Leia abaixo o Capítulo 6 do livro
No começo da tarde, decidiu fazer um passeio a pé pela cidade e reencontrar alguns locais da infância. Estacionou o carro em frente ao colégio de freiras no qual estudara. O prédio ocupava um quarteirão inteiro. Quantas vezes subira aquelas escadas? Centenas de vezes. Milhares. Lembrava-se em detalhes da planta do lugar. Onde ficava a sala em que estudara em tal ano, no outro ano e no outro; onde ficavam os banheiros, a secretaria, a biblioteca, a quadra de esportes.
Passou em frente aos degraus. Ninguém se banha duas vezes no mesmo rio e ninguém sobe duas vezes a mesma escadaria. Teve curiosidade de olhar lá dentro, ver as crianças brincando, sentiu-se tentada a ver a si mesma como a ex-aluna que retorna mais sábia. Se procurasse entrar, alguém haveria de abordá-la, perguntar-lhe o que queria. "Estudei aqui durante anos quando era criança, conhecia todo mundo e todo mundo me conhecia", ela diria, e talvez ouvisse: "E daí?".
Fora feliz ali? Na época, a vida parecia tão intensa... As amigas eram irmãs, as dúvidas eram profundas, cada dia trazia um novo medo, uma nova descoberta. Depois de tantos anos, mal conseguia se lembrar de alguma das tantas aulas que tivera, não seria capaz de reconstituir um único dia inteiro. Rostos que um dia haviam despertado uma raiva louca ou um pouco de carinho eram agora vagas imagens. Se lhe perguntassem como fora estudar ali, diria apenas: "bom, foi bom". Anos de vida resumidos em três palavras - duas, na verdade.
Perto da esquina, o portão lateral estava aberto. Espiando enquanto andava, teve um vislumbre do pátio. Uma vez, um menino muito bonito aproximara-se do canto onde ela estava conversando com uma amiga, a Si. Fez um rápido sinal nervoso, chamando a Si, que se levantou sorridente e animada e foi até ele. A Si gostava daquele menino. Conversaram por apenas dois segundos e ela voltou com a cara amarrada. "O que foi? O que ele disse?". A Si estendeu a mão com um papelzinho e informou: "Ele só queria me pedir para te entregar isto". Era um bilhete romântico. Rebeca se sentiu péssima com a decepção da amiga. Não tinha culpa nenhuma mas, ao mesmo tempo, tinha. Era bela. Sua mãe, seu pai, seus parentes, as professoras, as freiras, os meninos, todos estavam sempre comentando o quanto ela era bonita. Às vezes achava que seria melhor ser feia. Não muito feia, uma feiurinha normal. Toda aquela atenção lhe parecia desnecessária, mais do que isso, equivocada. Não fizera nada para merecê-la, não a queria. Sentira ódio do menino do papelzinho. Ele não viu que estava magoando sua amiga? Como podia ser tão burro? Sentia vergonha por causar comportamentos estúpidos nos meninos.
Deixou a escola para trás e continuou caminhando. Estava próxima do centro da cidade, uma região comercial. Reconheceu poucos lugares. Lembrava-se de uma loja de sapatos, uma lanchonete, a praça com a banca de revistas. Todas as lojas estavam vazias. Algumas vendedoras postavam-se à porta, de braços cruzados. Em certos casos, o desespero por clientes começava a transparecer na abordagem direta: "Quer conhecer a loja?", "Vamos entrar...", "Boa tarde...".
Sábados pela manhã, a mãe as arrastava para aquelas lojas. Experimentavam sandálias e roupas e a mãe falava direto com a atendente, perguntando se não tinham aquela num tamanho maior, se não tinha ficado linda. "Ela prefere a gola daquele jeito". Rebeca não sabia direito que gola preferia, a mãe estava sempre um passo à frente. Quando se cansavam, procuravam sempre a mesma lanchonete e as meninas dividiam um refrigerante. Quando Raquel deixou de ir a esses passeios, porque conquistara o privilégio de escolher as próprias roupas e de dormir até tarde no sábado, eram só Rebeca e Isabel e sobrava mais refrigerante para ela, mas a atenção da mãe também sobrava.
Da primeira vez em que uma festa de aniversário foi organizada em formato de baile, os meninos ficaram agrupados de um lado e as meninas de outro. Discos de vinil e fitas cassetes forneciam a trilha sonora, composta de músicas lentas. As mais populares eram London, London, de Caetano Veloso (mas na versão do RPM) e Dona, de Sá e Guarabyra (mas na versão do Roupa Nova). Eram músicas para serem dançadas balançando os quadris, com as mãos na cintura e, porventura, com as bochechas se tocando.
Poucas vezes Rebeca entrava em alguma loja com o desejo genuíno de comprar alguma coisa. Isabel cuidava de tudo. Era preciso que a sorte fizesse as opiniões das duas se alinharem, como uma conjunção astral. Não foi o caso naquele dia em que viu um tênis preto, igual ao que mostravam na televisão e vira também no pé de uma menina mais velha, uma série na frente da sua, na escola. A moça sabia qual era e trouxe o seu tamanho, mas a mãe nem deixou que experimentasse. Tênis? Preto, ainda por cima? Não era coisa de mocinha. Meu Deus do céu, Rebeca, você tem cada uma.
Os shopping centers ofereciam estacionamento fácil, ar condicionado, banheiros limpos; a internet oferecia preços mais baixos e entrega em domicílio. O comércio do centro da cidade oferecia o quê? Fumaça de ônibus e gente cansada. Parecia agonizante, com suas lojas de quinquilharias cada vez mais baratas, seus pedintes, suas inúmeras farmácias.
A primeira dança demorou a acontecer. Acabava recaindo naturalmente sobre os meninos a responsabilidade de tomar a iniciativa e se aproximar de uma parceira, mas nenhum deles estava disposto a ser o primeiro. Para piorar, ainda não tinham disponível a facilitação das bebidas alcoólicas. Rebeca não fora a primeira a ser convidada para dançar, nem a segunda. Os cabelos louros escovados, a maquiagem discreta, a beleza indiscutível atemorizava os pretendentes. Cada um deles cedia tacitamente ao próximo a honra de ser aquele que dançaria com ela, ou a humilhação de ser o primeiro rejeitado, preferindo se dirigir às colegas que acreditavam mais acessíveis. Rebeca não rejeitaria nenhum pedido de dança, estava tão ansiosa quanto eles, mas só lhe restava esperar.
A livraria onde ela comprava os exemplares da Coleção Vaga-Lume - devorava os livros do Marcos Rey, O mistério do cinco estrelas, O rapto do garoto de ouro, Um cadáver ouve rádio - já não existia mais, tornara-se loja de roupas. O cinema da sua infância, onde assistira a Indiana Jones, Flashdance, Top Gun, Goonies, também não estava mais lá, dera lugar a uma igreja evangélica, que tinha público para ocupar diariamente todas aquelas cadeiras.
No cabeleireiro era a mesma coisa, Isabel se encarregava das instruções. "Ela gosta de usar franjinha". Quando eram pequenas, tanto ela quanto Raquel usavam franjinhas. A independência conquistada pela irmã incluiu se livrar da franja. A resposta da mãe foi passar a elogiar constantemente o cabelo de Rebeca e fazer ainda mais questão de que a caçula usasse a franja. Pouco depois de se mudar para São Paulo, Rebeca cortou o cabelo curtinho, só para se certificar de que realmente podia fazê-lo. Podia perfeitamente entrar no cabeleireiro, dizer que queria curtinho e ninguém iria contrariá-la. O cabeleireiro ficou assustado. Tem certeza, meu amor? Um cabelo tão lindo. Ela foi forte. Pode cortar. Tudo. Quando chegou em casa, Rebeca ficou se olhando no espelho, imóvel e em silêncio, até escorrerem as lágrimas. Permitiu-se uma de cada olho, depois enxugou e engoliu o resto. Deixou crescer novamente. Mas sem a franja.
Acabara dançando, é claro. Quase no final da festa, dera seu primeiro beijo. O menino começou lhe dando uma cuidadosa beijoca na bochecha. Ela não protestou e, encorajado por esse modesto sucesso, ele arriscou um selinho nos lábios, que ela recebeu de olhos fechados. Ele então a beijou com um pouco mais de coragem, mas ainda suavemente, tomando um de seus lábios entre os dele. Finalmente, quando a ponta da língua dele tocou nela, Rebeca teve um pequeno espasmo, como se levasse um susto ou um choque no corpo inteiro, que a fez jogar a cabeça para trás. Sua reação um tanto desajeitada fez o entusiasmo do jovem arrefecer, a música acabou e eles se separaram.
Adorava entrar na enorme sala escura depois que o filme já tinha começado e andar pelos corredores com as amigas procurando por lugares vagos, na época em que os assentos ainda não eram numerados. Chupavam balas soft e depois sopravam a embalagem de modo a produzir poderosos assobios. A sorveteria, que ficava em frente ao cinema, agora vendia sanduíches. Na época, era metida a sofisticada e tinha um sabor chamado "chocolate alle nocciole", seu favorito. Logo ao lado, havia uma lanchonete. Sempre que fazia seu pedido, Rebeca acrescentava: "e uma coca". E todas as vezes o garçom respondia: "só tem pepsi, pode ser?". Como ficava meses sem ir lá, acabava se esquecendo daquele detalhe. Sempre pedia uma coca, e invariavelmente ouvia se podia ser pepsi.
Sorriu de forma condescendente ao se lembrar daquela sua versão mais nova. Ficara desorientada com aquele beijo, ao mesmo tempo excitada e envergonhada e sem saber direito o que deveria sentir. Não queria ser a Jezebel, a Messalina, a Salomé que ouvia serem condenadas tanto em casa quanto na escola - sua mãe e seu pai eram moralistas e muito rígidos. Ao mesmo tempo, sabia que colegas suas beijavam meninos e via beijos na televisão o bastante para saber que não eram nada de mais, o que fazia com que lamentasse por ser uma tola e se envergonhasse da própria vergonha. Seja como for, lembrar daquilo tantos anos depois, caminhando despreocupada em um dia de sol, depois de ter passado por dificuldades bem maiores, quase chegava a ser um prazer.
Uma loja de eletrodomésticos atingira o cúmulo de colocar um sujeito vestido de palhaço empunhando um microfone e gritando as promoções do dia. O chão estava coberto de papel picado, como se fosse carnaval.
O baile de carnaval mais estranho da juventude tinha sido aquele em que a Milena apareceu com a gringa. Milena fizera um breve intercâmbio nos Estados Unidos, ao longo do qual ficara morando na casa de uma família local. Onde tinha sido? Texas? Colorado? Eram rednecks, mas isso ela não sabia na época. Meses depois, sua irmã americana veio ao Brasil, para o carnaval. Tinha sido muito estranho conviver com alguém que não falava português. Algumas pessoas falavam mais alto com ela, na esperança irracional de se fazer entender por puro volume. Fizeram a moça experimentar tudo de que gostavam: pão de queijo (cheese bread), guaraná (from Amazonia), coxinha (chicken leg, but not really). Ela não se impressionava com nada. Só provava e dizia: that's nice. O carnaval brasileiro, versão salão de baile de clube do interior paulista, também não surtiu muito efeito em termos de entusiasmo. A menina só bebia e sorria, bebia e sorria. Rebeca ficou aliviada quando ela foi embora.
O segundo bailinho fora um fiasco total. O aniversariante ia viajar no final de semana e inventou de fazer a festa numa terça-feira. Seu pai inicialmente a proibiu de ir, tinha de acordar cedo no dia seguinte para ir à aula, onde já se viu festa em véspera de dia escolar? Depois de muita insistência, ele cedeu. Mas avisou: iria buscá-la às dez.
Rebeca sentiu pena daquele cara com a bola vermelha no nariz, sentiu pena dos vendedores, que provavelmente ganhavam uma comissão minúscula e sentiam diariamente o desemprego bafando no pescoço. Sentiu pena do gerente, que devia ter metas inalcançáveis.
Naquela esquina costumava haver um orelhão. Telefonara dali várias vezes para casa. Antes dos celulares, sair para a rua era ficar incomunicável. Sua mãe insistia para que ela e Raquel fizessem ligações periódicas quando ficavam muito tempo longe. Conhecia todos os orelhões no centro da cidade. Ligava a cobrar. Depois do sinal, diga seu nome e a cidade de onde está falando. Da primeira vez ela obedeceu à voz, "Rebeca Sampaio, São Carlos", e sua mãe caiu na risada - eu sei quem você é, meu bem, ela disse.
O início oficial da festa era às oito, mas o ambiente só ficava bom mesmo depois das nove. A maioria dos pais só aparecia em torno das onze e meia, quase meia-noite. Quando Rebeca chegou, ainda não havia quase ninguém. Essa era a pior parte, a conversa truncada e artificial entre colegas que mal se notavam no dia a dia da escola. Depois de muito constrangimento, quando o baile finalmente engrenou, só tinha dançado meia dúzia de músicas lentas quando seu pai tocou a campainha. Vamos, Rebeca. Apenas uma das poucas danças tinha sido com o garoto que lhe dera o beijo na outra ocasião e que naquela noite mal conseguia olhá-la nos olhos, de tanta timidez.
Passou em frente a uma loja de ração para cachorro, onde também funcionava um pet shop. Anteriormente, fora uma locadora de vídeos e Rebeca era cliente assídua. Começara com as fitas VHS, "não se esqueça de rebobinar, se devolver a fita sem rebobinar será cobrada uma multa", e ela sempre rebobinava assim que o filme acabava para ter certeza de nunca precisaria pagar a multa. Assistira mais de uma vez a Dança com lobos e O guarda-costas, na época em que estava completamente apaixonada por Kevin Costner.
O seu tinha sido o primeiro pai a aparecer na festa. As amigas protestaram, pediram que a deixasse ficar mais. Alguns meninos tiveram coragem de pedir o mesmo. Até mesmo os pais do aniversariante intercederam. Mas não adiantou. Juvenal se manteve firme e a levou embora. Dentro do carro, Rebeca chorou aos soluços tentando argumentar com ele. No dia seguinte, na escola, teve de ouvir histórias sobre quem beijara quem, quem dissera o quê e sobre como tinha rolado uma briga, de socos a esmo - ou talvez tivesse sido apenas um soco, quem sabe dois, não havia concordância acerca dos detalhes, as múltiplas versões recebiam maior ou menor crédito dependendo de quem estivesse contando -, entre uns garotos e sem falar que fulano e beltrano tinham passado a noite em claro lá na casa da festa e tinham visto o sol nascer.
Saindo de uma loja de roupas infantis, veio uma moça empurrando um carrinho de bebê enquanto olhava para trás, chamando por um garoto pequeno que andava devagar, entretido com um balão colorido que acabara de ganhar de brinde. Avançando sem ver por onde andava, a moça colidiu seu carrinho com a canela de Rebeca, uma batida leve. Desmanchou-se em desculpas, apesar de estar acostumada a contar com a boa vontade alheia, afinal duas crianças pequenas, sabe como é.
Rebeca hesitou por um instante, mas acabou por reconhecê-la.
— Laura!
A outra demorou mais, franziu a testa, tinha os neurônios sobrecarregados pelos afazeres maternos. Rebeca ajudou-a:
— Sou eu, Rebeca.
Laura abriu a boca e levantou as sobrancelhas, em uma surpresa um pouco teatral:
— Rebeca... Nossa... Quanto tempo...
Deram-se beijinhos. O reencontro tinha de ser breve, Laura estava com pressa. Uma loucura, menina, você pode imaginar. Está morando aqui? Não, não, continuo em São Paulo. Só visitando? Pois é. Vai ficar bastante tempo? Não muito, só alguns dias, vim a trabalho. Ah, que pena, bom, foi um prazer.
Observou enquanto a antiga amiga se afastava. Provavelmente nunca mais se encontrariam na vida, e o reconhecimento desse fato produziu nela uma impressão curiosa. Rebeca nem sequer sabia com quem Laura tinha se casado, se tinha uma profissão, nada. Poderia ter contado qualquer mentira a respeito de si mesma, inventar toda uma vida, e ela teria acreditado. O que quer que ela dissesse passaria a ser a sua vida para Laura. Teria preferido que aquele encontro nem acontecesse, aliás teria preferido não voltar a essa cidade. Culpa do Gordo e do faro que ele achava que tinha para histórias, faro que até aquele dia ainda não o levara a lugar algum.
Voltou à sua caminhada, mas a visão de Laura com dois filhos, um deles ainda bebê, a deixara impressionada. Sem cabelos, sem dentes, todo babado e ainda assim tão bonitinho. Um bebê é um recomeço. Nada deixa mais clara a passagem do tempo que o crescimento de um bebê. Multiplicai-vos. Falavam disso quando ela era criança, enchiam sua cabeça com todo tipo de xaropada machista: a reprodução estava nos planos de Deus, era um destino para todas as mulheres, nada menos que a razão pela qual elas existiam. Laura obviamente cumpria aquele destino, cumpria-o duplamente. E Rebeca? Onde estava o seu bebê? Onde estava a prova de que o tempo passara para ela? Flávio queria filhos. Ele seria um ótimo pai, era óbvio. Não merecia tê-los? Teria ela o direito de negá-los? Teria ele o direito de impô-los? Questões com as quais andara se debatendo nos últimos meses.
Em frente à praça, o ponto de ônibus estava lotado. Os ônibus não se davam ao trabalho de encostar na sarjeta, paravam no meio da rua mesmo e esperavam os passageiros com as portas abertas e o escapamento soltando uma fumaça preta, quente e fedida. Num dia em que tinha tempo demais e pouco a fazer, perdera o ponto de propósito e se deixara levar por bairros distantes, nos quais o motorista precisava dar preferência às carroças e as rodas chapinhavam em poças imundas no fundo de valetas em ruas de terra. Aqui é o ponto final, o motorista disse, todo mundo tem que descer. Eu não quero descer, vou voltar para o centro, ela respondeu. O homem fez uma cara feia e ela teve medo. Então, você precisa pagar duas passagens, porque a primeira só vale até aqui. Rebeca ficou em dúvida se aquilo era verdade mesmo, mas inteirou a segunda passagem sem reclamar e continuou onde estava.
A praça permanecia a mesma, com as pombas fazendo vôos baixos e bicando antigas bitucas de cigarro. Pombas não, pombos, Flávio fazia questão de dizer pombos. Cinzentos e gorduchos, eram feiosos. Experimentavam uma bituca, não gostavam, cuspiam. Passavam para a próxima bituca, talvez um chiclete endurecido, sempre na esperança de encontrar uma minhoca. (O passarinho que ela encontrara a caminho da escola, naquele dia, era bonitinho. Tinha o bico curto e os olhinhos totalmente pretos, brilhantes. Apanhou-o do chão com cuidado, o pescocinho mole. Ele parecia estar desistindo da vida. O que é isso aí na sua mão, perguntou Raquel, você não pode sair pegando qualquer porcaria que encontra no caminho. É um passarinho, respondeu.)