Christielly Borges

Christielly Borges

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  • Pode nos contar um pouco de como você entrou na vida acadêmica?

Eu nunca sonhei em ser ecóloga, bióloga ou cientista. Os caminhos que podemos seguir nem sempre estão claros, principalmente quando somos jovens. Mas a partir do momento que eu entendi como se fazia ciência, um trabalho que exige principalmente criatividade e solução de problemas, seguir carreira acadêmica (fazer mestrado e doutorado), foi um caminho bem natural para mim.

  • Como surgiu seu interesse por Macroecologia?

Eu fiz graduação, em Ecologia e Análise Ambiental na UFG, no que pode ser considerado o “berço” da Macroecologia no Brasil. Pesquisadores como José Alexandre Diniz-Filho e Mauricio Bini fazem contribuições relevantes nessa área desde os anos 90. Como meu curso é relativamente novo, tive vários professores jovens também, e eles sempre fizeram questão de levar esses trabalhos macroecológicos para a sala de aula. E os trabalhos eram sempre muito interessantes, com várias espécies, muitas análises, vários mapas. Eu gostava da ideia de fazer trabalhos em grande escala, respondendo perguntas a níveis continentais, sem precisar fazer campo, sem precisar se especializar em um grupo. Além disso, um bom mapa seduz qualquer um.

  • No que você está trabalhando agora?

No momento estou trabalhando na minha tese, cujo foco é em diversidade linguística (na subárea de Macroecologia Humana). Eu estou mapeando os dialetos do Português Brasileiro e investigando os mecanismos ambientais, topográficos e socioculturais responsáveis pela diversidade linguística pré-colombiana das Américas do Sul e Central. Neste exato momento eu estou fazendo uma revisão sobre como as línguas evoluem.

  • O que você gostaria que todos soubessem?

Que trabalhos multidisciplinares são difíceis, mas podem ser bastante gratificantes.

  • Como seria um dia perfeito para você?

Diante desse cenário atual, a única resposta possível é que um dia perfeito seria acordar e descobrir que a eleição de 2018 foi um pesadelo coletivo.