Nosso Patrono e Patronesse

Nasceu em Kahina, Angola, no ano de 1760.

Teria sido capturada, aos 9 anos, em 1769 e vendida como escrava para a praça de Santa Maria de Belém do Grão-Pará, onde foi batizada na religião católica com o nome de Felipa Maria Aranha.

Morreu em 1780 na localidade de Mola, também conhecida como Itapocu, um distrito de Cametá, no Baixo Tocantins, Pará.

Enviada para Cametá, foi trabalhar numa fazenda escravagista de plantação de cana-de-açúcar.

Não se sabe como conseguiu escapar, porém, com centenas de outros negros, conseguiu formar um dos maiores e mais bem estruturados quilombos do Brasil, o Mola, nas cabeceiras do igarapé Itapocu, no território de Cametá.

O quilombo por ela liderado ostentava muita organização política, social e militar, sendo um dos maiores modelos de resistência à escravidão que a historiografia já encontrou.

Sua liderança militar conseguiu expulsar as forças portuguesas e as várias incursões de capitães do mato.

Detinha também grande capacidade política, pois conseguiu estruturar uma entidade composta por cinco quilombos, a Confederação do Itapocu, que empreendeu severas derrotas às forças escravagistas.

Nasceu em 10 de janeiro de 1909, na Vila de Ponta de Pedras (Ilha do Marajó, PA), registrado com o nome de Dalcídio Ramos Pereira, que viria a se consagrar no campo literário como Dalcídio Jurandir. No dia 16 de junho de 1979, o escritor falece na cidade do Rio de Janeiro (RJ), sendo sepultado no Cemitério de São João Batista.

Filho de Alfredo Pereira e Margarida Ramos, nasceu em um chalé à beira do rio, ainda hoje existente. Em 1910, mudou-se para Vila de Cachoeira, na mesma ilha. Ali passou sua infância, aprendendo com sua mãe as primeiras letras.

Em 1916, passou a frequentar a Escola Mista Estadual. Fez o curso primário do Professor Francisco Leão, em 1921. No ano seguinte, partiu para Belém, onde se matriculou no 3º ano elementar do Grupo Escolar Barão do Rio Branco. Matricula-se, no ano seguinte, no Ginásio Paes de Carvalho. Antes de completar o segundo ano, em 1927, cancelou sua matrícula e viajou para o Rio de Janeiro (RJ), a bordo do navio do Loide, Duque de Caxias, em 1928.

No Rio, enfrentou dificuldades ao chegar. Foi lavador de pratos no Café e Restaurante São Silvestre, no bairro da Saúde. Conseguiu, após um breve tempo, o lugar de revisor na revista "Fon-Fon", onde colaborou sem remuneração. Voltou a Belém no mesmo navio, tendo aproveitado a viagem para ler livros de clássicos portugueses e de poetas nacionais, que lhe foram emprestados por seu amigo, Dr. Raynero Maroja.

Em 1929, Dr. Raynero, como Intendente Municipal de Gurupá, no Baixo Amazonas, nomeou-o Secretário Tesoureiro da Intendência Municipal. Segue para Gurupá em outubro. Lá escreveu a primeira versão de "Chove nos campos de Cachoeira".

Em 1931, conclui um livro de contos e um romance, nos quais narra lembranças da infância no Marajó. Fez versos e descreveu paisagens. Retornou a Belém, sendo nomeado auxiliar de gabinete da Interventoria do Estado. Colaborou com vários jornais e revistas, como "O Imparcial", "Crítica" e "Estado do Pará" e, no ano seguinte, na "Guajaramirim" e "A Semana". Comunista assumido participou ativamente do movimento da Aliança Nacional Libertadora. Foi preso em 1935, tendo ficado dois meses no cárcere.

Em 1937, foi preso novamente e ficou três meses detido. Somente em 1938 retornou ao Marajó, reassumindo suas funções na Diretoria de Educação e Ensino, tendo sido designado a exercer a comissão de Inspetor Escolar em Salvaterra. Reescreve o livro "Chove nos campos de Cachoeira" e, também, concluiu seu segundo romance, "Marinatambalo", publicado sob o título de Marajó. Colabora nas revistas "Terra Imatura" e "Pará Ilustrado".

Em 1940, foi agraciado com o Prêmio Dom Casmurro de Literatura, concedido pelo jornal de mesmo nome e pela Editora Vecchi, com o romance "Chove nos Campos de Cachoeira". Faziam parte do júri, entre outros, Oswald de Andrade, Rachel de Queiroz e Álvaro Moreira.

Voltou ao Rio de Janeiro, em 1941, onde seu livro premiado foi lançado. Retorna a Belém e passou a trabalhar na Delegacia de Recenseamento. No final do ano viajou para o Rio de Janeiro, onde passou a exercer, em 1942, intensa atividade jornalística em "O Radical" e "Diretrizes", sendo que neste último atuava como redator, repórter e colunista.

Em 1944, fechado o semanário "Diretrizes", passou a redigir textos publicitários e legendas para filmes de educação sanitária no Serviço Especial de Saúde Pública – SESP. Colabora com o "Diário de Notícias", no "Correio da Manhã" e na revista "Leitura".

Em 1945 e 1946, fez parte da redação do jornal "Tribuna Popular" e colaborou nos jornais "O Jornal", "A classe operária" e na revista "O Cruzeiro". No ano seguinte, seu livro "Marajó" foi editado pela Livraria José Olympio Editora.

Pela "Imprensa Popular", em 1950, foi ao Rio Grande do Sul fazer uma pesquisa acerca do movimento operário do porto do Rio Grande. Desse trabalho surgiu seu livro "Linha do Parque", escrito entre 1951 e 1955. Viajou a União Soviética, em 1952. Foi ao Chile, em 1953, onde participou do Congresso Continental de Cultura.

Em 1956, no seminário "Para Todos", trabalhou ao lado de Jorge Amado, como redator. Lança pela Livraria Martins Editora, seu terceiro romance: "Três casas e um rio", em 1958. Publica, em 1959, o romance "Linha do Parque", pela Editora Vitória.

No ano seguinte, publica "Belém do Grão-Pará", pela Livraria Martins Editora. Recebeu o Prêmio Paula Brito, da Biblioteca do Estado da Guanabara, e o Prêmio Luiz Cláudio de Souza, criado pelo Pen Club do Brasil. A edição russa do romance "Linha do Parque" é lançada em Moscou no ano de 1962, com apresentação de Jorge Amado.

Publica, em 1963, "Passagem dos inocentes", pela Livraria Martins Editora. Termina de escrever "Os habitantes", em 1967. E em 1968, lança pela Livraria Martins Editora, "Primeira manhã", e conclui "Chão de Lobos", penúltimo romance da série "Extremo-Norte". O último romance da série acima citada, "Ribanceira", é concluído em 1970. Pela Livraria Martins Editora publica, em 1971, o romance "Ponte do Galo". Aposentou-se, como escritor.

Em 1972, a Academia Brasileira de Letras concede ao autor o Prêmio Machado de Assis de Literatura, pelo conjunto de sua obra, que lhe foi entregue por Jorge Amado. Recebe, em 1974, do Governo do Estado do Pará, o título honorífico de "Honra ao Mérito".

A segunda edição de seu romance "Chove nos campos de Cachoeira" é lançada em 1976 pela Livraria Editora Cátedra. "Os habitantes" é publicado pela Editora Artenova. Lançou, também, pela Record, o livro "Chão dos lobos". Fez diversas viagens a nações da América do Sul e a países socialistas e europeus.

A prefeitura de Belém homenageia o autor, dando seu nome a uma praça pública no bairro da Cremação. É nome de rua também no Rio de Janeiro, no Condomínio Riviera dei Fiori, na Barra da Tijuca. Em Ponta de Pedras, sua cidade natal, há uma escola com seu nome. Da mesma forma que Imprensa Oficial do Estado do Pará grafou o nome do escritor paraense na sua editora.

Em 2003, foi criado o Instituto Dalcídio Jurandir, na Casa de Rui Barbosa, na cidade do Rio de Janeiro. O Instituto foi idealizado pelo Professor Ruy Pinto Pereira, que é seu presidente. Na ocasião, todo o acervo do autor foi doado por seus filhos — Margarida e José Roberto — para o Arquivo–Museu de Literatura Brasileira daquela Casa.

Em 2004, Dalcídio foi o patrono da VIII Feira Pan-Amazônica do Livro, ocorrida entre 17 e 26 de setembro daquele ano. Em 2008, o Governo do Estado do Pará, instituiu o Prêmio de Literatura Dalcídio Jurandir, por meio da Fundação Cultural do Pará

Em 2009 comemorou-se o centenário do escritor. Recebeu homenagens em várias instituições como Academia Brasileira de Letras, Universidade Federal Fluminense, Academia Niteroiense de Letras, Instituto Histórico Geográfico-Niterói, União Brasileira de Escritores.

Em 2015, os herdeiros assinam contrato com a Produtora Matizar, para produção do filme documentário sobre a vida e obra do escritor.