Marcele Froelich usa madeira de demolição para sustentar uma marcenaria de sucesso
Marcele Froelich usa madeira de demolição para sustentar uma marcenaria de sucesso
Apaixonada por animais e movida pela curiosidade, a empreendedora transforma madeira em peças que podem ser usadas como itens de decoração
Por Camila Basten, Gabriela Sanches e Maria Pohler
O que começou de forma despretensiosa, com um pedaço de madeira e algumas ferramentas em casa, virou profissão e paixão para Marcele Froelich. Enquanto cuidava do filho, ela começou a fazer peças para uso próprio e hoje tem sua marca própria de peças de marcenaria. “Eu gosto muito de animais e comecei a fazer tábuas de corte de carne em formato de gato, porquinho. Algumas amigas se interessaram e foi assim que eu comecei a fazer cada vez mais”, explica.
As encomendas, que antes eram apenas para pessoas próximas, foram crescendo e Marcele passou a vender em feiras. Tudo era produzido e pensado por ela: o desenho, o corte e o acabamento. Ela conta que o desafio de empreender não era apenas criativo, mas também em conciliar a rotina com a maternidade. “Quando estou com meu filho me dedico totalmente a ele, e nos momentos em que estou no trabalho fico focada nas minhas atividades. Quando preciso, conto com o apoio do meu marido e da minha família”, comenta.
Outro desafio que ela encontrou ao entrar na marcenaria foi a masculinização da área. Ela lembra que, nas feiras, quando estava acompanhada do marido, muitos clientes se dirigiam diretamente a ele, achando que era o autor das peças. “Ele sempre fala ‘Não, é minha mulher que faz’. E às vezes as pessoas falam ‘Não, não é, não tem como’”, conta Marcelle. “No começo, minhas peças eram todas tortinhas. Guardo até hoje. Mas fui melhorando. É difícil, porque muita gente ainda acha que marcenaria é coisa de homem”, desabafa.
A matéria-prima das criações de Marcele é madeira de demolição, o que exige ainda mais preparo e esforço. “Pego a madeira toda torta e pinto, lixo, desenho à mão, corto com tico-tico. Aprendi tudo vendo vídeos. Foi difícil, mas eu gostei tanto que queria sempre aprender mais”, revela. Hoje, além da utilidade das peças, elas também são itens de decoração para muitos clientes. “Tem gente que compra e não quer nem usar, só colocar na parede ou na janela. Dizem que é bonito demais pra riscar”, finaliza.