Inara Silva

Inara Silva
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Pode nos contar um pouco de como você entrou na vida acadêmica?

Eu sempre tive interesse em plantas, mas quando eu iniciei a minha graduação em Ciências Biológicas queria trabalhar com zoologia. Depois com o tempo, vi que não era bem a minha área. Durante a graduação tive que estudar com afinco Organografia Vegetal, de tanto estudar acabei gostando de Botânica e vi que era algo queria trabalhar. Como moro no Rio de Janeiro, pensei em buscar um estágio no JBRJ (uma das melhores instituições do assunto no Brasil). Depois de definir minha área de interesse, busquei e consegui estágio de iniciação científica no Laboratório de Micologia. Fui bolsista do PIBIC/JBRJ e trabalhei com fitopatologia por quase dois anos. Apresentei meu trabalho em diferentes eventos científicos, achei interessante e desde então trabalho com pesquisa científica.

Como surgiu o interesse pela Biologia reprodutiva de Podostemaceae com enfoque na sistemática?

Meu interesse inicial era estudar biologia reprodutiva de Apocynaceae no Museu Nacional. Entretanto, minha orientadora me apresentou um projeto que ela desenvolvia em colaboração com outra professora do departamento. Achei o tema interessante e trabalho com o assunto desde a iniciação científica (já terminei o doutorado tem dois anos). É muito interessante, pois consigo relacionar diferentes áreas da Botânica em um único trabalho (taxonomia clássica, morfologia vegetal, sistemática, biologia floral, ecologia vegetal, etc).

No que você está trabalhando agora?

Bom, eu continuo atuando como pesquisadora, finalizando os meus artigos do doutorado e publicando. Também estou atuando como consultora coordenadora do Plano de Ação Nacional (PAN) para a conservação da flora endêmica ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro no âmbito do Projeto Pró-espécies¹. Apesar de ser um cargo de gestão, eu também auxilio nas atividades técnicas do projeto. O mais interessante é que estou aplicando boa parte do conhecimento adquirido na academia no meu trabalho.

O que você gostaria que todos soubessem?

A gente consegue atingir os nossos objetivos tendo organização, foco e perseverança. Outra questão muito importante é que a ciência e o cientista brasileiro precisam ser valorizados pela sociedade, a gente produz muita coisa de qualidade.

Como seria um dia perfeito para você?

Atualmente é estar vacinada, sem pandemia, não precisar usar máscara e curtir uma bela expedição de campo com os amigos e família (de preferência em uma cachoeira).




¹Plano de Ação Nacional para a Conservação da Flora Endêmica Ameaçada de Extinção do Estado do Rio de Janeiro no âmbito do Projeto Pró-espécies" que é coordenado pela SEAS no estado do Rio de Janeiro. A implementação das ações conta com o apoio do INEA, MMA, JBRJ, WWF-Brasil e outras renomadas instituições. O Projeto Pró-espécies é financiado pelo Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF, Global Environment Facility Trust Fund), está sobre a coordenação MMA, é implementado pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) e tem o WWF-Brasil como agência executora.