“Você pode dançar” é o lema da professora de dança que transformou a paixão pela arte em um negócio de sucesso
“Você pode dançar” é o lema da professora de dança que transformou a paixão pela arte em um negócio de sucesso
Marca curitibana une as duas paixões da empreendedora Aline Gonçalves, os acessórios e o cuidado com mulheres
Por Maria Pohler, Camila Basten e Gabriela Sanches
A trajetória empreendedora de Petra Schuster começou de forma inusitada, ainda na infância. Aos nove anos, morando em um prédio repleto de crianças em Curitiba, ela decidiu, junto com amigas, montar um “Xou da Xuxa” na pequena garagem do condomínio. Petra fazia o papel da apresentadora, enquanto as amigas se revezavam como Paquitas. O sucesso da apresentação entre os moradores foi imediato, tanto que, ao final do espetáculo, uma das mães da plateia convidou o grupo para animar a festa de aniversário da filha.
Aos poucos, os convites se multiplicaram. Com apenas dez anos, Petra organizava pequenos eventos infantis, produzia fichas com jogos inspirados no programa da Xuxa, criava cartões personalizados e coordenava o cronograma das apresentações com apoio dos pais. O grupo de crianças virou uma pequena equipe de produção, e Petra, mesmo sem saber, dava os primeiros passos no universo do empreendedorismo. A brincadeira de infância logo se tornou uma atividade profissional, levando o grupo a se apresentar em festas dentro e fora de Curitiba, até que, aos 16 anos, Petra decidiu encerrar esse ciclo para se dedicar aos estudos .
Apesar de ter encerrado a fase das apresentações infantis aos 16 anos, Petra não se afastou do universo artístico. Continuou envolvida com dança, produção e criação de eventos, buscando novas formas de expressão e aprendizado.
Com o tempo, passou a atuar em projetos ligados à arte e à cultura, onde pôde unir sua paixão pela performance com a habilidade de planejar e coordenar atividades. A experiência precoce permitiu que Petra desenvolvesse um estilo próprio de liderança.
Na condução da sua escola, a Backstage Produções e Danças, Petra defende a arte como instrumento de transformação. “Hoje os alunos vêm aqui para se divertir, claro, mas também para entender que a dança exige entrega, estudo e ética”, relata.
A experiência como jurada em festivais pelo país reforçou sua convicção de que o conhecimento técnico é essencial para avaliar de forma justa e respeitosa. “A dança não tem regra fixa como a ginástica. Tem técnica, tem enredo, tem emoção. Às vezes, o jurado escuta uma música que traz uma memória dolorosa, e isso influencia o olhar. Por isso, mais do que conhecer o estilo, é preciso ter sensibilidade para compreender o trabalho do outro.”, conta.
Como empreendedora, Petra também aprendeu a lidar com os desafios que marcam o cenário cultural no Brasil. “Empreender no Brasil é uma montanha-russa. A gente não tem apoio. As leis de incentivo existem, mas são burocráticas. Mesmo com 30 anos de estrada, tive que guardar todas as fotos, crachás, certificados,para provar minha trajetória. E olha que já dancei para todos os públicos possíveis.”, relembra.
Petra aconselha novos empreendedores. “Sim, empreenda. Mas estude, pesquise. Veja se já tem gente fazendo o que você quer fazer, e se tiver, encontre o seu jeito de fazer diferente.” aconselha.