Amanda Santos
Amanda Santos
(Twitter)
Pode nos contar um pouco de como você entrou na vida acadêmica?
Nunca foi minha intenção ou meu sonho. Foi acontecendo naturalmente, fui desenvolvendo gosto pela pesquisa com a iniciação científica e tive a certeza de querer seguir por esse caminho durante meu mestrado.
Como surgiu o interesse por interações interespecíficas?
Interação entre espécies sempre me deixou curiosa. Na minha iniciação científica, trabalhei com o palmito Juçara, uma espécie bastante famosa pela interação com as aves que se alimentam de seus frutos. Comecei a me questionar sobre os impactos que essa interação teria para a floresta e foi assim que cheguei no meu projeto de mestrado, ao qual estou dando continuidade no meu doutorado.
No que você está trabalhando agora?
Eu trabalho avaliando os efeitos em cascata decorrentes da interação de predação do palmito Juçara pelos macacos-prego. Avalio principalmente os efeitos desta interação sobre a chegada de sementes nas áreas onde os macacos consomem palmito Juçara, uma vez que o palmito Juçara é um recurso-chave para aves, que agem como dispersoras de semente.
O que você gostaria que todos soubessem?
O quanto é importante o trabalho dos pesquisadores, o quanto este trabalho é complexo, muitas vezes cansativo, especialmente para pós-graduandos, e o quanto esta profissão deveria ser valorizada. Sobre meu trabalho, gostaria que as pessoas soubessem que florestas vazias, áreas que perderam muitas espécies da fauna, podem não ser suficientes para a conservação da biodiversidade. A biodiversidade é composta também pelas interações que as espécies estabelecem e são fundamentais para a integridade das florestas.
Como seria um dia perfeito para você?
Um dia no mato, com cachoeira e sem obrigações.