PÓSTERES
PÓSTERES
DIREITO À EDUCAÇÃO E TOLERÂNCIA. UM ESTUDO NO CONTEXTO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL TECNOLÓGICA
Maria José Diogenes Vieira Marques, FPEUC, mariav.diogenes@gmail.com
Helena Damião, FPCEUC, hdamiao@fpce.uc.pt
A tolerância é um valor presente no Artigo 26.º da Declaração Universal dos Direitos Humanos - DUDH (1948), reportado ao direito à educação. A interpretação do conceito é, contudo, diversa, encontrando múltiplos sentidos tanto na literatura especializada, como nos documentos políticos e curriculares como nos discursos sociais. Esta constatação leva a presumir que as práticas educativas que integram o conceito variam em função da interpretação seguida. Assim, o principal objetivo teórico do trabalho de doutoramento que realizamos é explorar e discutir os sentidos que se têm associado à tolerância, com vista a conseguirmos uma síntese capaz de servir fins educativos e de investigação; o principal objetivo empírico é saber como esse valor é percepcionado por professores e alunos de quatro cursos de Educação Profissional Básica do Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM) Campus Uberlândia. Prevemos encontrar diferenças nas percepções dos participantes sobretudo em função da natureza do curso: tecnológica ou humanista. Em concreto, o estudo em desenvolvimento prevê duas fases. Numa fase analisaremos os documentos institucionais – normativos e curriculares – relativos a esses cursos; noutra fase, realizamos uma entrevista semi-estruturadas a 10 professores e 10 alunos de cada curso e, com base nos dados apurados, construiremos um questionário estruturado que será aplicado para 400 estudantes e 60 professores. Consideramos que os resultados obtidos permitirão retirar implicações
para a formação no contexto em causa.
Palavras-chave: direito à educação, tolerância, educação profissional, formação tecnológica, formação humanista
IMPACTO DA INSTRUÇÃO ENTRE PARES NA APRENDIZAGEM EM CURSOS DE INFORMÁTICA EM LÍNGUA NÃO MATERNA: UM ESTUDO COM ALUNOS DO PRIMEIRO ANO
Miguel Gomes da Costa Junior, FPCEUC, miguel.costa.jr@gmail.com
Ana Amélia Carvalho, FPCEUC, anaameliac@fpce.uc.pt
A Instrução entre Pares (IP), proposta por Eric Mazur, tem sido aplicada em várias instituições do ensino superior devido ao seu sucesso no envolvimento dos alunos na aprendizagem e em melhorar os seus resultados. O estudo realizado teve como objetivo identificar o efeito da IP na aprendizagem dos conteúdos da disciplina de informática e da língua inglesa, em alunos do primeiro ano. O estudo de caso realizado, na disciplina de “Introduction to Computer Science”, teve 85 participantes, sendo a maioria (≈68%) do género masculino. As técnicas de recolha de dados foram o inquérito, a observação e o diário de bordo. Desenvolveram-se dois questionários e guiões de entrevistas. O primeiro questionário, de caracterização geral do aluno, incidiu sobre o domínio da língua inglesa e a sua preferência em relação às aulas e preparação para as mesmas. O segundo questionário inquiriu as perceções dos alunos sobre a IP relativamente à aprendizagem do conteúdo e no desenvolvimento do idioma inglês. As entrevistas visaram aprofundar as respostas obtidas nas questões referentes à IP. Os resultados apontam para evidências do sucesso da IP em termos de envolvimento e aprendizagem dos alunos, como ocorrido em estudos anteriores. Os resultados também são encorajadores em relação às oportunidades oferecidas pela IP para melhorar as capacidades linguísticas não nativas dos alunos. Em relação às etapas da IP, os alunos consideraram a preparação pré-aula importante, mas detetamos atitudes preocupantes em relação à leitura do livro didático adotado. Os alunos tiveram uma perceção muito positiva em relação aos testes conceituais e ao feedback, mas menos positiva relativamente ao debate entre pares. Os resultados obtidos sugerem que o docente reforce nas aulas a pertinência de cada etapa da IP.
Palavras-chave: instrução entre pares, metodologias ativas, formação de professores
CAPACITAR PROFESSORES PARA GAMIFICAR
Inês Araújo, FPCEUC, inesjgc@gmail.com
Ana Amélia Carvalho, FPCEUC, anaameliac@fpce.uc.pt
Em contexto educativo, a gamificação melhora a motivação e envolvimento dos alunos, por outro lado, o processo de design das atividades gamificadas apresenta lacunas, como reportadas por Juho Hamari e colaboradores. Foi com base neste problema que se iniciou o presente projeto de investigação. Através de um estudo de caso pretendeu-se responder à questão “Como podem os professores aplicar atividades gamificadas de forma autónoma, sem dominar conceitos de game design e sem recorrer a equipas técnicas especializadas?”. Foi desenvolvida uma oficina de formação onde se trabalhou o conceito de gamificação explorando o modelo Octalysis de Yu-kai Chou, centrado em oito componentes motivacionais que incluem todos os estímulos identificados em jogos que podem motivar o ser humano. Posteriormente, acompanhou-se a planificação e implementação de atividades gamificadas em sala de aula. Verificou-se que a experiência anterior do professor com jogos e ferramentas digitais, a sua criatividade e capacidade de arriscar influenciam positivamente a criação de atividades gamificadas. Em oposição, são fatores limitadores o tempo necessário, as condições técnicas disponíveis e, por vezes, as dificuldades dos alunos na utilização da tecnologia. A gamificação é um processo contínuo de descoberta motivacional, gerando flow para manter o envolvimento. Importa conjugar motivação intrínseca com a extrínseca, sendo esta mais frequente nas ferramentas digitais. Neste sentido foi desenvolvido um guião orientador para auxiliar professores a aplicar a gamificação, ajustando-a às suas necessidades.
Palavras-chave: gamificação, formação de professores, modelo octalysis
A GAMIFICAÇÃO NA APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS
PARA O MERCADO DE TRABALHO: UM ESTUDO DE CASO NA PÓS-GRADUAÇÃO
Fernando Silva Coelho, UNDB, fernandocoelho.publicidade@gmail.com
Ana Amélia Carvalho, FPCEUC, anaameliac@fpce.uc.pt
O mundo, segundo especialistas da área de gestão, se tornou um mundo “VUCA”, caracterizado pela volatilidade (volatility), a incerteza, (uncertainty), a complexidade (complexity) e a ambiguidade (ambiguity). Perante um novo mercado, é necessário compreender as competências fundamentais para atuação nesse mercado. Este estudo tem como objetivo de investigação identificar os contributos da gamificação para o desenvolvimento de competências exigidas pelo mercado de trabalho. O estudo de caso, em curso, decorre na pós-graduação, com um grupo de 25 alunos, cujas aulas foram gamificadas. Pretende-se analisar o comportamento e a aprendizagem dos alunos, bem como as suas reações à abordagem utilizada, aos aspectos motivacionais, comportamentais e de desenvolvimento de competências e habilidades. Utilizaram-se diferentes técnicas de recolha de dados, designadamente: inquérito (por entrevista em grupo e por questionário), observação e documentos secundários. A investigação se iniciou com a caracterização dos participantes de pós-gradução, procurando compreender como os pesquisados se sentem com aulas tradicionais e se já haviam tido aulas gamificadas. Até ao momento, os resultados obtidos apontam para uma percepção muito positiva relativamente ao nível de aprendizagem dos participantes com aprovação de todos os elementos da turma, tendo 77% dos alunos manifestado agrado relativamente ao método utilizado.
Palavras-chave: gamificação, desenvolvimento de competências, habilidades
mercadológicas, motivação.
O PAPEL DA PLATAFORMA E-FER NA CRIAÇÃO DE UMA COMUNIDADE DE PRÁTICA VIRTUAL
Rogério Costa, FPCEUC, rogerio.paulo.costa@gmail.com
Ana Amélia Carvalho, FPCEUC, anaameliac@fpce.uc.pt
Desde a década de 90 que as comunidades de prática, presenciais e virtuais têm sido muito usadas, formal e informalmente, tanto para promover aprendizagens significativas como também para a gestão do conhecimento dentro das organizações. De facto, uma comunidade de prática pode servir de complemento ao ensino formal, permitindo aos seus membros a partilha de conhecimentos tácitos, numa situação pedagógica não formal. Com base nesta realidade, foi criada uma plataforma online, e-FER, para a formação de profissionais no âmbito das feridas crónicas. Possui um conjunto de ferramentas necessárias à criação de casos virtuais que simulam situações reais que permitem o treino na realização do diagnóstico e posterior tratamento de feridas, incluindo ferramentas que permitem a comunicação e discussão de casos entre os seus membros. Uma plataforma tecnológica, por si só, não promove a criação de uma comunidade de prática e esta, por sua vez, também não garante a aprendizagem. Por isso, o nosso problema de investigação centra-se no estudo das caraterísticas de uma plataforma online que promova e seja catalisadora de uma comunidade de prática. Em particular, pretendemos conhecer as vantagens e constrangimentos percecionados pelos utilizadores no uso da plataforma. Os dados recolhidos através de questionário aos utilizadores da plataforma (n=229) e a análise das interações havidas no fórum revelou que percecionam a aprendizagem como a grande mais-valia da plataforma, consideram que é criado um reportório partilhado e que há um empenhamento mútuo dos membros da comunidade. Os constrangimentos verificam-se a nível técnico, nomeadamente, a não integração do fórum com o espaço de formação e consideram, ainda, que as relações interpessoais não são muito fortes.
Palavras-chave: comunidade de prática, comunidade virtual, aprendizagem social, e-learning
IMPLEMENTAÇÃO DO MODELO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL DOS DOCENTES DO
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO MARAVILHA, BENGUELA – ANGOLA: ALGUNS RESULTADOS
Domingos Caginga Quinzeca, Instituto Superior Politécnico Maravilha, Benguela, domingos_caginga@hotmail.com
Piedade Vaz Rebelo, FPCEUC, pvaz@fpce.uc.pt
Carlos Barreira, FPCEUC, cabarreira@fpce.uc.pt
Este trabalho pretende analisar o modelo de formação profissional dos docentes do Instituto Superior Politécnico Maravilha (ISPM), Benguela, implementado como compromisso com a formação profissional, com vista a superar debilidades na formação de base de muitos dos docentes contratados pelo ISPM nos diferentes domínios práticos, pedagógicos, didáticos e científicos. Este curso, que já vai na sua 7ª edição, visa assim desenvolver as competências docentes que permitam centrar a docência na aprendizagem, o que implica um processo de formação profissional contínuo organizado com rigor e eficiência com vista a garantir uma alta qualidade na formação docente. Com base na análise das tendências internacionais dos diferentes modelos de formação de professores, este trabalho procura enquadrar o curso desenvolvido no ISPM no modelo sequencial. Com efeito, o curso é constituído por quatro módulos, I - A informática no processo de ensino-aprendizagem no ensino superior; II - Fundamentos de pedagogia e didática geral; III - Metodologia da investigação educativa e IV - A estatística descritiva na investigação educativa, que se desenvolvem faseadamente ao longo de seis meses. Apresenta-se também alguns resultados do trabalho desenvolvido ao longo do curso, onde participaram 23 docentes. Tendo em conta a recolha de informação obtida essencialmente através de inquéritos por questionário e entrevista, constatou-se que do ponto de vista conceptual a formação contínua é essencialmente técnica, desenvolvida de forma tradicional, e orientada para as necessidades que os/as docentes sentem no desempenho das suas funções incidindo na promoção de habilidades científicas e pedagógicas.
Palavras-chave: modelo de formação, formação profissional, formação contínua, competências docentes