Os fatos e ideias que formataram a Chamada
O aprendizado de matemática no EB no país apresenta suas deficiências. É bastante comum os alunos se perguntarem em que irão aplicar determinados assuntos que estão sendo vistos em sala de aula. Por esse motivo, é cada vez mais incentivado a utilização de abordagem de atividades práticas ou “mão na massa” (hands on) como são muitas vezes conhecidas, com os alunos.
A criação de atividades práticas, associando conceitos teóricos a atividades dinâmicas que requeiram dinamismo e protagonismo dos alunos, demandam investimento de tempo e criatividade, além de domínio dos conceitos que se quer trabalhar. Matemática é uma das ferramentas do engenheiro, que, precisa também ser criativo para apresentar “engenhos” que melhorem a qualidade de vida da humanidade. A isso, acrescente-se que atualmente os cursos superiores têm previsão de horas de atividades complementares e/ou de extensão. Assim, entre os mais qualificados para propor atividades práticas de matemática para o EB estão os estudantes de engenharia.
A estrutura da Atividade prática a ser desenvolvida para submissão a essa chamada é inspirada na proposta do Salman Khan, feita no livro “Um mundo, uma escola – A Educação reinventada”. Neste livro, ele imagina uma nova escola em que os alunos não vão mais para uma sala de aula, em turma, assistir um professor dar uma aula (o que deixa os alunos com maior facilidade de aprendizagem entediados, pois já entenderam o assunto, e os alunos com menor velocidade de aprendizado sem aprender os conceitos ao final da aula). Em lugar disso, cada aluno tem seu dispositivo eletrônico onde vão assistir as vídeo aulas na velocidade e quantas vezes necessário a seu ritmo de aprendizado. Uma vez aprendido o conceito (avaliado mediante a solução de problemas), os alunos irão à sala de projetos onde terão que aplicar o conceito aprendido na elaboração de projeto.
Nesta Chamada, ainda não contaremos com a infraestrutura da nova escola proposta pelo Khan. Em lugar disso, os alunos deverão ser reunidos em uma sala de informática (ou em sala de aula convencional, desde que os alunos tenham acesso individualmente às vídeo aulas em seus celulares, tablets ou outros dispositivos) onde cada aluno poderá assistir aos vídeos selecionados de acordo com seu ritmo de aprendizado (havendo um limite máximo de tempo para isso) e responder questionário avaliando o aprendizado obtido (a elaboração da Atividade Prática contempla a elaboração de questionário a ser aplicado aos alunos do EB). À medida que cada aluno assiste aos vídeos e responde satisfatoriamente o questionário de avaliação, o aluno passa ao ambiente de realização da atividade prática propriamente dita.
Para a aplicação da Atividade Prática em Escola de EB, esta chamada considera que estas serão realizadas com alunos do Ensino Médio, mesmo os assuntos sendo relativos ao Ensino Fundamental. Com isso, as Atividades Práticas serão ministradas como atividades de revisão, de forma que não é necessário se observar uma sincronicidade com as aulas regulares.
A composição da equipe de estudantes de nível superior deve ser de, no mínimo 3 e no máximo 6 estudantes, sendo que, no mínimo 3 estudantes devem ser de Engenharia. Os demais estudantes da equipe podem ser de qualquer curso, estimulando a multidisciplinaridade da equipe.
A proposta das APNE e as IESs
Atualmente os cursos superiores têm previsão de horas de atividades complementares e/ou de extensão a serem realizados pelos estudantes, para suas conclusões. Assim, ter uma proposta estruturada a ser seguida por estudantes dos cursos superiores, de forma a eles aplicarem suas horas de trabalho e conhecimentos em benefício do Ensino Básico, é bastante útil. Vale ressaltar que a proposta, com os devidos ajustes, pode ser replicada dando-se ênfase aos mais variados cursos de nível superior, não apenas aos de engenharias.