Relato de um cidadão revoltado
Por Eduardo de Souza - 21/06/2022
Desde 1500 aos dias atuais nós, cidadãos deste perdido Brasil, passamos por humilhações, ditaduras, fome, miséria, tragédias, genocídio, entre tantas outras coisas que poderiam ser citadas e que não existiria armazenamento suficiente no mundo para guardar um documento tão grande. Nos dias atuais principalmente, em que cerca de trinta e três milhões de brasileiros se encontram em estado de fome, pois não possuem emprego para comprar comida ou as remunerações dos ditos empregos são tão baixas que mal dá para passar o mês.
Assistências básicas não são dadas a esse povo tão explorado, e na grande maioria, todo serviço que serve as necessidades simplórias dessas pessoas são fornecidos de uma maneira totalmente ineficiente e tosca. Como o sistema de educação, que recentemente foi reformado, não possuindo um livro de didático de nem vinte páginas, não que antes fosse uma maravilha, mas que era melhor do que esta re(de)forma, era. A educação pública tem sido tratada de maneira tão precária nos últimos 20 anos que os índices de analfabetismo apenas têm aumentado. E cerca de 95% dos estudantes que “concluem” o Ensino Médio não sabem matemática básica, segundo a revista Veja. Resultados de pouco investimento, má gestão e má alocação de recursos públicos.
Além de termos uma educação precária, as únicas escolas que poderiam ser ditas que possuem uma educação de boa qualidade, os Institutos Federais e Universidades Federais agora sofrem, nesta gestão, um corte de 14,5% no orçamento. Representação de um governante que não lê, e não possui em seu vocabulário nem quatrocentas palavras, que defende a ignorância acima de tudo e a estupidez humana acima de todos.
O problema do Brasil não passa somente pela questão da péssima educação, mas também da péssima saúde pública. A má administração e má alocação dos recursos públicos matam diariamente milhares de brasileiros. Filas de espera em hospitais, falta de médicos, e um serviço precário são os grandes agentes destas mortes de pessoas inocentes.
O desemprego assombra os brasileiros, a fome, a ruína, a miséria. Tudo isso faz parte da grande maioria da população. E mesmo pagando uma tributação abusiva, pois tudo que compramos não tem menos de 20% de impostos alocados a compra do produto, somos tratados feito lixo por nossos ditos representantes, e apenas somos lembrados quando a “mamata” deles está no final, chegando o período da eleição. Isso é tão real que em ano eleitoral você vê até deputada(o) em alguma escola, distribuindo panfletos e entregando uma construção superfaturada para dizer que se importa com a educação, e fazendo o teatrinho de sempre, com uma criança e um discurso fajuto com a moralidade lá no espaço, mas apoia a mesmo ser desprezível que autoriza o corte na educação. Você também vê rodovias novas sendo construídas, auxílios distribuídos para recuperar a popularidade que já está no esgoto. Mas nunca vê os problemas reais sendo resolvidos, como a inflação, a fome, o desemprego, o aumento excessivo nos itens básicos (alimentos, combustíveis, gás de cozinha), a péssima educação, a péssima saúde pública, a baixa segurança pública, entre tantos outros problemas que seriam possíveis ser resolvidos em um período de quatro anos, mas são ignorados por uma sede de poder insaciável.
Esses problemas, em uma grande parte, não têm a ver com apenas uma gestão específica, mas sim, com todas as últimas dos últimos trinta anos para mais. Culpa de todos os escolhidos para ocupar uma cadeira em um salão dos três poderes no Planalto Central.
imagem retirada do site artecult.com
A revolta aqui é em grande parte com os governantes, mas também é bom ressaltar que a população também tem culpa nisso, por escolherem pessoas erradas e nem mesmo analisarem os candidatos antes de votarem. E votarem em outros candidatos só por conta que são amigos do candidato principal. E por possuírem também a memória fraca, e elegendo aqueles que erraram no passado novamente, só por conta que esses usam discursos populistas para dizerem que na época deles era melhor, sendo que era a mesma ineficiência e péssimo trabalho.
Isso é um relato de um estudante que todos os dias lida com a má administração, com ônibus ultrapassando descabidamente a lotação máxima todos os dias, com os pais se matando de trabalhar para conseguir um salário-mínimo. Com serviços públicos de péssima qualidade e agora, com a instituição em que ele estuda, caminhando para o abismo, pois o dinheiro está sendo cortado. E não é uma realidade que apenas o redator se identifica, mas também outros estudantes que passam mais dificuldades ainda, como por exemplo, trabalhar e estudar, para poder sobreviver e muitas vezes também, deixando a educação de lado, pois o emprego é quem vai garantir a sobrevivência do mesmo.
O brasileiro necessita de uma conscientização em conjunto e se revoltar com esse sistema falido de eficiência, para resolver todos esses problemas e dar um fim a exploração que sofremos. Já estamos no fundo do poço, e parece que estamos cavando mais ainda o fundo, só falta o poço desmoronar, para nossa cova ser tampada de vez.