A COMISSÃO ORGANIZADORA DO III SIMH AGRADECE A SUA PARTICIPAÇÃO! 👋
Nesta edição do III SIMH em 2025 reunimos pessoas autoras e pesquisadoras de diferentes áreas para discutir temas urgentes sobre espaço urbano, relações de poder, racismo estrutural e produções cinematográficas periféricas e pós-coloniais.
Confira as atividades presenciais realizadas no III SIMH.
📖 Minicurso: Paulo Freire e a descolonização africana: Fanon, Amílcar Cabral e Albert Memmi
Ministrante: Prof. Matheus Guarino Sant'Anna Lima de Almeida
Formato: Híbrido
A obra de Paulo Freire tem sido uma referência e uma inspiração para movimentos sociais e para uma educação descolonizadora. Apesar de o foco em sua perspectiva educacional, diversos campos têm se debruçado sobre o legado da obra freirana para uma teoria social e para a proposição de uma organização política pautada no enfrentamento à colonização na perspectiva dos oprimidos. Tendo atuado ativamente junto a governos revolucionários na década de 1970, em especial em Guiné-Bissau, a obra de intelectuais revolucionários africanos é uma inspiração central para a teoria freiriana. Neste minicurso, pretende-se compreender a relação da obra do educador brasileiro com a obra de três destes intelectuais: Frantz Fanon e Albert Memmi, inspirações para a Pedagogia do Oprimido, e Amílcar Cabral, que entraria nas reflexões de Paulo Freire a partir de seu trabalho em Guiné-Bissau.
O minicurso contará com uma parte expositiva, sobre os conceitos centrais que relacionam estes autores, e sobre o trabalho de Paulo Freire em África, seguida de uma roda de conversa sobre a pertinência deste diálogo para os desafios contemporâneos.
Pretende-se que a atividade tenha a duração de 2h, com certificado de participação emitido pelo III SIMH.
O minicurso é aberto ao público em geral, com foco especial para interessados nas temáticas de descolonização, pedagogia crítica, teoria social e movimentos sociais.
Não são necessários conhecimentos prévios sobre os autores.
📖 Apresentação de livro: Confusão não é boa pra ninguém: autoridade e regramentos nas relações entre agentes do Estado e a prostituição na “Rua da Zona”, Três Rios/RJ – um olhar sobre democracia e autoritarismos no espaço urbano
Autor: Me. Manuel Flavio Saiol Pacheco (PPGSD/UFF)
Formato: Presencial
A partir de uma etnografia conduzida na “Rua da Zona”, área de prostituição em Três Rios/RJ, o livro analisa como o poder público atua na mediação das relações entre Estado, trabalhadores do sexo e comunidade local. A obra reflete sobre os usos discricionários da autoridade estatal e como esses moldam práticas sociais, normas e formas de controle. A apresentação propõe um debate sobre as tensões entre democracia e autoritarismos, abordando implicações contemporâneas relacionadas aos direitos humanos, à dignidade e ao ordenamento das cidades.
Público-alvo:Acadêmicos e pesquisadores das áreas de Ciências Sociais, Antropologia, Direito, Humanidades e Estudos Urbanos.
Profissionais envolvidos em políticas públicas, direitos humanos e segurança pública.
Estudantes de graduação e pós-graduação interessados em questões de democracia, autoritarismo e direitos na contemporaneidade.
Ativistas e representantes de organizações sociais que atuam na defesa de direitos das trabalhadoras sexuais.
📖 Apresentação de livro: Cinemas Pós-Coloniais e Periféricos – Volume 4
Pessoa autora: Profaª. Dra. Michelle Sales (Escola de Belas Artes – UFRJ)
Formato: Presencial
A coleção “Cinemas Pós-Coloniais e Periféricos” chega ao seu quarto volume, reunindo reflexões sobre produções audiovisuais oriundas de contextos marginais, colonizados ou subalternizados. A apresentação deste novo volume abre espaço para o diálogo sobre a história do cinema a partir de perspectivas críticas e descentralizadas, discutindo o lugar das imagens na construção e desconstrução de narrativas coloniais.
Público-alvo:Pesquisadores e estudantes de Cinema, Comunicação, Artes Visuais, Antropologia Visual e Estudos Culturais;
Cineastas, curadores e produtores culturais interessados em narrativas periféricas, decoloniais e pós-coloniais;
Profissionais e militantes que atuam com audiovisual nas periferias e territórios populares;
Estudiosos decoloniais e pesquisadores de história do cinema em perspectiva crítica;
Interessados em cinema negro, indígena, feminista e marginal como formas de resistência e representação.
📖 Apresentação dos livros: Os Órgãos da Administração Eleitoral, Instituições de Justiça, Soberania Popular e Cidadania em Moçambique & Ostaggio da Sensualidade
Pessoa autora: Dr. António Raúl Sitoe (PPGH-UERJ)
Formato: Presencial
A apresentação do livro "Os órgãos da administração eleitoral, instituições de justiça, soberania popular e cidadania em Moçambique" traz uma reflexão crítica sobre o processo de construção democrática em Moçambique. O autor examina a interação entre os órgãos eleitorais, as instituições de justiça e a participação cidadã, destacando como a herança colonial ainda influencia a organização do Estado moçambicano. A narrativa combina rigor acadêmico e linguagem acessível, abordando temas como colonização, descolonização, identidade africana, socialismo, democracia e fraude eleitoral. A obra convida o leitor a uma jornada de reflexão sobre a cidadania, os limites da democracia e os desafios enfrentados pela soberania popular em Moçambique.
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O Ostaggio da Sensualidade é uma obra que mergulha nas complexidades das relações afetivas, do erotismo e da condição humana, entrelaçando sentimentos, desejos e frustrações com uma linguagem poética e sensível. O autor, através de uma escrita que desafia os limites entre o real e o simbólico, convida o leitor a refletir sobre a construção do amor, os conflitos do prazer e os labirintos da existência, compondo um mosaico de vivências que ultrapassam o corpo e tocam a alma. Trata-se de uma viagem literária pela sensualidade enquanto expressão do ser e do sentir.
Público-alvo:Pesquisadores(as) e estudantes de Direito, Ciência Política, História, Sociologia e Relações Internacionais
Profissionais interessados em processos eleitorais e fortalecimento democrático;
Estudiosos(as) e interessados(as) em literatura, filosofia e psicologia das relações humanas;
Leitores(as) de poesia, narrativas introspectivas e reflexões sobre o erotismo.
📖 Apresentação do livro: Educação Superior no Amazonas: Um Estudo da Experiência do PROIND da UEA
Pessoa autora: Profa. Dra. Joyce Karoline Pinto Oliveira Pontes (Universidade de Gurupi – UnirG)
Formato: Presencial
Educação Superior Indígena no Amazonas: Um Estudo da Experiência do PROIND da UEA, de Joyce Karoline Pinto Oliveira Pontes, é uma obra que emerge do diálogo entre a pesquisa acadêmica e a realidade dos povos originários do Brasil. Fruto de uma investigação interdisciplinar, este livro propõe uma reflexão crítica sobre a educação superior indígena no Amazonas, a partir da experiência concreta do curso de Pedagogia Intercultural Indígena (PROIND) da Universidade do Estado do Amazonas (UEA).
A obra problematiza a atuação das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) na formação docente indígena, mostrando como os recursos tecnológicos podem ser tanto instrumentos de inclusão quanto desafios pedagógicos. Em vez de oferecer respostas fechadas, o livro se dedica a abrir caminhos para compreender como práticas educacionais interculturais podem articular o conhecimento tradicional e os saberes universais no contexto da sociedade da informação.
A autora constrói uma análise histórica, política e sociocultural da educação escolar indígena no Brasil, destacando os embates e avanços desde o período colonial até a contemporaneidade. A obra também ilumina a trajetória do PROIND, seus desafios organizacionais e pedagógicos, os perfis dos acadêmicos, a produção científica dos egressos e os impactos sociais e culturais dessa iniciativa no estado do Amazonas.
Trata-se de um livro que combina dados qualitativos e quantitativos, fruto de observação empírica, consultas documentais, análise de Trabalhos de Conclusão de Curso e entrevistas. Destinado a pesquisadores, educadores, gestores de políticas públicas e a todos os interessados na luta por uma educação superior mais inclusiva e respeitosa à diversidade cultural, este estudo revela a potência das experiências indígenas em transformar a universidade e a sociedade. Ele nos convida a reconhecer os povos indígenas como autores de seus próprios saberes, numa pedagogia que valoriza a pluralidade e ressignifica a ciência e a cidadania na Amazônia.
Público-alvo:Pesquisadores(as) e estudantes de Educação, Ciências Sociais e Antropologia; Educadores(as) e gestores(as) envolvidos com políticas de inclusão e ensino superior indígena;
Lideranças e organizações indígenas interessadas em experiências de formação universitária;
Profissionais de áreas interdisciplinares que investigam diversidade cultural, pedagogia intercultural e direitos educacionais.
📖 Apresentação do livro: As Aventuras do Detective Muniga
Pessoa autora: Omardine Zacarias Omar
Formato: Presencial
As Aventuras do Detective Muniga é uma obra que mergulha nos grandes desafios sociopolíticos de Moçambique. A partir da saga de Malaica Muniga, um personagem que percorre o território nacional desvendando enigmas e dilemas criminais, o autor constrói uma narrativa de mistério que ultrapassa os limites do gênero policial. Em dez contos que se afastam do convencional, o leitor é conduzido a um universo em que o imprevisível é a única certeza.
Com 108 páginas densas em tensão narrativa, o livro investiga, através da ficção, questões centrais da jovem democracia moçambicana, expondo dilemas que dialogam com a vida cotidiana, a criminalidade e os impasses políticos. Segundo Frei Lafim Monteiro, responsável pelo prefácio, a obra “é uma autêntica radiografia do cenário moçambicano”, retratando com vigor as histórias de vida e sobrevivência de inúmeros jovens em diferentes contextos do país.
Já o escritor e tradutor Janato I. Janato observa que este livro é “a prova inequívoca de que ainda existem escribas comprometidos com a verdade, que tudo fazem para que, em Moçambique, prevaleça a liberdade de expressão e o respeito pelos direitos e liberdades fundamentais”. Nesse cruzamento entre literatura, crítica social e defesa dos direitos humanos, Omardine Omar propõe um exercício literário e político que ressoa tanto no campo artístico quanto no debate público.
Público-alvo:Leitores(as) interessados(as) em literatura policial, mistério e narrativas de crime;
Pesquisadores(as) e estudantes de Ciências Sociais, Ciências Políticas e Literatura Africana;
Profissionais de comunicação, jornalistas e defensores(as) de direitos humanos;
Público em geral interessado em compreender, pela via literária, os dilemas da sociedade moçambicana contemporânea.