIA EM AUSÊNCIA DE PAZ.
Sant'Elpidio a Mare, 21 de setembro - Hoje, terça-feira 21 de setembro de 2010, celebra-se mundialmente o Dia Internacional pela Paz. Neste dia, aceitando o chamado da ONU, somos milhões de pessoas as quais se unem em todo o planeta para renovar seu compromisso contra as guerras, pela paz e a não violência, pela justiça e pelos direitos humanos. No mundo há mais de 27 conflitos armados em curso, com dezenas e dezenas de milhares de mortos, concentrados principalmente na África, no Oriente Médio, na Ásia. Não há um conflito que não entre em um terrível organograma que vai mais alem do cinismo dos governos e dos mais fortes lobbies de poder e das Multinacionais que produzem e exportam armas.
A Itália em 2009 esteve entre os cinco maiores fornecedores internacionais de armas convencionais e, suas exportações estavam direcionadas principalmente aos países em vias de desenvolvimento! E isso acontece todos os dias. Todos nós assistimos sem uma reação forte e maciça ao desastre causado a quem perde a vida e a quem, pior ainda, fica mutilado no corpo e na psique para sempre.
Nossas atividades nos têm aberto janelas ao mundo; e o que conhecemos através de testemunhos diretos, de voluntários, de jornalistas e médicos, que exorcizam o medo natural que se sente quando a gente se encontra em uma zona de guerra, é muito mais e muito diferente do que oficialmente nos é transmitido por parte dos porta-vozes oficiais dos militares e das grandes cadeias televisivas a serviço daqueles governos que lucram sobre a pele das pessoas. Em New York começou uma nova Cúpula da ONU, a qual terá que decidir o que fazer contra a pobreza para levar a cabo os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio antes do ano 2015. Eis aqui a incurável esquizofrenia na qual vivemos: A esta notícia que encarna esperança, - ao menos para os representantes dos países que participam -, se contrapõe a realidade, composta de estatísticas arrepiantes e de interesses econômicos que já são impossíveis de conceber. “Apesar de uma certa diminuição de pedidos devido à recessão internacional, os países em vias de desenvolvimento continuam sendo os principais destinatários das exportações de armas por parte dos países produtores - deduz-se do sumário de um relatório oficial. Os contratos (agréments), estipulados no ano 2009 pelas nações em vias de desenvolvimento superaram os 45.100 milhões de dólares (tinham alcançado os 48.800 milhões de dólares em 2008) e representam 78,4% do comércio internacional de armamentos que - sempre em 2009 - posicionou-se ao redor dos 57.500 milhões de dólares, diminuindo uns 8,5 % em relação a 2008, quando tinha superado os 62.800 milhões de dólares”. Na lista dos produtores e especuladores da indústria da morte, a Itália está entre os maiores exportadores de armas, logo depois do EUA, Rússia, China, França e Alemanha.
É assim que se supera o risco de analisar exasperadamente sempre o mesmo tema, um problema sério das repetidas cúpulas internacionais (por outro lado imensamente onerosas) que se organizam, com dados na mão e um claro alinhamento contra um sistema absurdo que trai dia após dia à infância e à humanidade. A trai no valor profundo, em sua essência, sem economizar nada a ninguém, mais além da cor de pele, do credo ao qual alguém pertence, ou daquelas regiões de terra nas quais as crianças têm que resistir..., apoiados em uma mínima parte por algumas ONGs e associações.
Graças às associações que atuam especificamente nas regiões, nos inteiramos sobre meninos banhados em sangue que se arrastaram debaixo das ruínas dos edifícios bombardeados e cuidaram de seus irmãozinhos menores por dias inteiros; dos corpos de seus pais agonizantes sepultados sob as ruínas de seus berços... Nos inteiramos de crianças sobreviventes de disparos, de explosões de minas, de bombas cacho..., crianças que resistem contra as enfermidades: Segundo um recente relatório da Palestina Medical Relief Society o 52% dos meninos de Gaza são anêmicos e padecem de graves carências de nutrição pela escassez em sua alimentação de elementos tais como o fósforo, o cálcio e o zinco.
Crianças que resistem à psicoses, a essas lacerações da memória que os leva novamente diante de corpos desmembrados e edifícios em chamas, a esses traumas indeléveis que os põem nervosos e depressivos insones e incontinentes.
crianças que vivem em espaços superpopuloso privados de áreas recreativas e nas ruas nas quais brincam, viram arder a carne viva e decompor-se. Mísseis, devastação e morte são evocados em desenhos quando lhes dispõe uma folha de papel em branco. Muito longínquos do direito a brincar!
Milhares de meninos convertidos em escravos por um patrão que se chama fome, obrigados a fisgar entre os lixeiros em busca de materiais possíveis de reciclar, ou a sobreviver nos depósitos de lixo. Meninos que não jogam ao esconderijo quando se retiram aos deságues das grandes cidades da România, ou que desaparecem clandestinamente nos túneis do Rafah: com o risco de ficar sepultados vivos, são estes a mão de obra econômica e fisicamente mais apta para traficar com mercadoria que de outra maneira não chegariam jamais às estantes dos negócios de Gaza.
São os jornalistas free-lance quem denuncia:
“Escravas do sexo no Iraque e Afeganistão, novo escândalo para os empreiteiros americanos”.
Se fala de meninas utilizadas como prostitutas e mulheres do Leste da Europa, obrigadas a vender-se. A investigação de uma ONG publicada pelo Washington Post, acusa os homens da Ex-Blackwater.
NEW YORK- A menina iraquiana de 12 anos obrigada a prostituir-se no metrô de Bagdad, enquanto as guardas privadas americanas realizam uma coleta de poucos dólares e fazem fila. As garotas recrutadas no Leste da Europa com a promessa de um trabalho como empregada em Dubai e logo depois, dali são sequestradas e ocultadas no coração do Iraque. As garçonetes dos restaurantes chineses de Kabul que por trás das lâmpadas vermelhas escondem o segredo que todos sabem. O último horror das “guerras gemeas” que Barack Obama herdou do G. W. Bush, tem o rosto das garotas exploradas em nome desse outro ídolo que compartilha o altar com o dinheiro: O sexo.
Esta enésima vergonha foi descoberta por uma investigação do Center for Public Integrity, lançada nos últimos dias pelo Washington Post. E uma vez mais os empreiteiros da Ex-Blackwater terminaram baixo acusação: O grupo privado já tristemente famoso pelos atentados contra civis no Iraque. A agência goza de tão má fama que para voltar a trabalhar hoje trocou de nome e se chama Xe Service. Obviamente que o porta-voz do ex-Blackwater, Stacy De Luke declara à Washington Post que «estas acusações são anônimas e sem provas: a política da empresa proíbe o tráfico de pessoas». Menos mal.
São 250.000 os meninos soldados. Sequestram-nos sozinhos ou em grupos, para recrutá-los e fazê-los lutar contra as forças governantes na África..., que embora o tenham negado por escrito, de fato não se faz nenhuma ação concreta.
A praga do tráfico de menores é uma vergonha que diante de nossos olhos é inconcebível. Mas existe, é real. Frequentemente é quase «normal» em certos países. Porque significa dinheiro fácil para os exploradores que vendem seus quilogramas de mercadorias humanas como escravos. Escravos para os trabalhos nas minas e nos campos, ou para os bordéis que abrem com grande desprezo de qualquer simulacro de legalidade.
Sensibilização e ações concretas. É nosso “brado”, nossa escolha de vida. Por um lado, denunciar as violações contra a infância. Por outro ajudar as crianças e estabelecer contato e sintonizar-se com todas aquelas organizações que ajudam seriamente a menores para que possam conquistar um destino diferente e mais digno. Claro que frequentemente os recursos permitem apoiar só a uns poucos milhares de jovens espalhados nos povoados mais pobres, ou possivelmente a transformação de uma cabana de palha em uma habitação com paredes de alvenaria para destiná-la a um edifício escolar ou um consultório médico. Mas tudo isso é uma gota no deserto, é insuficiente para dar de presente um pouco de esperança a muitas famílias. Acreditam que é fundamental a defesa e a promoção do estudo. Um menino que estuda terá a possibilidade de sair e de tirar os seus da miséria.
Nosso compromisso civil e moral está em primeiro lugar, sentir indignação, como não deixa de repetir o padre Dom Ciotti, nos impulsionando a encontrar a força dentro de nós mesmos para sermos construtores da paz, deixar de desperdiçar a vida pelo próprio EU, pelo próprio bem estar e usar o EU para a VIDA, por um mundo melhor. Já que um cristão não pode obedecer à injustiça e se tornar cúmplice.
Este é o mesmo compromisso e o mesmo impulso de quem fundou na Itália a Associação Onlus Funima International e a revista AntimafiaDuemila, o jornalista Giorgio Bongiovanni, que nos estimula a compreender a situação mundial, a superar a emocionalidade de momentos como este, onde nos encontramos todos de acordo para denunciar os crimes e “não deixar sozinhos os juízes e os magistrados que buscam pondo em risco sua vida, a verdade a respeito dos mandantes externos dos delitos ferozes e dos atentados executados em nosso país nos últimos 30 anos de atentados”. Não há Paz sem Justiça, não há Justiça sem busca da Verdade, afirma sempre Giorgio Bongiovanni, cuja missão se expressa nas atividades das associações culturais “Falcone e Borsellino”, “Giordano Bruno” e de nossa Onlus “Funima International”.
Construir juntos e lutar de baixo por uma nova cultura! Adiciono eu que sou uma simples mulher, porque o mundo já está mudando..., em Roma inclusive, este ano há uma classe completa de uma escola primária sem um só menino de cidadania italiana!
A educação, a formação e o protagonismo de nossos jovens são o melhor investimento que podemos fazer para pôr freio à grave crise cultural e moral que estamos vivendo. Sem este requisito, sem o cuidado e a defesa do bem comum providos pela mesma terra, sem as medidas governamentais concretas em relação às grandes mudanças demográficas e climáticas que estão tendo lugar, não haverá nem paz nem futuro. Então um chamado a quem quiser si unir a nós nesta tarefa a favor dos que mais necessitam.
Mara Testasecca.
Presidente - Ases. Funima International
funimainternational@gmail.com <mailto:funimainternational@gmail.com>