O que significa um rio? Os rios são a vida, a pesca, o asseio, o cuidado, o transporte, a vazão, o encontro, a partida, o caminho e até mesmo a despedida. 

Mas o que mais temos em um rio? Existem vidas, solos, relevos, vegetações, conhecimentos e encantarias que permeiam essas águas e que podem ser pensadas através do conhecimento geográfico, seja pela cultura, economia, biogeografia, hidrografia, clima, território, geopolítica e entre outras formas de trazer códigos científicos para a compreender a Paisagem. 

Os rios são manifestações de um ciclo muito importante para sobrevivência da vida humana, é uma potência que gera e nutre a vida, com significados inestimáveis para os habitantes do mundo. Quando este rio é atingido por desequilíbrios de níveis mundiais, nacionais ou locais é sempre uma reação em cadeia, uma mudança em todo um ecossistema que os seus efeitos são sentidos em muitas escalas e dimensões do Território. Fica a pergunta: Estamos preparados para as mudanças das águas e os seus efeitos? O que fazer quando um rio transborda?

Longe de um texto acadêmico, esse texto é sobre homenagear as pessoas que responderam a esta pergunta com ações. Elas responderam de suas formas e seus modos e adaptaram-se às mudanças que os rios propuseram. Não é possível que se tenha apenas uma forma de ajudar.

Foram alimentos, agasalhos, colchões, afetos, conhecimento, organização, síntese de pensamento, quantias e entre outras manifestações de ações práticas que remediaram um efeito que só podemos chamar de catástrofe sócio-climática do Rio Grande do Sul.  

Esse texto é para vocês, que transbordaram em boas ações e escolheram transformar suas indignações, dores, medos e angústias que foram sentidas neste período em ações e movimentos para modificar o lugar que habitam.