Bem vindos à quarta edição do Festival i-FIVE.
O Festival i-5, na sua quarta edição, pretende promover a produção e mostragem de curtas metragens realizadas por alunos, promovendo, assim, a prática e a cultura audiovisual em contexto escolar; a sensibilização das escolas para a utilização do vídeo como ferramenta criativa; a divulgação de experiências que promovam a familiarização com as artes do vídeo, da animação e da vídeo instalação; favorecer o encontro e a troca de experiências e ideias entre alunos, professores e profissionais das artes.
A sua programação contempla uma mostra vídeo de trabalhos realizados por alunos, aberta a nível nacional, promovida em parceria com o Plano Nacional de Cinema / Plano Nacional das Artes.
Mistérios-do-olhar
Na sua quarta edição, o Festival i5 é atravessado por uma profunda ética do olhar. Olhar o outro, refletir sobre ele, incluir a sua presença e a sua diferença — eis o triplo gesto que se pretende estrutural e desafiador.
Este “outro” que se pretende convocar não é o próximo imediato, mas a realidade ampla de um mundo em expansão — geográfica, cultural e emocional.
Um olhar movido pela curiosidade, pela crítica, mas também pela abertura. Que não se limita à superfície dos territórios ou dos povos: mergulha na essência daquilo que é diferente.
E é neste ponto que se revela algo essencial — ao incluirmos o outro, a sua diferença, também nos transformamos e passamos a habitar um mundo mais vasto, complexo e humano.
Refletir, neste contexto, é interrogar o que somos à luz do outro. É deslocar certezas, rever valores, questionar narrativas de poder e destino. Um olhar que atravessa fronteiras e que observa, e ao observar, pensa e ao pensar, integra. E integrar é também uma viagem interior, uma travessia da consciência e das relações.
É da reflexão que nasce a possibilidade de inclusão — não uma assimilação forçada, mas o reconhecimento da dignidade e da humanidade do outro. A identidade é uma substância relacional: somos à medida que vemos, pensamos e integramos. Ao incluir o outro, também nos incluímos; ao pertencermos, tornamo-nos pertença.
Incluir é aceitar a pluralidade. É construir um espaço de partilha e de escuta mútua. Uma epopeia mais profunda em que, ao encontrar o outro, nos reconfiguramos.
Vivemos rodeados de imagens rápidas, consumidas sem permanência. O mundo é frequentemente visto, mas raramente observado. Mistérios do Olhar propõe, por isso, uma contra navegação: olhar demoradamente, escutar o que está para além da superfície, identificar o que permanece à margem ou se perde no ruído. Auscultar o seu mistério.
O Mistério, o invisível, pode ser um corpo ignorado, uma história não contada, uma presença silenciosa. É aí que a criação artística se torna essencial — não como mera representação, mas como ferramenta de revelação, de cuidado, de escuta ativa.
Propomo-nos, através deste projeto, desafiar os jovens criadores a mapear o presente com os olhos bem abertos. Olhar, refletir, incluir: não como etapas lineares, mas como um só movimento de relação e pertença.
É assim sob o lema Mistérios do Olhar – Refletir – Incluir que se pretende lançar um desafio aos jovens de Coimbra no sentido de produzirem peças videográficas e fotográficas tendo por base a reflexão acima. Neste sentido pretende-se realizar duas exposições de fotografia, uma especificamente para o ensino secundário – a apresentar no TAGV, e outra do 2º e 3º ciclos, na Casa da Esquina, bem como sessões de cinema com os trabalhos desenvolvidos pelos alunos, selecionados pelo júri do festival, em vários locais.