SÓ A EDUCAÇÃO E DEDICAÇÃO PODEM TE LEVAR A REALIZAR SONHOS
AGENDE JÁ SUA AULA !
LINK PERMANENTE NO MEET PARA TIRAR DÚVIDAS E AULAS, SÓ MARCAR DIA E HORÁRIO, SEJAM BEM VINDOS
SÃO APRROVADAS NA UFES
PROFESSOR DE MATEMÁTICA E FÍSICA
"FOCO SEMPRE NOS SEUS OBJETIVOS, COM A EDUAÇÃO VOCÊ PODE REALIZAR SONHOS."
DÚVIDAS DE TODAS ÁS AULAS TIRADAS PELO MEET.
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
Gelcimar, bom dia! Pena que não pude assistir! Estamos em semestre remoto aqui na UFF e temos mais de 50 estagiários no Pré Popular que continua na sua versão remota. Parabéns pela participação. Darei notícias suas ao nosso pessoal que restou no Pré e para xs novos alunxs tb! Vc é inspiração para eles, mais ainda pelo velo trabalho que realiza. Grande abraço! Por uma educação antirracista!
[04:52, 30/11/2020] Proff. Jairo S: Nós, docentes da Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense, vimos, por meio desta, manifestar o nosso repúdio e veemente indignação diante do brutal assassinato de Beto Freitas, perpetrado por seguranças do Supermercado Carrefour em Porto Alegre, na véspera do dia da Consciência Negra.
O nosso país, um dos mais desiguais do mundo, tem no racismo estrutural uma das suas principais características: racismo e desigualdade social se entrelaçam, pois há dados estatísticos que evidenciam que em um país onde o rendimento do 1% mais rico da população é 33,7 vezes o rendimento dos 50% mais pobres, portanto marcado pela concentração de renda e exclusão, a desigualdade atinge mais fortemente a população negra. O rendimento das pessoas pretas é 27,5% menor do que a média de rendimento nacional e 32,9% dos negros vivem na pobreza, enquanto 15,4% dos brancos vivem na pobreza, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostragem de Dados Contínua, PNAD 2019. O Atlas da Violência também atesta que, no Brasil, 75% das pessoas mortas pela polícia são negras, desvelando o racismo institucional que vigora no país. Segundo dados de 2019 do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, 66,7% da população carcerária é constituída de negros. Pesquisa recente da Rede Nossa São Paulo lança dados que mostram que 2/3 da população paulistana acreditam que há tratamento diferenciado entre pessoas negras e pessoas brancas em hospitais e postos de saúde, bem como 81% afirmam crer que existe um tratamento diferenciado em shoppings e comércio em geral, de acordo com Jorge Abrahão, coordenador geral do Instituto Cidades Sustentáveis, organizador da pesquisa. A bibliografia de obras de acadêmicos que estudam as relações étnico-raciais aponta na direção de conclusões semelhantes. No Brasil, 56,1% da população se declaram pretos e pardos, percentual que, no entanto, não encontra equivalência em sua representação política, nos cargos de chefia no serviço público ou privado e no acesso à educação e saúde de qualidade.
Não há democracia efetiva sem garantia de direitos iguais para todos e todas no acesso a bens materiais e culturais, com respeito à diversidade de gênero, raça e etnia e inclusão dos que têm necessidades especiais. Não há democracia onde impera o racismo e fingir ignorá-lo vai na contramão dos esforços empreendidos nos governos anteriores a 2016, que reduziram a pobreza e a desigualdade e investiram em políticas de reconhecimento da diversidade cultural e de ações afirmativas, visando a redução das assimetrias de oportunidades. O combate ao preconceito também passa, necessariamente, pela educação. Formamos pessoas, professores que atuarão em diferentes níveis da educação básica e na educação superior. Não podemos nos omitir diante do crime bárbaro perpetrado contra um cidadão brasileiro, negro, que teve a sua vida ceifada por motivo torpe, banalizando a violência e evidenciando o racismo. Urge que tenhamos educação antirracista nas escolas, que reformas que esvaziam a educação básica dos conteúdos de Ciências Humanas, empobrecendo currículos e valorizando uma formação mecânica, voltada para o exercício de funções subalternas na escala social, sejam rechaçadas. Imposições e insensibilidade social só reforçam práticas brutais e desumanas que não têm mais lugar em um mundo que deve se pautar pela defesa dos Direitos Humanos, do meio ambiente e da solidariedade, necessários à salvaguarda do bem comum.
(Esta nota foi redigida por uma comissão estabelecida pelo Colegiado de Unidade da FEUFF. Agradecemos às três professoras que trabalharam na sua redação: Ângela Tamberlini, Elaine Monteiro e Mariana Paladino.)
[04:53, 30/11/2020] Proff. Jairo S: A nota da Faculdade de Educação da UFF contrasta sinificativamente com o negativismo científico do General Mourão ao afirmar que não existe racismo no Brasil. Fornece inúmeros dados e fontes altamente confiáveis; de pesquisas realizadas que confirmam inequivocamente que somos um país racista. O negacionismo deste "governo" não abrange apenas as questões das vacinas e da própria letalidade da Covid-19, mas também se estende à área humana ao não reconhecer inúmeras pesquisas qualitativas e quantitativas, com múltiplos dados estatísticos, comprovando sobejamente a presença nefasta do racismo estrutural em nossa sociedade. Nosso papel é reafirmar a confiança nas pesquisas, demonstrar o coerência interna e externa dos estudos, não apenas no Brasil, mas internacionalmente.
POR UMA NOVA AMBIENCIA RACIAL, OU POR UMA AMBIENCIA PARA A IGUALDADE RACIAL. Carolina Chagas Schneider Denise Cristina Santos da Silva Fernanda Chagas Schneider Para entendermos quais tipos de práticas buscamos construir na perspectiva de uma educação antirracista, precisamos entender o que é ambiência racial e porque precisamos que uma nova ambiência racial se estabeleça na escola, ou ainda, porque precisamos de uma ambiência para igualdade racial em nossos contextos escolares. Ambiência é um conceito originalmente extraído das ciências biológicas e agronômicas para designar o meio em que vive determinado ser. Ao ser “incorporado” pelo campo da arquitetura, o conceito adquire uma nova acepção que nos interessa compreender: “O espaço, arquitetonicamente organizado e animado, que constitui um meio físico e, ao mesmo tempo, meio estético, ou psicológico, especialmente preparado para o exercício de atividades humanas; ambiente” http://www.dicionarioinformal.com.br Desta forma, compreendemos que a ambiência diz respeito ao espaço projetado pelo homem e por ele concebido para executar suas atividades, seja este espaço pensado do ponto de vista físico, seja ele pensado do ponto de vista psicológico. Ao unirmos a este substantivo, o adjetivo racial, buscamos perceber determinado espaço físico/psicológico relacionando-o ao conceito de raça, entendendo-a como propõe o Dicionário Escolar da Academia Brasileira de Letras como: “um grupo de pessoas que se distinguem de outras coletividades por suas características sócio culturais (língua, religião, história, tradições, etc.); grupo étnico” A partir desse ponto de vista, observamos que diferentes espaços apresentam diferentes ambiências raciais. Em uma apresentação de um coral teuto-brasileiro no Teatro São Pedro em Porto Alegre, determinada ambiência
racial é estabelecida, bem diferente da que se apresenta em um terreiro de umbanda no bairro Restinga da mesma cidade. Ao trazermos esse conceito para pensarmos o contexto escolar, precisamos refletir sobre qual ambiência racial é tradicional e historicamente privilegiada em nossas escolas. Essa ambiência existente que, embora atualmente, não seja unânime, ainda se mostra predominante, privilegia uma raça, uma cultura, um grupo étnico em detrimento de outros que legitimamente compõem a formação étnico cultural brasileira. A partir da impregnação do ambiente escolar de referenciais positivos sobre essa determinada raça, se estabelece uma ambiência racial que apenas empodera indivíduos que se identificam com esse pertencimento racial, produzindo, conforme Ramos (2014), o desconhecimento, o silenciamento e, ainda, a negativização da história de outras culturas. Sendo assim, podemos afirmar que tradicionalmente, a ambiência racial vem sendo construída na escola através de artefatos culturais capazes de transmitir essa ideia de supremacia de uma raça sobre as outras. A promulgação da Lei nº 10.639 que torna obrigatório o ensino da “História e Cultura Afrobrasileira”, representa uma tentativa de ruptura com esse modelo de escola que produz e reproduz conhecimentos apenas relacionados ao tradicional esquema europeu. No entanto, acreditamos que somente sob a perspectiva de nova ambiência escolar, pautada na ideia de igualdade racial e que exponha positivamente a riqueza multicultural que vivemos, é que conseguiremos efetivar a legislação vigente, reconhecendo e valorizando a história e a cultura negra brasileira. Nesse sentido, Ramos (2014) afirma que reconhecer as africanidades (sendo esses os elementos africanos que estão presentes em nosso cotidiano) em sala de aula significa, portanto, reorganizar a ambiência escolar, criando canais de visibilidade para a história e cultura negra, reconhecendo sua ancestralidade étnica, racial e cultural que nos compõe enquanto brasileiros. Referências: RAMOS, T.M: Africanidades na Sala de Aula: A Construção de uma Ambiência para a Igualdade Racial na Escola In: UNIAFRO, UFRGS 2014.
"Dedique-se, empenhe-se e busque."