Simpósios temáticos

Está aberta a submissão de propostas de Simpósios Temáticos. Devem contar pelo menos com 4 comunicações. A proposta deve ser enviada com os resumos dessas comunicações.

Se pretender submeter uma comunicação a um dos Simpósios já propostos (até à data - 20 junho - temos cinco propostas de simpósios temáticos), então envie o seu resumo (entre 10 e 30 linhas, incluindo alguma bibliografia), acompanhado de uns breves detalhes biográficos para um dos organizadores do respectivo Simpósio.

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- data limite 15 de julho -

Devido a várias pedidos que nos chegaram depois do fim das submissões de palestras, prolongamos o prazo de submissão de comunicações até ao fim do dia 25 de Julho


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Divulgação da história da Matemática em Portugal e no Brasil nos séculos XIX e XX, organizado por Circe Mary Silva da Silva e Jaime Carvalho e Silva

O objetivo do simpósio é apresentar resultados de pesquisas que tratem das contribuições de pesquisadores e professores de matemática para a historiografia da História da Matemática em Portugal e Brasil, nos séculos XIX e XX. Essa historiografia diz respeito a livros de brasileiros ou portugueses, que abordem a História da Matemática em geral; tópicos da História da Matemática, publicados em livros, artigos em periódicos ou enciclopédias; a história de matemáticos no Brasil e Portugal e histórias institucionais dos dois países. Uma obra que sistematizou a História da Matemática foi a de Jean-Étienne Montucla – matemático francês – que publicou a primeira parte da Histoire des mathématiques em 1758, ela é considerada referência quando se pensa na história da matemática e sua escrita. Mas, foi no século seguinte que outros nomes surgiram, como o do alemão Moritz Cantor (1876; 1880); o do francês Jules Tannery (1881); o do dinamarquês Hieronymus Zeuthen (1893); o do suíço Florian Cajory (1897); o do alemão Johannes Tropfke (1921); o do britânico Thomas Little Heath (1921) e o do norte-americano David Eugene Smith (1923), só para citar alguns. No século XIX, na maioria dos países, as pesquisas em História da Ciência e História da Matemática pouco interesse despertaram. A comunidade de pesquisadores internacionais na área de História da Matemática, vinculada principalmente às instituições de ensino, ampliou estudos e discussões que se tornaram mais intensas a partir do século XX. Entretanto, os pesquisadores que no Brasil e Portugal dedicaram-se à História da Matemática são pouco visíveis. Não apenas livros servem para divulgar a História da Matemática; os periódicos desde o século XIX foram veículos de divulgação de pesquisas em História da Matemática e, provavelmente, no século XX foram fontes relevantes para a compreensão de tópicos desta história para os professores nos diferentes níveis de ensino.

História da Matemática em práticas docentes portuguesas e brasileiras, organizado por Lígia Sad e Carlota Simões

O simpósio tem como objetivo apresentar e discutir pesquisas e contribuições de estudiosos e professores de matemática, especialmente de Portugal e do Brasil, que têm se preocupado com a potencialização e validação da história da matemática em meio às práticas docentes hodiernas ou abordadas na historiografia. Um entrelaçamento, defesa e importância dessa temática estão há décadas presentes em publicações acadêmicas, como em Byers (1982, p. 5), na afirmativa de que “a unidade matemática está na sua história”, ou que uma razão central para se estudar história da matemática é entender a natureza da própria matemática. Bem convergente à consideração do literário alemão Goethe (1749-1832) ao estabelecer que a história da ciência é a própria ciência, pois não se pode compreender totalmente o que se faz sem entender o que outros fizeram antes de nós. Uma abertura para a condição da influência cultural da matemática e consequente influência da cultura na matemática, marcada em textos da historiografia básica, conforme Struik (1989) e Wussing (1998). Essas ideias se inserem nas relações diretas entre a história da matemática e o ensino/aprendizagem da matemática, constituindo campo de discussão a partir de vários estudiosos, entre eles, Byers (1982); D’Ambrosio (1992; 2011); Silva (1994); Miguel (1997); Fauvel & Maanen (2000); Radford (2000; 2011); Furinghetti (2002); Arcavi & Isoda (2007); Mendes, Fossa e Valdez (2006); Radford, Furinghetti e Katz (2007); Jankvist (2009); Pinto (2009; 2012); Clark (2012). Dentre as discussões, por um lado tem-se as de ordem mais didáticas, por exemplo, ao investigar “como”, ou a “incerteza” enquanto recurso pedagógico; de outro, as de ordem epistemológicas (no desenvolvimento lógico de noções matemáticas, de instrumentos históricos etc.); e ainda, o papel e potencialidade da história junto à cultura do aprendiz e da sua formação histórica. Certamente, na última década, observamos continuidade dos debates em produções de pesquisadores, portugueses e brasileiros voltados a modos de incorporação da história da matemática no ensino da matemática escolar ou acadêmica. Sendo assim, também pertinentes os trabalhos que ampliam estudos abordando práticas sociais e culturais vivenciadas por professores de matemática ao envolverem história da matemática nos diversos níveis de ensino, em termos de transformações e adições tecnológicas. Além disso, são de interesse investigações no âmbito da historiografia, que apresentem como esse processo era realizado ou não em épocas anteriores, tanto na educação superior quanto na básica.

Os manuais de astronomia nas instituições de ensino superior no mundo de língua portuguesa (séculos XVIII a XX), organizado por Fernando B. Figueiredo e Thomas Haddad

O simpósio reunirá historiadores da matemática e da astronomia e procurará analisar os livros de texto de astronomia que se publicaram em língua portuguesa (sejam originais ou traduções) e que estiverem em uso no Brasil e em Portugal, nos séculos XVIII, XIX e XX. Neste período temporal a astronomia conheceu rápidas e profundas mudanças. A astronomia do século XVIII centrada quase em exclusivo no programa astrométrico e da mecânica celeste do sistema solar, vê-se ao longo do século XIX, fruto das grandes inovações experimentais que se foram fazendo, a evoluir para novas áreas científicas. O estudo dos fenómenos elétricos, magnéticos e da luz são temas de investigação que merecem atenção de muitos astrónomos e a astronomia abre-se a novos campos, como a astrofísica. Simultaneamente, com a criação de sistemas de ensino técnico e científico de cariz nacional, assiste-se a uma profunda reorganização e sistematização do ensino de astronomia. Novas disciplinas, por vezes com a separação da Mecânica Celeste e da Astronomia Esférica, mas também novos manuais marcam o seu aparecimento em instituições como a Universidade de Coimbra, reformada em 1772, e a Academia Militar do Rio de Janeiro, fundada em 1810, entre outras. Os livros de texto e os compêndios adoptados para as aulas, a par dos cadernos e notas de aulas tanto de professores como de alunos, bem como as anotações produzidas em campo durante missões realizadas pelos homens de ciência, são certamente fontes preciosas para obtermos um conhecimento mais preciso não só da evolução das ciências astronómicas, como das matérias ensinadas (ou que se pretendiam ensinar), bem como do processo ensino/aprendizagem em curso nas diferentes escolas e instituições. Além disso, pretende-se alargar os estudos para as práticas implementadas em campo pelos profissionais formados nessas instituições.

Este simpósio é organizado por Fernando B. Figueiredo, Heloísa Gesteira, Luis Miguel Carolino e Thomas Haddad, e visa explorar e reavaliar o significado e o papel dos livros de texto ou materiais em geral, para o ensino da astronomia, no contexto do ensino e da investigação das instituições brasileiras e portuguesas. Convidamos propostas para apresentações de comunicações de 25 mins. Por favor, envie o seu resumo (entre 10 e 30 linhas, incluindo alguma bibliografia), acompanhado de uns breves detalhes biográficos para: Fernando B. Figueiredo (fernandobfigueiredo@gmail.com), ou Thomas Haddad (thaddad@usp.br), até 15 de julho.

História do Ensino/Educação Matemática, organizado por Wagner Valente e Mária Almeida

Os Encontros Luso-Brasileiros de História da Matemática têm abrigado estudos de muitos pesquisadores que se dedicam à história do ensino, à história da educação matemática em praticamente todas as suas edições. Este simpósio dá continuidade às trocas internacionais de pesquisas sobre história do ensino/educação matemática. Trata-se de um espaço no âmbito do 9° ELBHM que reunirá trabalhos sobre a história do ensino de matemática no Brasil e em Portugal, tendo em vista os diferentes níveis escolares, no amplo período que abrange desde a institucionalização dos sistemas de ensino ao longo do século XIX até os dias atuais. No âmbito da temática do simpósio incluem-se história das disciplinas escolares matemáticas, história das instituições de ensino da matemática, história dos conteúdos escolares, história do saber profissional do professor de matemática dentre outros subtemas.

Episódios didácticos na História da Matemática: da Babilónia a Cardano, organizado por Jorge Nuno Silva

Trata-se de abordar três momentos relevantes na História da Matemática e no seu ensino. As primeiras escolas que a humanidade produziu, na Suméria, incluíam a matemática nos seus currículos. Como? Qual era a prática que estava associada ao seu ensino? As ideias inovadoras de Alcuíno de Iorque revelaram-se influentes em muitas áreas do saber. Como foi ele pioneiro no Ensino da Matemática? Qual o valor do "problem solving" avant la letter que implementou na corte de Carlos Magno? Tradicionalmente, aponta-se Fermat e Pascal como os matemáticos que deram os primeiros passos no desenvolvimento da Teoria das Probabilidades. Cardano, que os precede, não costuma surgir nesta narrativa. Contudo, as suas investigações merecem atenção, para além de se revestirem de interesse didáctico, já que se podem emular em sala de aula, hoje.