Napê
uma alegoria sobre a barbárie, sobre a população oprimida e o processo de colonização das Américas.
Napê para os yanomamis significa estrangeiro, branco, o outro.
O ditado “pisar em ovos” representa o cuidado para a conversa delicada, para um lugar onde se pressupõe que o outro irá reagir à sua atitude – mas, no processo de colonização, não existe o pisar em ovos, é tudo violento e direto.
Como parte da pesquisa realizada no Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo na área de Poéticas Visuais, e partindo da análise das obras dos artistas Christian Marclay (Guitar Drag, 2000), Hildegard Westerkamp (Soundwalking, 1973) e Steve Reich (Come Out, 1966), o espaço sônico criado no vídeo Napê evoca o ruído dolorido das sociedades e comunidades silenciadas pela branquitude europeia.
Pedro Palhares nasceu em São Paulo em 1978. Graduado em Cinema pela Fundação Armando Álvares Penteado (2002) e mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo na área de Poéticas Visuais. Trabalha com vídeo autoral, registro de exposições e documentação de processos de artistas. Atua no campo sonoro, realizando de projetos em instalação a projetos musicais, além de desenvolver trabalhos com fotografia. Participou de exposições e mostras de curtas-metragens, entre elas Mostra Internacional de Curtas Metragens de São Paulo (2003), Paço das Artes (2007), Festival In-Sonora (2008), Instituto Goethe (2009), Bienal do Mercosul (2011), Festival Recine (2015), MuBE (2018 e 2020).
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