Análise Exploratória de Acidentes de Trabalho no Brasil em 2022

Visualização 4 - Regiões do corpo mais afetadas por acidentes de trabalho no Brasil

Para visualizar as regiões do corpo mais afetadas por acidentes de trabalho no Brasil em 2022, será utilizada a técnica treemap, que consiste na representação de dados hierárquicos através de conjuntos de retângulos aninhados. A base de dados do governo fornece estas informações com base na décima edição da Classificação Internacional de Doenças (CID-10), que é um sistema adotado globalmente para categorizar as doenças segundo critérios estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde [6]. A CID-10 é categorizada de forma a agrupar conjuntos de doenças semelhantes. A lista possui 22 capítulos, que são os grandes grupos de doenças. Por exemplo, o capítulo I é composto por doenças infecciosas e parasitárias. Dentro dos capítulos encontram-se os agrupamentos. No exemplo do capítulo I, existe o agrupamento de doenças infecciosas e intestinais. Por fim, dentro dos agrupamentos existem os códigos relativos às doenças. No exemplo do agrupamento de doenças infecciosas e intestinais podem ser citadas a cólera, febre tifoide e paratifoide, amebíase, etc.

No treemap gerado a partir dos números de acidentes no Brasil em 2022 classificados segundo a CID-10, pode-se observar que o capítulo com maior número de ocorrência é relativo ao Capítulo XIX: lesões, envenenamentos e algumas outras consequências de causa externa, com 445.913 acidentes de trabalho. Na sequência aparece o Capítulo XIII: doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo, com 61.323 acidentes de trabalho e o Capítulo XX: Causas externas de morbidade e mortalidade com 49.927 acidentes.

O Capítulo XIX concentra aproximadamente 69% de todos os acidentes de trabalho registrados no Brasil em 2022. Ao observar os agrupamentos deste capítulo, nota-se uma contribuição grande por parte dos traumatismos. O agrupamento com maior índice é o de traumatismos do punho e da mão com 142.018 ocorrências, seguido por traumatismos do tornozelo e do pé com 77.564 acidentes e traumatismos do joelho e da perna, com 58.064 notificações.

Ao olhar individualmente os códigos das doenças, é possível compreender a criticidade em adotar políticas nacionais de prevenção de acidentes de trabalho que afetem as mãos e punhos do trabalhadores. O código S61 – ferimento do punho e mão, com 63.884 ocorrências, é o mais utilizado para descrever acidentes de trabalho segundo a CID-10, seguido do código S62 – fratura ao nível do punho e da mão, com 38.701 acidentes, além do código S60 - traumatismo superficial do punho e da mão, que aparece na quarta posição com 23.170 acidentes. Outra região do corpo que necessita de atenção é o pé e tornozelo dos trabalhadores. O código S93 - luxação, entorse e distensão das articulações e dos ligamentos ao nível do tornozelo e do pé foi o terceiro mais utilizado em 2022 com 31.418 ocorrências, o código S92 – fratura do pé apareceu na sexta posição com 20.792 acidentes e o código S90 - traumatismo superficial do tornozelo e do pé ficou na nona colocação com 16.934 acidentes de trabalho. Por fim, políticas públicas nacionais deveriam focar também nos traumatismos de perna, pois nos 10 acidentes mais frequentes registrados no Brasil encontram-se os códigos S82 – fratura da perna incluindo o tornozelo na quinta posição com 22.617 ocorrências e o código S80 – traumatismo superficial da perna na oitava posição com 17.454 registros.

Referências

[6] ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. CID-10: Classificação Estatística Internacional de Doenças com disquete Vol. 1. Edusp, 1994.