Estudantes do 3º ano da turma do Controle Ambiental produziram textos para a aula de Língua Portuguesa, baseados em uma das propostas de Redação do PAS: Aprender a ver beleza no diferente. No debate em sala de aula, orientado pela professora Bruna Belmont, surgiram diferentes pontos de vista sobre o tema - da desconstrução dos padrões de beleza até o despertar para valorizar as coisas simples da vida.
Nas palavras do aluno Dylan Portela:
“Para ser bem aceito precisa-se seguir um padrão estético pré-determinado. Não é difícil inferir qual padrão é considerado belo e correto quando só existe um, consumido em materiais de entretenimento e produzido por pessoas majoritariamente brancas e magras, feito para pessoas brancas e magras (...) ultimamente há uma crescente inserção de diversidade nas mídias de entretenimento. Pessoas negras assumem papéis de protagonistas em grandes produções, como no filme ‘Pantera Negra’, e modelos plus size adentram ao mundo da moda ressignificando o que é considerado a ‘verdadeira beleza’.”
Alice Carolina também questiona o padrão, atentando para as consequências da visibilidade das mídias sociais:
“Embora os parâmetros possam mudar com o passar dos anos, as pessoas continuam buscando um ‘espelho’ que as caracterize como belas. Pode-se observar que a busca por esse padrão, muitas vezes inatingível, tem gerado grandes transtornos na saúde psicológica geral da população (...) a cada acesso as pessoas são bombardeadas com realidades ilusórias. E por mais que seja perceptível a grande farsa, é inevitável o sentimento intrusivo que traz a sensação de inferioridade.”
Já Otaviano Braga disserta sobre o tema com uma perspectiva mais filosófica:
“A beleza, segundo Francis Bacon, deve alcançar a perfeição, embora ele reconheça que, na composição do belo, é inevitável reconhecer uma certa estranheza em suas proporções (...) é importante identificar o que constitui o belo, afastando-se de idealizações sociais e aproximando-se da valorização de saberes, significados e sentimentos (...) para ver beleza no diferente, é preciso dispensar preconceitos que limitem nossas reflexões”
O aluno ainda ilustra a sua argumentação mencionando um dos textos motivadores:
“Em sua obra ‘O Paraíso são os Outros’, Valter Hugo Mãe propõe que nossos julgamentos acerca do que nos aparenta esquisitice, invulgaridade ou feiura, pode simplesmente partir da dificuldade de compreender os padrões próprios do que observamos (...) nossa compreensão do belo pode ser compartilhada em comum, desde que não despreze a multiplicidade de interpretações e reflexões pessoais”
imagem retirada de <www.timburton.com>
Isabella Alves conclui o seu texto pensando em possíveis soluções:
“Seria muito importante que, principalmente, a mídia e a moda se desprendessem e parassem de impor esse único padrão em desfiles, propagandas, design de roupas, e incentivassem as pessoas a valorizarem os diversos tipos de corpos e a enxergarem a beleza no diferente, a beleza que está presente em cada um de nós.”