A Abordagem Centrada na Pessoa (ACP) é uma teoria e prática clínica que entende o ser humano como um organismo em constante processo de desenvolvimento e busca por realização. Parte da ideia de que toda pessoa possui uma tendência atualizante, ou seja, uma força interna que a orienta para o crescimento, para a autonomia e para a realização de suas potencialidades, desde que encontre um ambiente facilitador.
O papel do terapeuta
Na ACP, o terapeuta não se coloca como especialista que “sabe sobre o outro”, mas como alguém que oferece condições de encontro humano capazes de favorecer o processo da pessoa. Rogers destacou três atitudes fundamentais do profissional:
Congruência (autenticidade) – estar presente de forma genuína e transparente.
Consideração ou Aceitação positiva incondicional – acolher a pessoa sem julgamentos, valorizando-a independentemente de seus comportamentos ou dificuldades.
Compreensão empática – buscar compreender profundamente o mundo interno do cliente e comunicá-lo de forma que ele se sinta realmente entendido.
A visão de pessoa
A ACP parte de uma visão fenomenológica e existencial: o que importa é como o indivíduo percebe sua experiência e dá sentido a ela. Assim, o foco não está no sintoma ou no diagnóstico em si, mas na pessoa como um todo, em sua singularidade e possibilidade de mudança.
O processo terapêutico
Na prática, isso significa que a terapia se constrói no encontro. A relação terapêutica é entendida como o principal agente de transformação. Quando a pessoa encontra um espaço seguro, livre de críticas e de imposições, ela pode entrar em contato com seus sentimentos, organizar suas experiências e se apropriar de si mesma.
Para além da clínica
A ACP não se limita ao consultório: ela se expandiu para educação, saúde, resolução de conflitos, grupos e organizações. É uma abordagem de vida, que propõe relações mais humanas e respeitosas, valorizando a autenticidade e o crescimento mútuo.
Em resumo: a Abordagem Centrada na Pessoa acredita que o ser humano tem dentro de si recursos para crescer e se transformar, desde que encontre um ambiente relacional que ofereça empatia, aceitação e autenticidade.