Romance
Bravos soldados
Sobre o autor
Newton Koba Kage, natural de SP, é Oficial da Polícia Militar do Estado de São Paulo, atualmente no posto de Major. Formou-se na Academia de Polícia Militar do Barro Branco, tendo estudado também na Escola Preparatória de Cadetes do Exército - Campinas / SP. Bacharel em Administração e Direito, possui pós-graduação em Direitos Humanos, pela Faculdade de Direito da USP, e é mestre em Ciências Policiais e Ordem Pública, pelo Centro de Altos Estudos e Segurança.
Um pequeno trecho
Em outro canto da cidade, distante de lá, na sede do Grupamento de Rádio Patrulha Aérea, alguém acompanhava atentamente as comunicações de urgência na Capital, o chamado “Solo Águia”.
Ouvindo a gravidade daquela ocorrência, o policial militar não teve dúvidas em acionar o alarme, para dar suporte aéreo àqueles policiais.
De suas rotinas habituais, quatro policiais militares, dois pilotos e dois tripulantes, ouviram o alarme. Largaram o que estavam fazendo, e saíram correndo em direção a uma das aeronaves no heliponto. Agitação, correria, bater de portas e gavetas, armas em punho, em corredores estreitos. Nenhum deles sabia ao certo do que se tratava, mas, acionados, sabia-se que coisa boa não era. Alguém gritou de uma sala: “Bom voo!”; um dos pilotos apenas acenou positivamente com a mão, sem olhar para trás, a sair correndo.
Aqueles homens, em seus macacões de voo verdes, adentraram ao helicóptero; ajeitaram-se, colocaram seus capacetes, afivelaram e ajustaram os cintos de segurança, começaram a apertar botões no teto e iniciaram testes de comunicação de rádio, dando um a um o “OK”. Um dos tripulantes acionou positivamente a um mecânico de voo que estava no hangar; era mais uma missão que iriam cumprir.
O Comandante da Aeronave, o “1P” – como costumavam falar –, ao tempo em que ligou as luzes da aeronave, acionou a ignição da turbina do helicóptero. Um assobio, vindo de seu motor, começou a se ouvir, e suas hélices começaram lentamente a girar, até aquele local ser tomado por um grande vendaval e um ensurdecedor roncar de motor. Enquanto isso, o copiloto, em outra rede-rádio iniciou comunicação com o Solo-Águia, recebendo os dados prévios da ocorrência.
O Comandante apertou o PTT – a tecla “Push to talk” – e se comunicou com a Torre de Controle do aeroporto.
– Marte uno, boa noite, Águia 7, acionado pronto para missão de Segurança Pública, instruções para táxi e decolagem do heliponto.
– Afirmativo, Águia 7, pista em uso uno dois, QNH 1023, vento 150 graus, com 8 nós. – respondeu, uma militar controladora de voo.
O piloto, recebendo as instruções da Torre, repetiu a mensagem.
– Cotejamento correto, está autorizado o taxi – disse ela.
Do lado de fora, defronte àquela aeronave, com suas mãos segurando dois bastões luminosos, um outro policial militar começou a balizar sua decolagem; duas luzes laranjas subiam e desciam. Com a autorização da torre de controle, atento àqueles gestos, o Comandante iniciou o taxi, acionou coletivo, aplicou potência, mexeu nos pedais e cíclico, fazendo com que aquele helicóptero desse uma pequena sacudida; seus estribos se soltaram do solo e ela começou a, lentamente, ganhar altura. A aeronave fez o taxi naquele aeroporto, e, tendo autorização da torre, começou a decolar. Suas luzes piscavam e piscavam, e, já no alto, foi possível vê-la fazer uma curva à direita, alçando seu voo rumo àquela região; rumo ao desconhecido...
Depoimentos
Emocione-se você, também!
Disponível em duas versões
Físico e e-book