Suspensão

A suspensão do carro é, na verdade, parte do chassi. Ele abrange todos os importantes sistemas localizados na parte inferior do carro. Esses sistemas incluem: o chassi - componente estrutural destinado a carregar o peso que sustenta o motor e a carroceria. 

Esse sistema é composto por diversos elementos flexíveis, sendo que os principais e mais conhecidos são os amortecedores, molas, bandejas e barra estabilizadora. Todos eles atuam em conjunto para realizar o mesmo objetivo — que é, basicamente, promover conforto aos passageiros e dar estabilidade e segurança ao veículo. 

Tipos de suspensão mais comuns:

1 – BARRA DE TORÇÃO

 Este sistema é um dos mais antigos e já era empregado em carruagens, antes da criação do automóvel. Até os anos 1950, modelos de baixo custo utilizavam este sistema.

Os mais ilustres são os Volkswagen Fusca, Kombi e derivados, os quais aplicam as barras de torção em sua suspensão traseira.

Como o próprio nome já explica, a barra composta por material flexível (em preto na figura) absorve as irregularidades do pavimento com sua própria energia elástica, dispensando o uso de molas e amortecedores.


2 – MC PHERSON OU TELESCÓPICA:



A construção mais comum nos carros modernos. Os conjunto padrão consistem em molas e amortecedores telescópicos nas quatro rodas, independentes na dianteira e ligados por braço arrastado na traseira.

Excetuando modelos mais antigos ou premium, a grande maioria dos sistemas de amortecimento funciona com sistemas de molas e amortecedores montados na vertical sobre bandejas, as quais conectam o conjunto de suspensão à carroceria, com o auxílio das bieletas.

Os componentes auxiliares trabalham para manter o sistema funcionando de forma a limitar a oscilação da carroceria e definir o curso da suspensão. Barras estabilizadoras melhoram a rigidez do sistema, reduzindo as inclinações da carroceria sem influenciar a independência de cada roda. Buchas e batentes limitam o curso de molas e amortecedores, a fim de não de distenderem além do fixado pelo projeto.


3 – FEIXE DE MOLAS:

A maioria dos veículos de carga utiliza este sistema até os dias de hoje. Seu principal trunfo consiste em suportar grandes massas sem prejuízo de comportamento dinâmico ou distensão do conjunto – a famosa “traseira arriada”.

Os feixes de molas se tratam de um aprimoramento do sistema de barras de torção, os quais são formados por lâminas sobrepostas e que escorregam uma em cima da outra, retornando à posição original após a retirada da carga ou absorção do impacto.

Outra vantagem em relação ao sistema de barras de torção consiste na manutenção dos pneus em posição perpendicular ao solo, sem “fechar” o ângulo ao sofrer deflexão. Assim como o primeiro, exige pouca manutenção e dispensa molas helicoidais e amortecedores, absorvendo a carga e impactos apenas com a elasticidade dos materiais, favorecidos pelas múltiplas camadas – os feixes de mola.


4 – DUPLO “A”:

Também conhecida como double wishbone, o sistema duplo “A” tem sua aplicação mais conhecida em carros de competição. Para modelos de rua, muitos esportivos como Ferrari e Lamborghini o utilizam, pois se mostra imbatível na obtenção de estabilidade e comportamento dinâmico por ser sempre independente nas quatro rodas.

Seu peso e tamanho reduzidos trazem grande versatilidade ao sistema duplo A, permitindo a montagem de molas e amortecedores na horizontal e vertical, trabalhando de modo a comprimir ou distender conforme a necessidade.

Peso e volume são fatores fundamentais na construção de modelos de competição, tanto quanto o desempenho dinâmico. Este sistema se enquadra em quase todas as aplicações de performance, em modelos de peso e tamanho compactos.


5 – MULTILINK:

A evolução do sistema duplo “A”, a qual corrige seus principais defeitos enquanto preserva as qualidades. É considerada a mais moderna e eficiente de todas, pois entrega estabilidade e conforto exemplares, com baixo peso e versatilidade excelente. Este sistema é independente nas quatro rodas, as quais trabalham da forma mais individualizada possível.

Ao contrário dos demais tipos, não possui um formato padronizado de construção, e cada fabricante projeta a sua de modo diferente, pois seus braços podem ser construídos no formato e quantidade que cada projeto e carroceria exige, com economia de peso e espaço ocupado. Entrega a mesma estabilidade de um conjunto duplo “A” em cursos mais longos, sem prejuízo do conforto ou a necessidade de molas muito rígidas.

Como boa parte das inovações recentes, o sistema multilink tem maior custo de produção e manutenção cara. Encontrar profissionais para fazer reparos fora  da rede autorizada ainda é um desafio aqui no Brasil. Do ponto de vista funcional, seu ponto franco reside na menor capacidade de carga, posto que sua aplicação principal está em carros de passeio premium e de alta performance.