COMUNICAÇÃO 3.1
COMUNICAÇÃO 3.1
AS CRENÇAS SOBRE A ESCRITA EM ESTUDANTES DO ENSINO SUPERIOR – ANÁLISE DE CONTEÚDO
Daniela Cortesão, FPCEUC, cortesaodaniela@gmail.com
Paula Paixão, FPCEUC, mppaixao@fpce.uc.pt
Isabel Festas, FPCEUC, ifestas@fpce.uc.pt
O estudo que apresentamos é um dos três que pretendemos efetuar no âmbito da tese de doutoramento, todos visando investigar as relações entre escrita e motivação. No presente estudo, pretende-se compreender o papel das crenças (ou teorias implícitas) dos estudantes
universitários em relação à escrita. Seguindo os trabalhos de Carol Dweck, o principal objetivo foi o de saber se os estudantes veem a habilidade da escrita como predeterminada e imutável – crenças fixistas - ou se acreditam que ela resulta do esforço, treino e estratégias – crenças incrementais. Para tal, foram analisadas composições escritas por 265 estudantes de universidades portuguesas, a quem foi pedido que redigissem um texto, expressando a sua opinião acerca das causas de uma escrita bem conseguida, indicando se esta depende do jeito ou do esforço. Através da análise de conteúdo realizada, confirmaram-se as categorias definidas a priori – fixista, incremental –, tendo, ainda, sobressaído uma categoria mista (com afirmações expressando crenças fixistas e incrementais). Dentro destas três grandes categorias, foram consideradas várias subcategorias (e.g.: dom, gosto, esforço como compensatório da falta de talento/gosto, na fixista; esforço, na incremental; predominantemente incremental, predominantemente fixista e predominantemente situacional na mista). Como principais conclusões, realça-se que, embora a maioria dos estudantes partilhem crenças incrementais, há um número considerável que considera a escrita dependente do jeito, havendo também quem refira fatores fixistas e incrementais como contribuindo em simultâneo para a habilidade da escrita. Admitindo o papel que as crenças têm no desempenho de uma tarefa complexa como é a composição escrita, serão retiradas algumas implicações pedagógicas.
Palavras-chave: escrita, teorias implícitas, crenças, estudantes universitários, análise de conteúdo