Haroldo Maranhão

Haroldo Maranhão foi um prosador brasileiro, nascido em Belém do Pará, a 7 de agosto de 1927. Estreou com A estranha xícara (1968), ao qual se seguiram romances e volumes de contos como Voo de Galinha (1980), A Morte de Haroldo Maranhão (1981), O Tetraneto Del Rey (1982), A Porta Mágica (1986), Rio de Raivas (1987), Cabelos no Coração (1990) e Memorial do Fim (1991), entre outros. Trata-se de um escritor brasileiro que merece ser revisitado.

DOIS CONTOS DE HAROLDO MARANHÃO

Substantivos

Você já percebeu que cada elemento à nossa volta recebe um nome?

Vamos observar os exemplos:

casa – menino – bola - árvore - gato - cão

Esses elementos são chamados de substantivos, pois eles nomeiam os seres, como animais, objetos, pessoas, lugares.

Os substantivos se classificam em: comuns, próprios, concretos, abstratos, coletivos, primitivos e derivados.

Para facilitar o nosso entendimento, estudaremos cada um deles. Então vamos lá!

Substantivos comuns – Indicam seres de uma mesma espécie:


Ex: livro – mesa – carro


Próprios – São aqueles que nomeiam seres de um modo particular, como nome de pessoas, ruas, avenidas, cidades, estados, países, entre outros:


Ex: Rio de Janeiro – Pedro – Praça dos Três Poderes – Palácio das Esmeraldas

Concretos – São aqueles que possuem existência de modo independente, não necessitando de outros para existirem:


Ex: mar – bosque – escola – pássaro


Abstratos – Dependem de outros seres para que eles existam:


Ex: amor – bondade – perdão – felicidade

Primitivos – Não derivam de nenhuma outra palavra da Língua Portuguesa:


terra – folha – ferro


Derivados – Formam-se através de palavras já existentes. Para entendermos melhor citaremos os exemplos acima, seguidos de seus derivados:


terra - terreiro

folha- folhagem

SUBSTANTIVOS

Conheça sobre o conceito e suas classificações.


Você já percebeu que cada elemento à nossa volta recebe um nome?


Vamos observar os exemplos:


casa – menino – bola - árvore - gato - cão


Esses elementos são chamados de substantivos, pois eles nomeiam os seres, como animais, objetos, pessoas, lugares.


Os substantivos se classificam em: comuns, próprios, concretos, abstratos, coletivos, primitivos e derivados.


Para facilitar o nosso entendimento, estudaremos cada um deles. Então vamos lá!


Substantivos comuns – Indicam seres de uma mesma espécie:


Ex: livro – mesa – carro


Próprios – São aqueles que nomeiam seres de um modo particular, como nome de pessoas, ruas, avenidas, cidades, estados, países, entre outros:


Ex: Rio de Janeiro – Pedro – Praça dos Três Poderes – Palácio das Esmeraldas


Concretos – São aqueles que possuem existência de modo independente, não necessitando de outros para existirem:


Ex: mar – bosque – escola – pássaro


Abstratos – Dependem de outros seres para que eles existam:


Ex: amor – bondade – perdão – felicidade


Primitivos – Não derivam de nenhuma outra palavra da Língua Portuguesa:


terra – folha – ferro


Derivados – Formam-se através de palavras já existentes. Para entendermos melhor citaremos os exemplos acima, seguidos de seus derivados:


terra - terreiro

folha - folhagem

ferro - ferradura


Coletivos – São aqueles que indicam um conjunto de elementos de uma mesma espécie.


cardume - feixe – constelação - ramalhete

Agora leia o conto de Haroldo Maranhão e tente identificar os substantivos estudados.

O peixe de ouro


De borracha é a cintura do peixe de ouro, uma curva infinita cavada na carne. E são deletéreas as pernas do peixe de ouro, que se locomove como se fosse o corpo acionado por molas. O andar é elástico, o andar do peixe de ouro, e balança a cabeleira cor de charuto no dorso lisíssimo, tapando a nuca. Não vejo a cara do peixe de ouro, sigo-lhe os passos, vejo-lhe as ancas, de potranca, a roupa é rubra, a carne, de ouro, a carne do peixe de ouro. De repente o peixe inclina a cabeça e percebo, não há quem não perceba, um perfil de penugens que o sol divulga, nítido. Segue o peixe, segue, todo um rio o segue, rio de bichos, somos todos bichos, mordemos com vigor o músculo das ancas, arrancamos pedaços da anca, da melhor anca, da melhor. Guardo no meu casaco o nobre fragmento da anca do peixe de ouro, e quero ao menos um fio, um fio ao menos dos cabelos, mas já a cabeleira foi roubada à força, quando voava descobrindo o pescoço. Cravo meus dentes na nuca do peixe de ouro e bebo-lhe um mel, sugo aflito, como a uma fruta, meus lábios ficam encharcados, escorre o mel, caem gotas na pedra, minha camisa ensopa-se de baba e mel, um mel raro. Desoladamente constato que trepida a epiderme desgarrada de seu recheio, em mantas, fiava pele há pouco distendida em curvas, ora couro plissado, de gelhas. Peixe de ouro perde aos poucos seu revestimento muscular, sangra, ossos despontam, interligados por tendões, cartilagens, restos de carne. Com enorme rudez puxo um nervo longo e de bom calibre para encordoar determinada viola d'amore. Desloco, e com delicadeza removo uma vértebra do peixe, como quem se serve de um doce, sorvo o creme vertebral e trituro a fina peça mal calcificada. A meu lado, alguém empunha uma das tíbias como dava, e é milagre a sobrevida do peixe de ouro, que não obstante prossegue sustentado não sei por que espécie de fundamento. Poucos ossos, quase nenhum, raros tendões, nenhuma carne. Agarro para mim a fossa ilíaca; luto por ela, ela me dilacera as mãos, mas é minha, conquistei-a, será o prato real onde comerei. Sigo, seguimos, impulsionados pelo mero costume, pois a unidade se partiu em blocos, o que era peixe não é, senão partículas, pó, aura, microtalco, microtalco de ouro.