Palestrantes

Prof. José Ezequiel Soto Sánchez (TECGRAF/PUC-RJ)

PALESTRA_ Ladrilhamentos: arte, cultura e pesquisa matemática

Resumo: Partindo de exemplos clássicos de ladrilhamentos em distintos contextos culturais e artísticos, o autor apresenta os resultados de sua pesquisa na representação computacional de ladrilhamentos periódicos do plano com polígonos regulares. Serão introduzidos conceitos básicos sobre ladrilhamentos e grupos de simetria no plano, e a representação inteira destes objetos baseada em números complexos. Em torno aos conceitos matemáticos apresentados será discutida a importância da historia da matemática e o carácter situado da atividade matemática.



Doutor em matemática pelo IMPA, mestre em engenharia de produção pela COPPE/UFRJ e bacharel em matemática aplicada pelo ITAM (México). Desenvolve pesquisa em ladrilhamentos e padrões, processamento geométrico e modelagem. Pesquisa em matemática aplicada à computação: geometria computacional, modelagem e processamento geométricos, fabricação digital, computação gráfica, imagem e som digital, e visualização de dados. Modelagem e matemática aplicada, ciência de dados e estatística aplicadas às ciências sociais e da saúde, principalmente.

Prof. Bruno Mota (IF/UFRJ)

PALESTRA_ O cérebro, o Universo e todo o resto

Resumo: O córtex cerebral mamífero é provavelmente a mais complexa estrutura já estudada pela ciência. A primeira vista, qualquer tentativa de criar um modelo que capture elementos essenciais desta complexidade a partir dos princípios pareceria destinada ao fracasso. Existem diferenças claras entre córtices lisos e dobrados (girificados), entre espécies e ordens diferentes, e no tamanho relativo das subestruturas corticais. Por outro lado, os elementos fundamentais do sistema nervoso central são em grande parte conservados pela evolução, e o seu desenvolvimento é controlado por no máximo alguns milhares de genes, codificados em meros kilobits de informação. Além disso, análises de neuroanatomia comparada sugerem fortemente a existência de mecanismos conservados na maneira como os córtices cerebrais se dobram. Partindo de hipóteses biologicamente plausíveis e usando modelos simples, inspirados pela física estatística, fomos capazes de mostrar que a girificação cortical segue uma lei de escala universal. Mostramos que a mesma lei é empiricamente válida em comparações entre diferentes espécies, diferentes indivíduos da mesma espécie e entre diferentes regiões do mesmo córtex. Recentemente, mostramos que esta regra universal também se aplica entre diferentes escalas de tamanho em um mesmo córtex. Isso prova algo que a forma do córtex é auto-similar, com estruturas em todas as escalas maiores que uma escala fundamental, que é proporcional simplesmente a espessura cortical. Criamos um método que quantifica o quanto da girificação ocorre em cada escala, entre décimos de milímetro até dezenas de centímetros; dos menores e mais individualizados sulcos e giros até as maiores e estereotípicas estruturas corticais. Ao aplicar este método a cérebros de humanos e outros primatas, verificamos que, à medida que 'derretem' córtices maiores vão recapitulando a forma e o tamanho de córtices menores pertencentes a outras espécies. Acreditamos que este método, além de revelar uma regularidade até então desconhecida em estruturas biológicas complexas, também pode se tornar uma poderosa ferramenta para analisar e comparar o córtex de diferentes espécies e indivíduos; ao longo do desenvolvimento e envelhecimento, e na ausência ou presença de patologias como a doença de Alzheimer, epilepsia e microcefalia induzida por zika.

Graduação em Física - Bacharelado pela Universidade Federal de Minas Gerais (1999), mestrado em Física pela Universidade Federal de Minas Gerais (2001) e doutorado em Física pelo Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (2007). Professor adjunto da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Tem experiência em duas principais áreas: Astronomia, com ênfase em Cosmologia e em física aplicada à neurociência.

Profa. Cydara cavedon ripoll (UFRGS)

PALESTRA_ Comparação em Matemática

Resumo: A comparação em Matemática tem um papel essencial, desde os anos iniciais da Escola Básica até a pesquisa em Matemática, seja ela pura ou aplicada. Esta palestra traz algumas reflexões e pretende oportunizar um momento de discussão sobre o tema.

Licenciada em Matemática pela UFRGS, concluiu o mestrado em Matemática na UFRGS e em 1991 doutorou-se em Matemática pelo IMPA, na área de Álgebra. Ingressou como professora na UFRGS em 1985. Fez estágio de pós-doutorado na Universidade de Heidelberg, Alemanha. Atualmente é professora Titular trabalhando junto ao Pós Graduação em Ensino de Matemática da UFRGS, onde trabalha desde a sua criação, há 15 anos. É autora de livros voltados para a formação do professor de matemática da Educação Básica.