Daniel Júnior

Daniel Júnior
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Como entrei na vida acadêmica:

Em 2016, pelo Laboratório de Ecologia de Mamíferos da UERJ. Na época, eu estava na graduação e um amigo me informou sobre um campo de morcegos. Seguindo o conselho de uma amiga que me disse pra manter a mente aberta sobre a biologia e oportunidades, decidi viver a experiência. Foi tudo muito novo e inusitado (e nem um pouco fácil), mas gostei e decidi ficar

Como surgiu o interesse em Quiropterologia (estudo de morcegos):

Aquele convite para um campo vinha acompanhado de uma proposta de estágio. Eu não sabia se iria gostar de morcegos, por nunca ter tido contato com eles. Como todo calouro quando entra na universidade, os objetivos são os fofobichos mais famosos (e geralmente menos acessíveis). Eu decidi fazer a experiência de viver um campo de morcegos, e foi paixão assim que vi o primeiro nas minhas mãos em campo. Ouvir seus sonzinhos e até como decidiam dormir por perto mesmo que já tivessem sido liberados (alguns não iam embora, e nós os pendurávamos perto do acampamento). Perceber o quão bonitos eram aqueles peludinhos voadores foi uma experiência única, e percebi que era algo que eu gostaria de fazer pela vida inteira. Foi quando decidi ficar, não só na academia, como também com a quiropterologia.

No que você está trabalhando agora?

Eu iniciei na ecologia, e ao longo do tempo tive igual paixão pela divulgação científica e público. Atualmente, meu trabalho é entender como a mídia e o público lidam e reagem com situações de epidemias associadas a morcegos. E tentar esclarecer que estar associado não significa ter culpa.

O que gostaria que todos soubessem?

Primeiramente, que os morcegos não são vilões, maus ou de qualquer forma agressivos. Eles são incompreendidos (e misteriosos). Para além da maneira que geralmente são retratados em contos ou cinematografia, eles são úteis para a natureza, com a dispersão de sementes, controle de insetos, polinização, e muitas outras coisas. E principalmente, que são fofinhos.

Como seria um dia perfeito pra mim?

Olha, pergunta difícil. Acho que um dia começando com café, notícias de que finalmente ciência e educação estão sendo valorizadas de forma justa. Seguindo de um almoço com batatas fritas (adoro), jogos, filmes, e à noite, campo. Onde eu possa ver e conversar com os morcegos (sim, eu converso com morcegos hahaha).