Diversidades

Meu Amor...
Por Karen Reis, 10/08/2021

O primeiro país que conheci quando saí do meu foi a França.
Minha música preferida é "La vie en rose".
Minha obra de arte preferida é a performance "A artista está presente".
Meu filme preferido é "Diário de uma paixão".
Eu sou apaixonada por escrita.
Eu vivo pelo ballet.
E você ainda tem coragem de me perguntar se eu acredito em amor?
É claro. Crer em algo é acreditar na ocorrência, confiar e tomar por verdadeiro.
Mas como acreditar em algo dessa natureza com tanta facilidade?
É simples.

O ser humano nunca foi capaz de inventar algo que ainda não existe. Tudo o que conhecemos como inovação são junções e reorganizações de coisas que já conhecemos. Como prova, pense que o ser humano não consegue nem ao menos inventar uma nova cor, quanto mais inventar algo tão esplendoroso como o amor. Amor não é passageiro para ser chamado de sentimento e é raro o suficiente para que eu possa dizer que amor verdadeiro acomete somente alguns poucos sortudos. Como poderia a arte inventar o amor quando nós inventamos a arte? Não poderia. Ele está entre nós com toda a sua intensidade e reciprocidade para ser reproduzido da melhor maneira que conhecemos: cultura.

Arte é o lugar de coisas complexas, como uma forma de expressão humana que diz tudo sem dizer absolutamente nada. Não é preciso explicação, é só… absorver e aceitar a incompreensão do compreensível. Aos poucos começamos a entender a força, o poder e a realização do amor, que deixa claro para muitos que estes jamais amaram. Eu jamais amei, então cabe à mente se inquietar com a possibilidade enquanto a racionalidade mostra a impossibilidade frente as probabilidades encontradas em todas as esquinas.

Poucos vão amar de verdade, mas a arte vai continuar gritando amor para todas as essências que tiverem paciência para escutar, porque esse será o mais perto que muitos de nós poderão chegar do infinito. Amar também é viver, viver talvez também seja sobre amar e isso tudo é sobre ser mais humano. A arte sabe como ninguém como nos lembrar disso como um bom placebo cirúrgico.