Diego Marinho

Diego Marinho

(Lattes - ResearchGate)


  • Pode nos contar um pouco de como você entrou na vida acadêmica?

Desde criança eu queria ser biólogo. Adorava as aulas de Ciências e depois as de Biologia na escola. Também gostava muito de assistir qualquer programa que falasse de história natural. Quando entrei na UFMA, comecei a trabalhar com genética de doenças tropicais, mas não me encontrei no campo. Quando comecei a estagiar em um dos laboratórios de entomologia do Departamento de Biologia, vi que era o que eu queria fazer da vida. E a certeza só reforçou ainda mais quando comecei a estudar a história natural de abelhas e vespas solitárias.


  • Como surgiu o interesse por Entomologia (especificamente abelhas e vespas solitárias)?

Eu comecei minhas atividades de campo acompanhando colegas que trabalhavam com vespas e abelhas da tribo Euglossini. Gostei da dinâmica do trabalho, e minha orientadora, profa. Gisele Azevedo, me apresentou as abelhas cortadoras de folha do gênero Megachile e perguntou se eu não queria fazer como monografia o estudo da biologia de três espécies desse gênero que ocorriam na área onde meus colegas já desenvolviam seus trabalhos. Iríamos utilizar ninhos armadilhas, um método onde conseguimos coletar os ninhos dessas abelhas solitárias e muitos dados de organismos associados, pólen etc. Depois da monografia, não quis mais estudar outra coisa.


  • No que você está trabalhando agora?

Atualmente, meu projeto de doutorado está focado em comportamento reprodutivo e biomecânica da genitália em três linhagens de abelhas solitárias - algumas espécies de Megachile, abelhas coletoras de óleo do gênero Centris e abelhas das orquídeas do gênero Euglossa. Sou doutorando da UFRJ, mas meu campo é no Maranhão.


  • O que você gostaria que todos soubessem?

Gostaria que as pessoas soubessem que as abelhas não se restringem apenas às espécies sociais das quais extraímos produtos como mel, própolis e geleia real. Que a maioria das plantas dependem das abelhas solitárias nativas e que sem a conservação desses organismos, muitos seres estão em risco de desaparecer. Ah!, e que a gente tem (pessoas no geral) uma visão muito utilitarista das abelhas em particular e da natureza no geral.


  • Como seria um dia perfeito para você?

Um dia em que eu estivesse no meio de uma floresta e começasse a chover. Adoro o tom que o verde adquire e o cheiro que aparece com a água da chuva batendo nas plantas e no solo.