Max Martins
Max Martins nasceu em Belém do Pará em 1926. Autodidata, trabalhou no Instituto Medicamenta Fontoura como chefe de escritório em Belém; no Ministério da Saúde-SUCAM, como inspetor administrativo; e desde 1991 é diretor da Casa da Linguagem, da Fundação Curro Velho, em Belém.
Escolhido patrono da IV Feira do Livro Pan-amazônico, novembro a dezembro de 1999, em Belém do Pará, promoção da Secretaria de Cultura.
Livros:
- O Estranho (1952)
- Anti-Retrato (1960)
- H'Era (1971)
- O Ovo Filosófico (1976)
- O Risco Subscrito (1980)
- A Fala entre Parêntesis (com Age de Carvalho, à moda da renga 1982)
- Caminho de Marahu (1983)
- 60/35 (1985)
- Poema-cartaz Casa da Linguagem (1991)
- 3 Poemas - folder com desenho, colagem (1991)
- Marahu Poemas (1985)
- Não para Consolar - poesia completa (1992)
- Para ter Onde Ir (1992)
Ver-O-Peso
Ver-O-Peso
A canoa traz o homem
A canoa traz o homem
a canoa traz o peixe
a canoa traz o peixe
a canoa tem um nome
a canoa tem um nome
no mercado deixa o peixe
no mercado deixa o peixe
no mercado encontra a fome
no mercado encontra a fome
a balança pesa o peixe
a balança pesa o peixe
a balança pesa o homem
a balança pesa o homem
a balança pesa a fome
a balança pesa a fome
a balança vende o homem
a balança vende o homem
vende o peixe
vende o peixe
vende a fome
vende a fome
vende e come
vende e come
a fome vem de longe
a fome vem de longe
nas canoas
nas canoas
ver o peso
ver o peso
come o peixe
come o peixe
o peixe come
o peixe come
o homem?
o homem?
vende o nome
vende o nome
vende o peso
vende o peso
peso de ferro
peso de ferro
homem de barro
homem de barro
pese o peixe
pese o peixe
pese o homem
pese o homem
o peixe é preso
o peixe é preso
o homem está preso
o homem está preso
presa da fome
presa da fome
ver o peixe
ver o peixe
ver o homem
ver o homem
vera morte
vera morte
vero peso.
vero peso.