A valorização da leitura está no próprio processo de ensino-aprendizagem, pois ler é essencial para aprender. A leitura é o fundamento de todo saber. Mesmo que ainda não se conheça o alfabeto, ainda sim ler é fundamento do saber, pois o ato de ler o mundo precede a palavra. Ler pode ser definido como “percorrer com a visão (palavra, frase, texto), decifrando-o por uma relação estabelecida entre as sequências dos sinais gráficos escritos e os significados próprios de uma língua natural”. Ler também pode significar “acesso a (texto, obra etc.) através de sistema de escrita, valendo-se de outro sentido que não o da visão”. No entanto, ler não é apenas decifrar códigos, ler é interpretar a realidade em que estamos inseridos. Realidade esta que é concreta porque é síntese de múltiplas determinações. Do dito biológico ao dito social, passando por todas as ditas áreas do conhecimento, lemos o mundo todos os dias.
No âmbito literário, o Projeto Salas e Ambientes de Leitura é embasado na concepção da literatura como uma necessidade universal a ser atendida, um recurso humanizador essencial. Sua capacidade reside em moldar sentimentos e perspectivas de mundo, promovendo uma organização da subjetividade e desempenhando um papel vital tanto no equilíbrio psicológico quanto no social (CANDIDO, 2004). Assim, a função primordial do professor coordenador da sala de leitura ou de qualquer professor que orienta o ato de ler é sintetizada por Reyes (2012, p. 28):
Um professor de leitura é, simplesmente, uma voz que conta; uma mão que abre portas e traça caminhos entre a alma dos textos e a alma dos leitores. E para fazer seu trabalho não deve esquecer que, para além de professor, é também um ser humano, com zonas de luz e sombra, com uma vida secreta e uma casa de palavras que têm sua própria história. Seu trabalho, como a literatura mesma, é risco e incerteza.
Seu ofício privilegiado é, basicamente, ler. E seus textos de leitura não são apenas os livros, mas também os leitores. Não se trata de um ofício, mas de uma atividade de vida. Não figura em dicionários nem nos textos escolares, tampouco no manual de funções, mas pode ser ensinado. E essa atitude será o texto que os alunos irão ler. Quando saírem do colégio e esquecerem datas e nomes, poderão recordar a essência dessas conversas de vida que se teciam entre as linhas. No fundo, os livros são isto: conversas sobre a vida. E é urgente, sobretudo, aprender a conversar.
Assim, a sala de leitura se configura como um ambiente adicional específico para facilitar esse processo de formar o aluno-leitor, pois oferece acesso à informação não apenas por meio do acervo disponível, mas também graças à mediação do profissional responsável, do professor e às atividades promovidas. Acredita-se que, por meio desse esforço contínuo, é possível transformar essa dinâmica que estabeleceu a leitura como algo para alguns. Isso só é possível, por outro lado, não apenas incentivando a leitura entre os alunos, mas também promovendo a compreensão da linguagem em sua totalidade e seu uso social no dia a dia.
Projeto 1- Layout da sala
Projeto 2 – Murais (Fica a dica)
Projeto 3 – Comemorações (que dia é hoje?)
Projeto 4 – Cantinho da Leitura
Projeto 5 – Roda de leitura
Projeto 6 – Café literário/ Filosófico
Projeto 7 – A literatura e o Projeto de vida
Projeto 8 – Concursos literários
Projeto 9 – Audiovisual
Projeto 10 – Outro ambiente
Projeto 11 – Peripatéticos
Projeto 12 – Podcast
Projeto 13 – Mídias digitais
Projeto 14 – Inteligência Artificial
Projeto 15 – Plataformas invertidas (Tarefas CMSP)
Projeto 16- Sala de visitas
Horários para empréstimos e devoluções do acervo:
Manhã: entre 11:20 e 12:20 (horário do almoço)
Tarde/ noite: entre 18h e 19h (horário do jantar)
Horários para utilizar a sala no contra turno
Ensino fundamental: Entre 14h e 16:30
Ensino Médio: Entre 12:30 e 14 horas
Cecília Meireles foi uma das maiores poetisas da literatura brasileira, conhecida por sua sensibilidade, lirismo e espiritualidade. Nascida no Rio de Janeiro em 1901, teve uma vida marcada por perdas precoces, o que influenciou profundamente sua obra. Além de poeta, foi professora, jornalista, pintora e tradutora. Sua produção literária integra-se ao modernismo brasileiro, mas com um estilo próprio, intimista e filosófico, muitas vezes afastado das correntes mais políticas da época.
Entre suas principais obras estão Viagem (1939), vencedor do prêmio de poesia da Academia Brasileira de Letras, Vaga Música (1942) e Mar Absoluto (1945). Sua escrita aborda temas como o tempo, a morte, a solidão e a efemeridade da existência.
Frases marcantes de Cecília Meireles:
“Aprendi com as primaveras a me deixar cortar e voltar sempre inteira.”
“Liberdade é uma palavra que o sonho humano alimenta, não há ninguém que explique e ninguém que não entenda.”
“Tenho fases, como a lua; fases de ser sozinha, fases de ser só sua.”
“O poeta é um fingidor. Finge tão completamente que chega a fingir que é dor a dor que deveras sente.”
“Tudo vale a pena quando a alma não é pequena.”
“A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida.”
“Não se preocupe em entender. Viver ultrapassa todo entendimento.”
“A felicidade é como a gota de orvalho na pétala da flor: é passageira, mas quando acontece é divina.”
“Se não sabes o que queres, nenhum vento te será favorável.”
Cecília faleceu em 1964, mas sua obra permanece viva, tocando leitores com sua beleza e profundidade poética.