Projeto Essa viola dá samba!

Oficina de viola machete

Luthieria

Samba Chula


O Projeto Essa viola dá samba iniciou suas atividades em 2014 de acordo com as recomendações de salvaguarda do Samba de Roda (IPHAN, 2006) o projeto fixou-se na tríade: a) resgatar a feitura artesanal da viola machete; b) preservar e transmitir o seu repertório ancestral para as comunidades de sambadores e sambadeiras; c) garantir a perpetuação destes saberes.
O Projeto foi contemplado numa seleção pública da Petrobras e iniciamos um ciclo de dois anos de trabalho que consistia na formação de um grupo produtivo de dez artesãos que fariam um curso de luthieria. Essa formação atenderia inicialmente a necessidade de artesãos da viola machete no Recôncavo.
Esses artesãos, em contrapartida, e como parte da sua formação, teriam o compromisso de construir vinte violas machete até o final do período do projeto, tendo o Luthier Rodrigo Veras como o mentor deste grupo durante esse ciclo de dois anos. Das vinte violas previstas para serem produzidas, cinco seriam doadas a mestres violeiros do Recôncavo Baiano, que dominavam a técnica de execução, mas não possuíam o instrumento, e cinco seriam vendidas com recursos obtidos destinados ao grupo de artesãos, para geração de renda.As outras dez violas produzidas eram destinadas à criação do curso de execução instrumental de viola machete, que tinha como foco os jovens e sambadores da região.
Essa frente de trabalho atendia à necessidade de transmissão do “saber tocar” os ponteios ancestrais da viola machete. Todas as ações ocorreram na Associação Cultural José Vitório dos Reis (Casa do Samba Zé de Lelinha) conduzidas por Milton Primo, violeiro e coordenador do projeto.
Com muito esforço, podemos afirmar que a missão colocada no Projeto Essa Viola dá Samba foi cumprida com êxito, e até superada. Foram produzidas 30 violas nesse período, algumas delas doadas para mestres violeiros do Recôncavo Baiano, a exemplo de Aurino de Maracangalha, Celino de Terra Nova, Ferrolho de Muritiba, Manuel de São Sebastião do Passé e Aloísio de Conceição do Jacuípe.
Ao final do ciclo de apoio da Petrobras, foi iniciada uma nova temporada, desta vez com o patrocínio do programa Rumos Itaú Cultural, também através de seleção pública nacional. O foco desta vez seria o aprimoramento do grupo produtivo formado no primeiro ciclo e a continuação do curso de transmissão, ou seja, o “saber tocar” a viola dentro da tradição do samba chula.
Nesta edição, pudemos inovar e atender o público infantojuvenil. Como consequência desta ação, surgiu o Grupo de Samba Chula Mirim Flores da Pitanga, formado por crianças e adolescentes da comunidade da Pitangueira, São Bento e Baixa Fria em São Francisco do Conde. Essa ação também foi pensada em atendimento as recomendações de salvaguarda (IPHAN, 2006) e necessidade da comunidade.
Com todo esse trabalho, e com os dois ciclos de apoio e desenvolvimento do projeto, fomos certificados como Ponto de Cultura pelo Ministério da Cultura e fomos contemplados como Mestre da Cultura Popular pelo trabalho de relevância sócio-cultural e e relacionamento mútuo entre gerações.
Vimos surgir e desabrochar artesãos capazes de construir instrumentos de qualidade e garantir a continuidade da feitura artesanal da viola machete. Também foi possível a formação de uma nova geração de violeiros, sambadores e sambadeiras, conscientes da importância do samba de roda para sua identidade, e da necessidade de manterem acesa essa chama.




Material de apoio das videoaulas disponíveis no

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MATERIAL DE APOIO VIDEOAULA CANTO E PASSAGEM 2.pdf
Material de apoio video aula samba chula e viola machete.pdf