HISTÓRIA DO BAIRRO

A Liberdade pulsa. Pessoas, carros, calçadas, lojas, ruas e calçadas. Os postes vermelhos de onde brotam redondas luminárias brancas dão ritmo aos passeios de domingo: cerejeiras urbanas carregadas de botões, prestes a abrir suas flores celebram a cultura oriental. Mas nem sempre foi assim.

No século XIX, o bairro se localizava em uma região periférica da cidade, e ficava no caminho entre o Centro da cidade de São Paulo e o então município de Santo Amaro. Imigrantes portugueses e italianos construíram sobrados que, com o tempo, viraram pensões e repúblicas que seriam habitadas, nas primeiras décadas do século XX, por imigrantes japoneses.

Conhecido atualmente por ser um bairro de asiáticos, a Liberdade era, originalmente, um bairro de negros - o prefeito Ricardo Nunes, em 2023, sancionou uma lei que determina a mudança do nome da Praça da Liberdade para “Liberdade África-Japão”, na intenção de rememorar e reviver essas histórias.

A presença japonesa no bairro começa quando, em 1912, os imigrantes japoneses começaram a residir na rua Conde de Sarzedas, ladeira íngreme, onde os imóveis tinham porões, e os aluguéis dos quartos no subsolo eram mais baratos. Nessa época, começaram a surgir as atividades comerciais típicas dessa cultura: hospedarias, empórios, casas que fabricavam tofu, outras que produziam manju (doce japonês), formando a “rua dos japoneses".

Nos anos 70, a Liberdade deixou de ser um reduto exclusivo dos japoneses. Muitos deixaram de residir na região, mantendo apenas seus estabelecimentos comerciais. Assim, o bairro passou a ser procurado também por chineses e coreanos, o que fez com que passasse a ser conhecido por “Bairro Oriental” de São Paulo.