Esse foi o tema da Redação do PAS1 de 2019, resgatado no componente Língua Portuguesa como proposta de Elaboração Textual para o terceiro ano do EMI. As produções foram ricas e muito necessárias para que possamos entender como esse é um tema que merece uma atenção e reflexão constante! A maioria das elaborações voltou-se para a questão da aparência física, mas muitos falaram sobre a beleza enquanto estética na arte, enquanto treinamento do olhar. As/os alunas/os Beatriz Luz, Gustavo Pereira, Natália Lima e Ellen Castro escrevem e as alunas Jéssica Lima e Lethícia Simões ilustram um pouco das reflexões alcançadas ao pensarmos: O que é belo? Enxergamos beleza no diferente?
Arte de Jéssica Lima, do 3° ano - Design de Móveis
“Conforme o dicionário, beleza é o caráter do ser ou da coisa que desperta sentimento de êxtase, admiração ou prazer através dos sentidos. Como definir o que é beleza se cada um sente de uma forma diferente? O padrão de beleza é um fator que alimenta o capitalismo, faz com que as pessoas gastem mais e mais dinheiro e se sintam feias e incompletas por não conseguirem alcançar este padrão imposto. (...) O Brasil é um dos países que mais mata pessoas trans no mundo. Todos os dias alguma pessoa negra é assassinada. Todos os dias a cor da pele, as dobras e o corpo de alguém são alvos de uma sociedade doente e preconceituosa. (...) O que existe de mais belo no mundo é conseguir enxergar beleza na diferença de cada ser.” Natália Lima, do 3° ano - Controle Ambiental.
Ney Matogrosso fonte: httpwww.tribunadonorte.com.brnoticiaenquanto-isso-no-meio-da-mata475912
“(...) tais padrões podem ser facilmente observados em redes sociais, como, por exemplo, o Instagram, no qual a maioria das pessoas são extremamente semelhantes dando a entender assim que apenas tais pessoas são bonitas e aquelas que se diferem são feias ou até mesmo estranhas. Antes de tudo é importante frisar o quão cruéis os padrões de beleza podem ser, pois rejeitam e classificam como feio tudo o que é diferente. Entretanto, também é importante lembrar que tal padronização é um conceito muito equivocado, pois, na verdade, a beleza é plural e o diferente pode sim ser bonito. A estranheza, segundo Freud, tem o poder de nos tirar da zona de conforto e nos possibilitar enxergar as coisas e as pessoas de diferentes perspectivas. Por isso, artistas como Tim Burton e Ney Matogrosso constantemente adicionam ao estranho suas obras, a fim de incomodar e provocar o público. É imprescindível entender e abraçar o diferente, de modo que possamos aprender a ver beleza na pluralidade.” Ellen Castro, do 3° ano - Controle Ambiental.
Edward Mãos de Tesoura, por Tim Burton
“Julgar alguém pelos costumes, aparência ou estilo de vida é algo desnecessário e irracional. Várias guerras foram causadas pela falta de empatia e respeito com o próximo e, por incrível que pareça, as pessoas ainda agridem e matam outras pessoas por serem diferentes.” Gustavo Pereira, do 3° ano - Controle Ambiental.
Arte de Lethícia Simões, 3°ano - Design de Móveis
“Torna-se necessária a desmistificação desses ideais juntamente com o entendimento de que o belo não se limita apenas ao que se vê no espelho. ‘Tudo tem sua beleza, mas nem todo mundo consegue enxerga-la’. Essa afirmação do filósofo Confúcio nos ajuda a compreender que ao limitar a beleza apenas ao exterior, perde-se a oportunidade de observar e aceitar as coisas que fogem desses ideais. Quando compreendemos isso, passamos a ver as pessoas e as coisas por outros ângulos, entendendo a autenticidade da beleza. (...) faz-se necessária a análise constante da influência dos modelos determinados pelas mídias digitais e meios industriais, desconstruindo por meio dessas reflexões, a necessidade de homogeneizar o exterior de cada indivíduo e de limitar a beleza a isso.” Beatriz Luz, do 3° ano - Controle Ambiental.