Nascida em 12.07.1938, em Sales, então vila e depois município da região central do estado de São Paulo, foi a sexta de oito irmãos, de ascendência portuguesa pelo lado paterno e italiana pelo materno.
Em 1946, mudou–se de Sales para a vizinha Novo Horizonte e, de lá, para Dracena em agosto de 1951, logo após completar 13 anos. Veio com sua família, que seria posteriormente reconhecida como uma das pioneiras no município recém–fundado: seu pai, Edgard Sampaio, falecido em 1981, foi homenageado com nome de rua na região central da cidade.
Formou–se no Curso de Professor Primário para o Magistério do Estado de São Paulo, na Escola “Eng. Isac Pereira Garcez”, onde também cursara o ginasial, em 15 de dezembro de 1958, e iniciou sua carreira em escolas rurais, tendo utilizado cavalos (ela foi dona de um) e charretes como meio de transporte para ir lecionar. A primeira sala de aula que assumiu foi na Escola Mista do Bairro do Prado, onde pernoitava durante a semana, dada a dificuldade de locomoção diária para a cidade.
Depois, lecionou na Escola Mista da Java Paulista, fez curso de aperfeiçoamento no Instituto de Educação Estadual (IEE) “Manoel Bento da Cruz”, em Araçatuba–SP, até que em 1963 ingressou, ou seja, tornou–se professora titular, no Primeiro Grupo Escolar de Junqueirópolis. Deu aulas de 1ª a 4ª séries do curso primário (ensino fundamental) no extinto Grupo Escolar “Jardim Vera Cruz”, localizado onde hoje se situa o Teatro Municipal, no “João Vendramini”, no “Eng. Isac Pereira Garcez”, onde ministrou aulas também para turmas de ensino médio, e no “Julieta Guedes Mendonça”.
Em 1977, graduou–se em Pedagogia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras “Ministro Tarso Dutra” – Fundec. Nessa época, por necessidade pessoal, paralelamente às aulas regulares para o 1º grau, passou a dar aulas no ensino médio como professora substituta de História, Geografia e Estudo dos Problemas Brasileiros, o que a levou a cursar graduação em Estudos Sociais na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Adamantina.
Também fez especialização em pré-escola, segmento em que lecionava em dois períodos quando encerrou sua carreira, em 1985.
Nos anos 1960 e início dos 1970, integrou grupos de casais assistenciais ligados à igreja católica e foi membro da equipe gestora da Creche da Nadir.
Entre os anos 1970 e 1980, participou durante seis anos como voluntária do grupo Alcoólicos Anônimos, auxiliando inúmeros dependentes a se livrar do vício e apoiando seus familiares. Na época, escreveu um artigo direcionado especialmente aos alcoólatras, o qual foi distribuído, com grande repercussão na região, como suplemento do jornal “A Voz de Dracena”.
Atuou na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE, em iniciativas assistenciais ligadas à comunidade espírita da cidade, no Espaço Cultural, que era um órgão da Secretaria da Educação e Cultura do município, e na Casa do Pequeno Trabalhador, que depois mudou de nome para “Instituição Novo Amanhecer”, entidade que presidia na época de seu falecimento.
Casou–se em 1965 com o radialista e advogado Fernando Antônio Braga de Siqueira, com quem viveu por onze anos e teve três filhos: Fernando Júnior, Gláucia e Flávio.
Foi revendedora de bordados de cama, mesa, banho e vestuário, trazidos da Bordados Sampaio (fábrica de propriedade de seus parentes que ainda existe em Ibitinga–SP), numa época em que precisou complementar sua renda, sem interromper o ofício do magistério.
Em 1975, iniciou–se como colaboradora de jornais: publicou seu primeiro artigo no “Jornal Tribuna do Povo”, que falava sobre as raízes de Dracena, e não parou mais. Passou a escrever crônicas e artigos com o pseudônimo “Simplesmente Maria”, que ela dizia serem críticas sobre as coisas que presenciava, ouvia, experimentava e vivia, sempre temas atuais da época. “Simplesmente Maria” surgiu no jornal “A Voz de Dracena” e migrou para o “Jornal Regional de Dracena”. No “Regional”, passou a atuar também como colunista social e em pequenas reportagens. Nesse período, foi frequentemente convidada para organizar eventos e conduzir apresentações em solenidades de formatura, bailes, aniversários e casamentos, atividade que realizava com prazer e que dominava, dada a sua destacada habilidade em oratória.
Em 1986, a Profª. Izaura realizou pesquisa sobre a história de famílias pioneiras de Dracena, resultando na publicação do livro “Nós Fizemos Dracena – Histórias de Famílias Pioneiras que se Tornaram Grandes Empresas”. Entre as famílias pesquisadas, estão os Dancieri (Coimma), os Pagnozzi, os Martins (Inconal e Depósito São Francisco) e a própria família Sampaio. Nessa época, se aproximou de Írio Spinardi, um dos fundadores e primeiro prefeito da cidade, tendo conseguido trazê–lo de volta a Dracena depois de muito tempo, para participar de eventos comemorativos e encontros de dracenenses.
Escreveu um outro livro chamado “Memórias de Minha Infância”, ainda não publicado, em que conta suas aventuras de criança e a história de sua família no período que antecede sua mu- dança para Dracena.
Em 1995, a Profª. Izaura experimentou o mundo do teatro: participou, com o grupo teatral “Com Licença, Vou à Luta”, da peça “No Reino das Águas Claras”, em que fez o papel de Dona Benta, experiência que ela descrevia como maravilhosa e inesquecível. Também foi narradora e protagonista da peça musical “A História de Liz”, escrita pela professora de dança Sheilla Freire.
Seus três filhos concluíram graduações e pós–graduações e, em diferentes áreas, também se tornaram professores. A filha do meio, Gláucia, a única que sempre morou em Dracena, segue como titular de disciplinas da área de enfermagem na Escola Técnica Estadual “Carmelina Barbosa”. Fernando Jr. foi professor de Tecnologia da Informação na Universidade de Brasília, e Flávio é professor da Escola Panamericana de Artes, em São Paulo, capital, há mais de 15 anos.
Na verdade, a família Sampaio conta com muitos membros dedicados à educação de dracenenses, pois vários parentes da Profª. Izaura têm histórico de atuação no ensino. Foram também professores as irmãs Thereza e Conceição e os cunhados Nelson Ramos, Jandyra Turíbio e Maria Mirtes. Seguem lecionando o sobrinho Alfredo Ramos e as sobrinhas Sílvia Turíbio, Amanda Sampaio, Adriana Kadry e Lucimara Rossi, estas duas últimas ainda na ativa no magistério da cidade.
A Profª. Izaura teve dois netos: Caio, que reside em São Paulo, capital, e João Víctor, morador de Tupi Paulista; e dois bisnetos, Heloíse e Gael.
À época de sua aposentadoria do magistério em 1985, a Profa. Izaura já tinha voltado a ser vizinha de sua mãe, Dona Aurora, e de seus irmãos, na Rua Edgard Sampaio, onde viveu até seu falecimento em 13.03.2009 e onde ainda moram alguns de seus parentes.