História Maestro Itapuã
Eu, Osório Ferrarezi pseudônimo Maestro Itapuã Ferrarezi de profissão, nasci em Santo Anastácio - SP em 1939, e iniciei minha carreira artística na rádio cultura de Maringá em 1957 com a dupla Zezinho e Zorinho. Gravamos nosso primeiro disco 78 rotações em 1958, que atingiu só no Paraná a segunda vendagem de discos da gravadora Chantecler da época que hoje faz parte do grupo Som Livre, quando ainda não existia o LP de vinil menos ainda o CD. Nesta época tive a honra de juntamente com o Tião Carreiro da dupla Tião Carreiro e Pardinho, criarmos o ritmo pagode. Esse feito está documentado no curta-metragem de 23 minutos, iniciativa do historiador Saulo Alves, cujo título do documentário é “Tudo é Pagode – Mão direita do Itapuã”. Mais tarde gravei vários discos cantando, e outros como solista instrumental, executando viola, violão requinto, e outros instrumentos de corda. Gravei com mais de 490 artistas profissionais durante a minha carreira como diretor de estúdio de gravação, arranjador, compositor e acompanhamento instrumental, foram 40 anos de estúdio e de gravações. Eu gravei desde a primeira dupla a gravar em estúdio no país, até alguns dos mais recentes começando com Torres Florêncio, Zico e Zeca, Lio e Léo, Tonico e Tinoco, Tião Carreiro e Pardinho, Chitãozinho e Xororó, Milionário e José Rico, Zezé Di Camargo e Luciano, Chrystian e Ralf, Marcelo Costa, Sérgio Reis e outros são quase 500 artistas que passaram pelas minhas mãos... Ao chegar no Mato Grosso em Santa Carmem em meados de 1993 fui convidado a compor o hino de Santa Carmem que está registrado em CD. Há 11 anos atrás registramos algumas das minhas composições inéditas num LP chamado “Terra” gravado por Itapuã e Mara Ferrarezi onde contém 14 músicas inéditas. Não falo isso com orgulho, absolutamente não porque não sou melhor do que ninguém, nunca tive essa pretensão, e pelo contrário eu agradeço a Deus por essa incumbência maravilhosa a qual eu procurei desenvolver dentro da melhor maneira possível nunca me preocupei com dinheiro, sempre em fazer o meu melhor trabalho e com isso a gente deixou um rastro muito bom. Se eu tenho inimigos eu oculto porque eu nunca soube de alguma coisa a respeito. Essa é uma pequena parte da minha história dentro do contexto cultural musical.
E a escola de música, como começou?
Vim para o Mato Grosso com a intenção de não atuar mais como músico, e imaginei que ninguém me conhecia como maestro, mas tinha pessoas que sabiam da minha história, inclusive um deles era o vice-prefeito da época e depois ele acabou se tornando prefeito, o Osmar Alexandre popular Tocô, e a partir da composição do hino municipal, surgiu a ideia de montar uma escola de música. Aí eu fiz uma proposta para ele só um dia da semana porque eu não estava mais a fim de mexer com música e ele concordou com isso. Aí começou a primeira escolinha aqui com 2 violões e dois teclados só, em uma salinha onde era o seu Amaro. A escola ficou fechada por 8 anos por questões do projeto municipal mas continuei dando aulas particulares. Na gestão do prefeito Nicole deu-se o reinício da escola. Vencemos algumas dificuldades, mas conseguimos continuar a desenvolver o projeto. Pela necessidade de atender a demanda do município surgiu em 2013 a AACC, Associação Artística Cultural Carmense, e desde a sua fundação a entidade continua recebendo convênio de apoio cultural da prefeitura e apoio cultural também do Sicredi até o presente momento.
Resumindo, começamos a escola com quatro instrumentos, e hoje com o apoio do Sicredi temos mais de 50 instrumentos. O Gabriel Sartori era criança, eu formei o Gabriel que hoje é o diretor da escola, e por sinal um menino super estudioso, um baita profissional hoje, todas as técnicas de instrumentos que eu ensino ele está apto a ensinar também hoje. Eu fico muito feliz por ter deixado esse legado ao meu aluno e filho musical do coração Gabriel Felipe Sartori hoje o presidente da AACC - Associação Artística e Cultural Carmense, que mantém este projeto Artístico e Cultural com capacidade e dedicação. Agora hoje estou um pouco cansado, meus 20 anos se foram faz tempo, então tenho que pensar um pouco mais em mim agora.