1. Nada sobre nós, sem a nossa presença!
Pessoas que usam drogas devem estar significativamente envolvidas na elaboração dos projetos, planejamento, implementação, monitoramento e avaliação. Estes incluem a participação de pessoas que usam drogas em todos os níveis da prestação de serviço da Redução de Danos com as mesmas condições dos não-usuários. Para a Redução de Danos é recomendável o estabelecimento de serviços conduzidos por pares, desenvolvimento do trabalho em rede, notificação de violações dos direitos humanos, defesa esses direitos e a reforma da lei de drogas.
2. Abordagem centrada na pessoa
Construir relações de confiança é central para uma abordagem de Redução de Danos centrada na pessoa. A essência da filosofia da Redução de Danos é uma atitude de não-julgamento, não-prescritiva e uma relação aberta e honesta. O resultado consiste em que as pessoas que usam drogas sintam-se humanizadas, reconhecidas e empoderadas para fazer suas próprias escolhas.
3. Mais do que ofertar serviços
Os serviços devem ser acessíveis, e com qualidade suficiente para assegurar que pessoas que usam drogas possam ter seus direitos à saúde. Isso significa ter uma programação flexível, uma política de baixa exigência, serviços conduzidos por pares e uma abordagem holística.
4. Promover qualidade de vida
A Redução de Danos objetiva promover a qualidade de vida das pessoas que usam drogas. Uma vez que a pessoa é mais importante do que a substância que ela usa, a atenção para outras necessidades básicas, tais como: alimentação, moradia, segurança ou emprego devem ser incluídos na programação ou no projeto.
5. Não se opõe a prevenção e a reabilitação
A Redução de Danos pode ser aplicada em todo o espectro do percurso do usuário de drogas. Não existe um único modelo para esta população heterogênea: os resultados dos programas de Redução Danos são diferentes em cada indivíduo e alcança um padrão de uso de drogas mais saudável ou mais responsável, com mais autocontrole, iniciando a abstinência. As mensagens de Redução de Danos estão integradas aos serviços de prevenção primária, desintoxicação e reabilitação.
6. Compreender o uso de drogas em seu contexto social
A Redução de Danos entende que o uso de drogas é um fenômeno inerentemente social e que a maior parte dos danos relacionados ao uso de drogas são causados ou se agravam consideravelmente pelo contexto de risco social em que o uso acontece. Os programas de Redução de Danos envolvem apoio familiar, a comunidade, autoridades, comunidade médica, políticos idealizadores de uma política local e nacional em defesa dos direitos dos usuários de drogas. Em diferentes realidades locais e culturais significam que os programas de Redução de Danos necessitam ser ajustados para a realidade social e são mais eficazes quando adaptados ao contexto local dos usuários.
7. Reconhecer que o uso de drogas não é crime
A Redução de Danos defende a descriminalização do uso de drogas. Essa abordagem se opõe tanto às sansões criminais do uso de drogas, bem como do “tratamento” medicamentoso e obrigatório. Os programas de Redução de Danos preenchem uma lacuna no conhecimento dos indivíduos e comunidades sobre os usos de drogas.
8. Abordagem pautada nos direitos humanos
Independentemente de como se explica a dependência ou o uso de drogas; o usuário deve ter todos os direitos humanos garantidos e acesso a assistência jurídica. Isso, inerentemente, significa uma vida livre de estigmas e discriminação. Criminalização, estigma e marginalização fazem mais danos às pessoas que usam drogas do que o próprio uso. Tanto a crítica dos facilitadores quanto dos não-facilitadores devem ser abordada em defesa da Redução de Danos.
9. Aberta para todas pessoas que usam drogas
Redução de Danos aborda os riscos à saúde associados ao fumar, cheirar e ingerir diferentes tipos de drogas. Além do uso seguro de drogas, versa sobre o comportamento sexual de alto risco associado com o uso de drogas e os direitos de saúde sexual e reprodutiva, abordando as barreiras à saúde e aos serviços de saúde que os jovens e as mulheres que usam drogas enfrentam.
10. Baseada em evidências e uma abordagem holística
Um elevado número de evidências mostra que a Redução de Danos é efetiva em reduzir a transmissão de doenças contagiosas e que isso beneficia a sociedade como um todo. A eficácia da programação da Redução de Danos inclui assistência jurídica, acesso aos programas de justiça, suporte psicossocial, envolvimento dos parceiros e da família, suprimento das necessidades básicas, abrigo e zona de segurança (ex. salas de consumo de drogas), criar oportunidades de subsistência e plena inclusão na sociedade.
O texto original está publicado no site da Mainline: Drugs &Health e pode ser acessado em: https://english.mainline.nl/page/harm-reduction
“Se for usar drogas, use da forma mais segura possível”, este é o lema da Mainline.