2021: O Ano Decisivo para a Humanidade
Por Fabio Tavares Marinho - 02/12/ 2021
Isolado no encontro do G20 – as vinte maiores economias do mundo – e sentindo-se acuado pela política exterior ideologizada pelo ex-Ministro das Relações Exteriores, o atual presidente preferiu fazer turismo na cidade-luz, atacar e agredir jornalistas, caluniar e disseminar notícias falsas envolvendo o seu futuro maior adversário nas próximas eleições. Nem na foto oficial do encontro saiu. Uma vergonha!
E também não sairá na foto do mais decisivo encontro climático da década, já que antevendo que na cúpula do clima que está acontecendo em Glasgow (Escócia), “lá todo mundo vai falar mal dele” como previu o Vice-Presidente. Assim, decidiu não comparecer à COP26, a mais importante Conferência da ONU para enfrentar a crise climática. Faz parte da agenda verde conter o aquecimento global em até 2ºC, preferencialmente próximo de 1,5ºC, em um mundo que já aqueceu 1,1ºC, sobretudo, em decorrência do uso de energia fóssil, do desmatamento da Amazônia e das queimadas do Pantanal. E mesmo assim, o evento não contará com a presença da maior autoridade brasileira. O Presidente, pelo visto, preferiu, covardemente, terceirizar ao pecuarista Ministro do Meio Ambiente o papel de representar o Brasil, o que tem algum sentido. Ao aliar-se contra o multilateralismo, sucumbiu-se diante da derrota de seu guru, o ex-presidente dos Estados Unidos, além de flertar com ditadores do naipe de Erdogans, Victor Orbans, Vladimir Putins e demais representantes da extrema-direita alemã. Sem falar na homicida condução no enfrentamento da crise do coronavírus, o Presidente levou o Brasil a ser visto como pária perante à comunidade internacional. Outra vergonha!
bbc.com
Caricato, o representante do governo “ecocida” anunciará metas de reduzir 50% das emissões de gases poluentes até 2030, e neutralizar a emissão de carbono até 2050. Todavia, essas metas são vistas com muitas desconfianças, pois em sua fala ele não apontou a base de cálculo para o corte, o que levou à comunidade internacional a questionar o compromisso do governo na redução das emissões. O fato concreto é que o Brasil não convence que dará uma contribuição efetiva para a redução da crise climática mundial. Não obstante, não se envergonha em passar o chapéu e pedir dinheiro, insistindo na narrativa de que se trata do país que mais protege o meio ambiente. O discurso, por ser falso, é visto pela comunidade internacional como inócuo. Não vai colar. Cada novo levantamento sobre a destruição florestal é mais um golpe na reputação ambiental que o Brasil leva à Escócia. Em setembro, o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) divulgou que a Amazônia Legal perdeu 10.476 km² de floresta entre agosto de 2020 e julho de 2021. A taxa é 57% maior do que a da temporada anterior de desmatamento, e a pior dos últimos 10 anos. Impera a visão de que o Brasil nada tem a apresentar à COP26, a não ser números negativos, como os mencionados e outros que demonstram que o de desmatamento aumentou 48% comparativamente à 2018.
Na cúpula do clima de Glasgow, em 2020, os países deveriam ter apresentado planos de redução das emissões de gases de efeito estufa mais rígidos do que os oferecidos até agora no Acordo de Paris. Mas, quando 2020 terminou, apenas 75 dos quase 200 países que assinaram o Acordo o fizeram. É por isso que se espera que 2021 seja determinante para podermos ter esperanças de que a comunidade internacional comece a agir firmemente na proteção do meio ambiente agora, sob pena de não restar outro destino à humanidade senão o de sucumbir-se diante da lenta e duradoura destruição da vida humana, animal e vegetal conforme conhecida hoje.
Escrito por Fabio Tavares Marinho, Bacharel em Direito e estudante do curso de Controle Ambiental pelo IFB - Campus Samambaia