Calendário

Primeiro Semestre de 2021

Definições, Proporções e Demonstrações: Relações entre História da Matemática e da Filosofia Antiga 15/02

Rafael C. de Souza (Mestrando-Unicamp)

Resumo: "Thomas Heath (1921) defende que parte fundamental do avanço da matemática grega se deu devido ao contato com a filosofia. Nesta apresentação mostro como a inversa também é verdadeira. Apresento como conceitos fundamentais da filosofia dos pitagóricos, Sócrates, Platão e Aristóteles estão conectados diretamente com questões da matemática. Dois exemplos de conceitos que serão apresentados e estão em um diálogo direto com a matemática da época são: (i) definição (e seus tipos) e (ii) demonstração. Por fim, apresento algumas propostas interpretativas da noção de demonstração na filosofia e a sua relação com a teoria das proporções na matemática."

Como explicar a identidade ao longo do tempo? 08/02

Mariana T. Fernandes (Mestranda-Unicamp)

Resumo: "Discutirei sobre o problema da persistência dos particulares ao longo do tempo. Apresentarei duas noções de identidade para objetos: a noção de identidade de persistência e a noção mereológica. Em seguida, veremos a incompatibilidade entre essas duas noções e veremos as tentativas de desfazer essa incompatibilidade propostas pelo endurantismo e pelo perdurantismo. Por fim, apresentarei brevemente a relação entre o problema da persistência e as teorias metafísicas do tempo conhecidas como presentismo e eternismo."

Pluralismo Lógico 25/01

Sofia Abelha (Graduanda-UFSC)

Resumo: "Dada a atual multiplicidade de lógicas não clássicas e suas diversas aplicações, a perspectiva monista tradicional e a forma como se compreende a própria atividade lógica necessitam de uma revisão cuidadosa. A abordagem pluralista busca conciliar o desenvolvimento dessas novas lógicas, a começar pela questão: podemos afirmar que diferentes sistemas lógicos, mesmo se mutuamente incompatíveis, oferecem noções de consequência lógica e validade igualmente legítimas? As respostas pluralistas são afirmativas - contrariamente à perspectiva monista -, porém não são todas consensuais, o que dá origem a diferentes vertentes. Outra alternativa que, em geral, caminha com o pluralismo é o relativismo lógico, sumariamente: noções de validade variam de acordo com outro parâmetro. Pretendo contextualizar rapidamente essa discussão e apresentar algumas das principais propostas pluralistas e suas objeções."

Graham Priest e a Teoria de Gluons 18/01

Renato Valvassori (Graduando-Unicamp)

Resumo: "O que faz com que uma pluralidade de objetos forme uma unidade? Qual a diferença entre uma unidade e um agregado de coisas? Qual a relação entre um objeto e suas partes? Nesta apresentação oferecerei uma introdução à Teoria de Gluons proposta por Graham Priest em seu livro One (2014), e mostrarei como essa teoria sugere uma resposta inovadora aos problemas mencionados. Para isso, serão discutidos temas como o dialeteísmo e o noneísmo, posições filosóficas que nadam contra a corrente da metafísica desenvolvida na tradição ocidental."

A lógica como formalização do pensamento dedutivo 11/01

Mahan Vaz (Graduando-Unicamp)

Resumo: "Inspirado no Paradoxo de Zênon, o artigo de Lewis Carroll intitulado "O que a tartaruga disse a Aquiles" mostra o problema de se admitir que a implicação material, como é comumente definida, captura de maneira exata o pensamento dedutivo. Neste encontro, explicarei o problema apresentado por Carroll e proporei uma discussão acerca do assunto."

Segundo Semestre de 2020

Dedução natural e semântica algébrica para a lógica intuicionista 14/12

Felipe Albarelli (Graduando-Unicamp)

Resumo: "Nesse encontro vamos falar sobre formalizações da lógica intuicionista. Inicialmente, tratamos sobre a concepção de prova lógica intuicionista em oposição à clássica. Em seguida, pretendo explicar o que significa, em lógica formal, uma semântica e uma sintaxe para uma lógica. Por fim, apresentarei a dedução natural intuicionista e a semântica algébrica com bases em álgebras de Heyting."

Um contraste entre a ciência praticada hoje e a proposta por Aristóteles 07/12

Fernanda Cardoso (Graduanda-Unicamp)

Resumo: "É apenas satisfazendo certos requisitos que um determinado conhecimento pode ser apropriadamente chamado de “científico”. Tais requisitos, por sua vez, constituem o que chamamos de “método científico”. Aristóteles é reconhecido por ter elaborado a primeira sistematização rigorosa do método científico na história do ocidente, que chamamos de “teoria da demonstração científica”. Contudo, o método científico foi consideravelmente alterado ao longo do tempo histórico, tomando várias formas conforme necessidades e considerações contingentes. Cabe a esta apresentação i) expor os princípios fundamentais da teoria da demonstração científica aristotélica e ii) expor alguns dos princípios que regem o método científico contemporâneo para iii) estabelecer um contraste entre a ciência que é praticada hoje e a proposta por Aristóteles."

O problema da soberania em filosofia do direito 30/11

João Felipe S. Rasi (Graduando-Unicamp)

Resumo: "No decorrer da história humana e até nos dias atuais muitas sociedades possuem um indivíduo, ou um conjunto de indivíduos, que detém certa autoridade para legislar, administrar e julgar. Aqui chamaremos tal indivíduo de “soberano”. Mesmo que o soberano possa variar dependendo do momento sociopolítico que a sociedade vive, há uma característica comum a todos: a autoridade e o poder. Entender o que legitima esta autoridade do soberano é um difícil problema que existe dentro da filosofia do direito e será tema da presente apresentação que se ocupará em (i) mostrar detalhadamente o problema da legitimidade do soberano, e (ii) como diferentes posicionamentos sobre a ontologia do direito influenciam na resposta deste problema."

A cognição corporificada e suas objeções 23/11

Paola Longo Mantovani (Graduanda-Unicamp)

Resumo: "Dentro da filosofia da mente e em específico, na filosofia da cognição, a abordagem da cognição corporificada é formulada como um alternativa ao cognitivismo/representacionalismo e propõe que as ações de um organismo no seu meio constituem seus estados cognitivos. Essa abordagem tem ganhado popularidade nos últimos anos, uma vez que se apresenta enquanto uma alternativa à tradição cognitivista, segundo a qual o corpo é compreendido como um veículo para a recepção de estímulos e o cérebro como um receptor e processador central de informações. Desse modo, ao longo da apresentação serão expostas de maneira breve as bases da concepção cognitiva corporificada com o objetivo primeiro de apresentar as suas principais objeções. Em um segundo momento, veremos a resposta dos pesquisadores em cognição corporificada e discutiremos se os problemas e as limitações apontados são relevantes ao futuro da pesquisa nessa área."

Disputas acerca da psicologia do senso comum 16/11

Ciro Hideki (Mestrando-Unicamp)

Resumo: "Temos uma compreensão implícita, pré-teórica, a respeito dos tipos de estados mentais que humanos instanciam (sentimentos e emoções complexas, estados perceptivos, estados reflexivos) bem como da forma com que eles interagem entre si. Temos uma compreensão implícita, pré-teórica, a respeito de como esses estados se conectam com estímulos externos e o modo como nos comportamos. Sem perceber, usamos esse conhecimento tácito a respeito da psicologia humana para navegar pelo mundo social. Usamo-lo tanto porque ele funciona para explicar, em retrospectiva, as atitudes e idiossincrasias do outro, quanto para antecipar suas condutas e comportamentos. E, sem dúvida, parte da razão pela qual atribuímos toda essa vida mental aos que pertencem à nossa espécie consiste no fato de que projetamos neles, a partir de nossa própria experiência, essa variedade de estados internos unidos por uma rede intricada que define suas associações causais. Na literatura, esse conhecimento implícito é chamado de psicologia de senso comum (folk psychology). Nessa apresentação, tentarei mostrar como ela ocupa um papel central na filosofia da mente, e como diferentes posicionamentos a respeito dela dão origem a diferentes teorias sobre a natureza da mente e de sua relação com o cérebro."

Demonstração geométrica em Aristóteles 09/11

Rafael C. de Souza (Mestrando-Unicamp)

Resumo: "Apresento uma interpretação sobre a demonstração geométrica em Aristóteles. Meu objetivo é esclarecer o que Aristóteles compreende sobre a defesa da aplicação da silogística e a necessidade da noção da explicação causal na geometria. Para isso, apresento uma interpretação da noção de conhecimento demonstrativo através da explicação pela causa apropriada presente em Segundos Analíticos."

Números em linguagem natural 26/10

Gabriel Andersen Eugênio (Graduando-Unicamp)

Resumo: "Muitas vezes filósofos apelam à linguagem natural para discutir sobre a natureza dos números naturais. Frege, por exemplo, toma que "o número de planetas" e "o número de estações do ano" são termos que se referem a números naturais (como objetos abstratos). Contudo, Friedrike Moltmann oferece evidências de que termos como "o número de planetas" não se referem aos números enquanto objetos abstratos, mas sim a tropos de números. Na apresentação discutiremos os casos que Moltmann levanta para o debate e como eles auxiliam a tese de que termos como "o número de estações dos ano" se referem a tropos de números."

Há dilemas morais? 19/10

Alex Bispo Bastos (Graduando-Unicamp)

Resumo: "Um dilema moral é uma situação em que o agente é moralmente obrigado a fazer pelo menos duas ações que são conflitantes e que, portanto, tornam o agente incapaz de realizá-las conjuntamente. Isso significa que inevitavelmente o agente fará algo moralmente errado, pois, não importa qual curso de ação ele escolher performar, ele violará uma obrigação moral. O objetivo desta apresentação é introduzir alguns problemas filosóficos que envolvem dilemas morais. Discutiremos, principalmente, as seguintes questões: i) existem dilemas morais genuínos? ii) qual o impacto de dilemas morais em teorias ético-normativas? iii) agentes em dilemas morais genuínos são moralmente responsáveis? iv) como o debate sobre a natureza da responsabilidade moral influencia a discussão sobre a existência de dilemas morais?"

Erros perceptuais e a referência demonstrativa 05/10

Ariston Sócrates Guimarães (Graduando-Unicamp)

Resumo: "A classe dos demonstrativos é constituída por expressões linguísticas aparentemente sensíveis ao contexto e cujos usos costumam ser acompanhados de gestos (e.g.: 'isto', 'aquilo', 'ele'). Entender como funciona a referência de demonstrativos tem se provado um desafio na filosofia da linguagem contemporânea, e o debate em torno de qual modelo é mais adequado envolve a resolução de uma dificuldade adicional: como acomodar casos de falantes que erram ao apontar para algo? Esta dificuldade é a motivação do conhecido problema de erros perceptuais na referência demonstrativa, e entender se esse problema pode ser formulado como um bom caso-teste para avaliarmos os modelos de referência é importante para o debate. Então, nesta apresentação pretendo discutir esse problema. Começarei introduzindo a relação entre percepção visual e usos demonstrativos para logo em seguida detalhar o problema. Em um segundo momento, veremos dois tratamentos diferentes desse problema oferecidos por David Kaplan e John Perry."

Psicologia social e filosofia política 28/09

João Felipe S. Rasi (Graduando-Unicamp)

Resumo: "Muito se discute sobre qual seria a importância e a influência da ciência para a filosofia. Nesta apresentação, discutirei brevemente o que são a filosofia política e a psicologia social, para em seguida mostrar uma defesa da visão de que a psicologia social (enquanto área científica) é relevante, e influente, para os debates da área de filosofia política. Esta defesa propõe que há relevância filosófica da psicologia social em virtude do seu caráter explicativo e avaliativo perante intuições e teses de ética normativa."

Moralidade da procriação 21/09

Gabriel Maruchi (Graduando-Unicamp)

Resumo: "Qual é o status moral de ter filhos? Será que é nosso dever tê-los? Ou isto é moralmente errado? Em minha apresentação, reconstruirei diversos argumentos que pretendem responder a esta questão. Para termos as ferramentas para analisar estes argumentos, começarei minha apresentação com algumas considerações gerais sobre ética normativa e aplicada."