A globalização e o património local
Hoje em dia vivemos rodeados de elementos originados do processo de globalização, como os telemóveis, a televisão, os meios de transporte, os meios de comunicação, entre outros.
Além disso, esse processo permite que o nosso património possa ser reconhecido internacionalmente e que ganhe mais relevância.
Mas o que significa património cultural? Como a globalização afeta o património? Qual a importância do património?
Em primeiro lugar, de acordo com a Lei de Bases do Património Cultural1 , o património cultural é constituído por “todos os bens que, sendo testemunhos com valor de civilização ou de cultura portadores de interesse cultural relevante, devam ser objeto de especial proteção e valorização”.
Em segundo lugar, a globalização permite que mais pessoas possam conhecer o nosso património, por exemplo, o centro histórico de Guimarães2, que é um dos 17 locais que estão inseridos na lista do património mundial em Portugal, já sofreu algumas renovações, sem afetar as partes históricas, para que mais visitantes possam ter novas experiências e para poderem conhecer a história desta cidade.
Em terceiro lugar, o património é importante, porque este constitui uma parte da nossa identidade e da nossa comunidade permitindo conhecer o nosso passado, por exemplo, o convento de Mafra3 é um monumento que “ilustra o poder e a alcance do Império Português”4, ou seja, este mostra a magnificência que existia em Portugal no século XVIII.
Por fim, sem a globalização, o património não teria um grande valor e muitos dos locais que fazem partem do património mundial não seriam muito conhecidos.
FIM
Beatriz Silva
A globalização e os monumentos históricos
Com o passar dos anos, tem-se vindo a falar cada vez mais da globalização, pois cada vez mais é possível ver pequenas coisas e aspetos que lentamente se têm inserido na nossa sociedade. Esses aspetos (moda, comidas, redes sociais), maior parte são provenientes de outros países.
Os monumentos históricos são das poucas coisas que são únicas de um certo país e de uma certa região, aspeto que os torna ainda mais únicos e especiais.
Mas será que o que os torna tão especiais também os pode tornar vulneráveis? Será que a exposição pode acabar por ser negativa? E as regiões também serão afetadas?
A verdade é que, com o passar dos anos, as tecnologias têm evoluído e com isso as novas formas de marketing usadas pelas empresas turísticas e até mesmo pelas entidades responsáveis pela promoção do turismo rural. Essa nova exposição trás turistas e com eles vem o seu dinheiro que para os comércios locais é uma mais valia pois muitos destes vivem do turismo. Contudo, para além do dinheiro também vem os costumes, que por vezes as populações locais acabam por meio que usufruir e isso pode por em risco aspetos da nossa cultura, que outrora nos tornavam distintos.
Outra das preocupações que surgem é o desgaste e a degradação que todo este turismo pode trazer a certos monumentos históricos que podem ser bastante vulneráveis perante certas situações.
A meu ver, apesar de todas as preocupações serem reais e sinceras, eu acredito que os fundos provenientes deste tipo de turismo são demasiado valiosos para se poder sequer pensar em abdicar deles, e no que toca à perda de certos aspetos da nossa identidade, eu sou defensor que nós devemos evoluir enquanto povo, mesmo que isso signifique perder um pouco do que nos definia, mas temos de ter cuidado com aquilo que cedemos, pois não nos podemos deixar levar pelas outras influencias por completo. No que diz respeito à degradação de estruturas, a meu ver este problema pode ser “facilmente” resolvido, graças aos avanços tecnológicos alcançados, que tornam mais fácil a realização de manutenção dos edifícios, e essas mesmas obras podem ser financiadas, com o dinheiro obtido através do turismo.
Em suma, os monumentos históricos conseguem de facto enquadrar-se neste novo/velho “movimento” que é a globalização desde que este enquadramento seja feito de forma correta e consciente.
FIM
Duarte Dias
A globalização e a gastronomia local
A globalização e o avanço das tecnologias e comunicação permitiram a rápida conexão entre os diferentes lugares do mundo. Assim, também foi possível a dinamização, expansão e conhecimento de novas culturas, tradições e costumes das diferentes regiões de Portugal e ate do mundo.
Costumes, tradições e comidas típicas de certa região têm sido adotadas por outras regiões completamente diferentes.
Mas será assim tão fácil difundir as tradições como as comidas tradicionais? E se forem lugares pequenos e pouco conhecidos?
Todos nós conhecemos a Paella de Espanha, os Tacos do México ou os Croissants de França, mas essa difusão não fica por países grandes e mundialmente conhecidos. Felgueiras, uma pequena cidade do norte de Portugal, com menos de 60 mil habitantes, tem uma empresa que fabrica o Pão-de-Ló de Margaride que, para alem de ser bastante conhecido em Portugal, também tem vindo a ser reconhecido no resto do mundo.
O fabrico do Pão-de-Ló de Margaride teve início há 300 anos e desde sempre mantem a mesma receita adorada por toda a gente. Atualmente, a empresa está ao encargo da 3ª geração da família fundadora.
O Pão-de-Ló de Margaride já ganhou diversos concursos, como é o exemplo do Great Taste Awards que se realizou em Portugal, onde a empresa levou o pão de ló, juntamente com outras iguarias de Margaride, e foram a única empresa que conquistou o Trio com 3 Estrelas de Ouro em todos os produtos. Também participou no 7° Concurso Nacional de Bolos Especiais de Natal onde conquistou o Prémio de Medalha de Ouro.
Mas, a empresa de Margaride não se deixou ficar por Portugal, já ganhou três prémios consecutivos no exterior. Desde a primeira participação no Great Taste Awards, no Reino Unido, em 2018, até 2020, conquistou sempre a Estrela de Ouro.
FIM
Inês Gomes
O património local e a globalização
A globalização é um processo de expansão a todos os níveis. Tanto económico, político, social como cultural, religioso e jurídico.
Com a expressão da globalização, o chamado património ganhou mais reconhecimento. Desde os primórdios do séc. XVIII com a Revolução Industrial o mundo começou a evoluir. As variadas trocas comerciais começaram a surgir. Os monumentos já existentes ganharam mais visibilidade.
Mas com tudo isso será a nossa cultura, o nosso património mais valorizado? Com o alcance da globalização poderemos aumentar o património?
Apesar de as comunicações evoluírem a um nível estratosférico, não significa que o nível de interesse pelo Mosteiro de Pombeiro aumentou. Falo do Mosteiro de Pombeiro como podia falar do Pão de ló de Margaride apesar que, na minha opinião, é talvez um dos patrimónios materiais mais reconhecidos nacionalmente o que pode fazer a diferença, mas honestamente não me parece assim tanto.
Já no que toca ao aumento, é visto que o resultado será o mesmo. Grande parte do património nacional, cultural, local são infraestruturas ligadas à igreja pelo seu forte domínio no passado, mas atualmente a visão é completamente oposta. A Igreja não tem tanta forca como tinha logo os grandes monumentos patrimoniais não são tao respeitados e valorizados como deviam. Ainda assim acredita-se que continuarão a construir e a permanecer património, mas não fará uma grande diferença ao ponto de colocar a palavra “aumento” no caminho.
Por fim, a globalização influenciou sim o crescimento do património, mas não tao significativamente como por exemplo, a música ou a comunicação em si.
FIM
Rita Lopes
Globalização e Arte
A globalização é um processo de expansão econômica, política e cultural a nível mundial. A sua origem remete ao período das Grandes Navegações no século XVI, o momento em que as trocas comerciais ampliaram-se para outros países.
No último século, o processo de globalização acelerou bastante devido à Terceira Revolução Industrial (ou Revolução Técnico-Científico-Informacional). Ela promoveu a evolução das tecnologias de transporte e comunicação, de modo a que a distância e as fronteiras geográficas tornem-se cada vez menores. Isto contribuiu diretamente para o aumento das trocas comerciais entre os países, sobretudo para a velocidade em que essas trocas acontecem. Ainda assim a globalização não modifica apenas ao nível comercial, afeta por exemplo a arte.
A globalização auxiliou a arte pois pessoas de qualquer lado do planeta conseguem visualizar como esta foi/é feita noutro canto do mundo, não mais seja via Internet. A globalização também modificou a arte pois os artistas tendo conhecimento de outro tipo de arte, este aumenta a capacidade criativa fazendo trabalhos mais elaborados/completos, devido a uma junção de artes.
Porém a globalização modificou para pior a arte? Pode-se dizer que modificar a própria arte é considerado perda de cultura?
Na minha opinião, não. Penso que a globalização não modificou para pior a arte, pois como já disse anteriormente a globalização é uma ajuda no quesito obter conhecimento. Assim considero que pessoas com mais conhecimento farão trabalhos melhores. Também não considero que modificar a própria arte é considerado perda de cultura, pois caminhamos para um mundo com uma cultura homogénea ou perto disso, logo modificar a própria arte não será mais que um avanço para uma sociedade mais parecida que nunca.
Por fim, creio que a globalização apenas auxilia a arte, não a prejudica em nenhum ponto. Assim como entre outros vários temas.
FIM
Rúben Melo
O património local e a globalização
A globalização permite uma maior conexão entre pontos distintos do planeta, encontrando-se este cheio de elementos do processo de globalização, tais como as antenas de TV, os meios de transporte, os cabos de fibra ótica, entre outros. Isto também é evidente com o património. A ideia de um património é um dos elementos importantes da construção da cidadania no mundo globalizado, que pressupõe a identificação de bens que se constituem em património de todos os seres humanos.
Mas afinal quais são os impactos da globalização no património? Será que a globalização interfere na questão do património?
Por um lado, a globalização impulsiona a civilização, conduz muitos países e regiões ao desenvolvimento, desfrutando da ciência e da tecnologia. Por outro lado, as comunidades locais foram confrontadas com a perda das características culturais locais, bem como o risco da cultura local desaparecer.
O avanço da globalização evidencia a “evolução” das civilizações, mas condiciona a paisagem urbana.
No entanto, há um esforço para a preservação do património, pois este possui significado simbólico para comunidade, faz as pessoas se sintonizarem com a sua identidade e com o sentimento de pertença.
Por fim, a globalização tem um papel importante para o país, mas não devemos esquecer que à volta de um mundo globalizado temos coisas importantes o nosso património que devemos preservar, visitar e divulgar não sendo esquecido e torna-se conhecido perante os outros.
FIM
Raquel Pereira
A Globalização e a vinicultura
Nos dias de hoje a globalização chega a todo lado, desta forma tudo o que entra em contato com este processo é influenciado, sejam as pessoas, os objetos, tudo. Há uma mudança de alguns hábitos por exemplo através de programas de televisão de outros países, comidas de outros países (fast food), a internet, entre outros. No entanto, aspetos locais continuam fortemente presentes na população, diferenciando as culturas.
O património local é muito importante pois é o que nos diferencia de outras regiões e povos, é a nossa identidade, neste caso a vinicultura é um exemplo de património local.
Assim, a Vinicultura também é influenciada pela globalização, quer a maneira como o produto é produzido quer a forma como o mesmo é fornecido aos consumidores.
Mas afinal como beneficia a vinicultura com a influência deste processo? E de que forma ela pode evitar ser afetada negativamente pela globalização?
Por um lado, a globalização trouxe vantagens, como a expansão dos mercados e a inovação. Assim, a vinicultura beneficia do processo com um aumento da produção dado ao crescimento dos consumidores e às inovações tecnológicas. Segundo o Expresso a exportação de vinho poderá atingir um novo recorde “Esperamos fechar o ano (2022) nos 940 milhões de euros, o que será um registo recorde”, disse Frederico Falcão, presidente da Viniportugal. Assim, vê-se que a globalização está a ter um impacto positivo nos vinhos portugueses, contribuindo assim para aquilo que é o património local e para o conhecimento de outras regiões/povos desse património.
Por outro lado, muitas produções de vinhos não aguentam a forte competição com mercados mais fortes como França e EUA, isto porque as grandes empresas de produção de vinhos conseguem produzir em maior escala. Isso resulta em uma concorrência desleal com as empresas locais, que não conseguem diminuir o valor do produto sem comprometer o negócio, pondo em causa o património local, o que faz com que possa ocorrer a perda de identidade, uma desvantagem da globalização. Porém, existem pequenos produtores que não conseguindo competir com estas grandes empresas recorrem a alternativas para que mantenham o seu negócio vivo. Temos como exemplos destas alternativas a produção de vinho de forma mais biológica e sustentável. Dado à preocupação com a emergência climática muitos têm procurado produtos deste género. Outro exemplo é enoturismo, isto é, uma atividade turística onde o turista percorre as vinhas e prova o produto final, bem como vê o trabalho realizado para obter esse produto final, assim sendo, o enoturismo envolve o visitante na cultura e nos detalhes da bebida. De acordo com o jornal Público Jorge Sampaio, presidente das Rotas dos Vinhos de Portugal, diz que o enoturismo tem vindo a crescer e querem investir mais nesse aspeto. O enoturismo para além de criar uma ótima experiência ao turista, mostrando-lhe essa parte do património, cria também uma certa relação de proximidade, podendo este turista se tornar num possível consumidor.
Por fim, a globalização fez com que a vinicultura em Portugal fosse dada a conhecer ao mundo. Com a inovações e o aumento dos consumidores muitos beneficiaram, mas outros ao não conseguir competir com os grandes produtores tiveram de recorrer a métodos alternativos e sustentáveis. Desta forma, deve-se tomar proveito do processo de globalização sem que ele ponha em causa o património local.
FIM
Jorge Pinto