Nesta lição, veremos alguns componentes que, assim como os outros já vistos anteriormente, são fundamentais para que qualquer sistema computacional funcione. A fonte de alimentação, conhecida também como PSU (Power Supply Unit), tem a vital importância de energizar todos os demais componentes do computador, recebe corrente alternada da rede elétrica, 127v ou 220v, podendo variar de rede elétrica para rede elétrica, e a converte em corrente alternada, no caso do computador, 3.3, 5v e 12v.
Veremos que existe um padrão de tamanho para esses componentes de computadores, mais especificamente, placa-mãe, fonte e gabinete. Esse padrão é internacional e é respeitado pelos principais fabricantes de componentes de computadores do mundo todo, desta forma, um gabinete de um determinado tamanho serve em uma placa-mãe que contém essa mesma especificação.
Fez um upgrade no seu PC e ele fica reiniciando?
É claro que vários fatores podem influenciar em algum tipo de problema no computador, mas um dos pontos que devem ser levados em consideração é a fonte de alimentação.
Um exemplo comum em que uma fonte pode estar desativando seu computador é quando é realizado algum tipo de upgrade de hardware que tem um alto consumo de energia. Um bom exemplo é a instalação de uma placa de vídeo mais potente, que, por consequência, precisa de alimentação extra, além do que vem do slot PCI Express.
Por exemplo, supondo que o conjunto de hardware, somando tudo, consuma 400 watts, mas sua fonte é de 230, naturalmente, quando acontecer um pico de consumo, a fonte não irá suportar a demanda e irá desarmar, na verdade, isso é um mecanismo para não comprometer todos os componentes eletrônicos.
Portanto, atenção ao consumo do seu computador, sua fonte deve ser compatível com ele para evitar maiores problemas!
Já parou para observar a temperatura do seu computador?
Um fator que é preciso ser levado em consideração na vida útil de qualquer sistema computacional é a temperatura, principalmente em um país tropical que constantemente se aproxima dos 40 graus celsius.
Para controlar a temperatura interna, um sistema de exaustão eficiente é fundamental. Existem basicamente dois tipos de sistemas de exaustão de calor em um gabinete: a ar e a água. Existem algumas exceções, a turma fissurada por overclock, que costuma elevar ao máximo a frequência de processadores, costumam utilizar nitrogênio ou gelo seco para dissipar as altas temperaturas. Mas no “mundo normal”, temos os water cooler e simplesmente os coolers.
Um dos sistemas de exaustão mais simples e com baixo custo de aquisição pode ser feito utilizando o fluxo de ar, com coolers, fazendo com que entre ar em temperatura ambiente e seja retirado o ar quente de dentro do gabinete, realizando, assim, a exaustão, conforme demonstra a imagem a seguir:
Figura 1 - Fluxo de ar dentro de um gabinete
Fonte: o autor.
#PraCegoVer: a imagem demonstra o fluxo de ar de um gabinete para computadores que tem pré-disposição para seis fans, sendo eles: dois frontais jogando ar externo para dentro do gabinete, um fan em baixo também inserindo ar de baixo do gabinete para dentro, dois superiores e um traseiro fazendo a exaustão, jogando o ar quente para fora para evitar o aquecimento de todos os componentes eletrônicos.
Agora vamos entender uma classificação quanto à dimensão de alguns componentes computacionais, particularmente, relacionados a Fonte, Placa-mãe e Gabinete.
Figura 2 - Diferenças de tamanhos EATX, ATX, micro-ATX e mini-ITX
Fonte: o autor.
#PraCegoVer: a imagem demonstra o tamanhos das placas-mãe mais populares, são quatro, começando da maior para a menor: EATX (a maior placa de todas), ATX (segunda maior placa e muito comum), micro-ATX (placa menor, ideal para gabinetes pequenos) e mini-ITX (menor tamanho de placa, ideal para projetos pequenos, conhecidos também como “slim” ou “thin client”).
Geralmente encontramos fontes de computadores com as descrições ATX (Advanced Technology eXtended) e ITX (Information Technology eXtended), essa classificação é referente ao seu tamanho. A ATX é para gabinetes comuns que, consequentemente, suportam placas-mãe maiores e a ITX para a linha de gabinetes slim, onde fonte, gabinete e placa-mãe devem ser mais compactos.
Antigamente existia o padrão AT (Advanced Technology), de tamanho similar a ATX, mas com conexões diferentes. O ATX foi introduzido pela primeira vez em 1995 pela Intel com um design inovador, baseado no modelo anterior, o AT. Com um melhor uso de espaço e recursos, o ATX rapidamente se tornou o formato padrão para a maioria dos novos sistemas de computadores.
Agora falando somente em tamanho de gabinete, existe uma classificação de acordo com o tamanho da torre, conforme a seguir:
Mini Tower (Torre Pequena): são os gabinetes menores, geralmente para placas e fontes ITX, mais leves e compactos.
Mid tower (Torre Média): são os gabinetes intermediários, é o padrão, encontrado normalmente na maioria dos computadores.
Full Tower (Torre Grande): são os gabinetes maiores, com várias baías e suportes para discos, geralmente para placas EATX, pesados, voltados para o público entusiasta.
O gabinete é considerado a estrutura do PC, no qual todos os componentes internos são instalados e fixados. A escolha de um gabinete adequado aos componentes que serão integrados nele é de extrema importância, já que permitirá a instalação e a fixação dos componentes em conformidade com as especificações técnicas dos fabricantes de cada componente, além de permitir um ótimo gerenciamento térmico interno enquanto o PC estiver em operação (PAIXÃO, 2014, p. 145).
Mudando o contexto, agora especificamente na fonte, é o Selo 80 Plus. É uma certificação internacional que se refere aos Watts gastos pela fonte para gerar a potência necessária para atender a demanda. Se determinada fonte possuir este selo, já é possível afirmar que ela garante no mínimo 80% da energia. Esta eficiência é garantida em situações de 10%, 20%, 50% e 100% de demanda.
Figura 3 - Selos 80 Plus
Fonte: o autor.
#PraCegoVer: a imagem demonstra os selos das seis categorias 80 plus, começando pelo primeiro, a Standard (conhecida como White também), depois a segunda a Bronze, Silver (Prata), Gold (Ouro), Platinum e, por fim, a Titanium, sendo que a eficiência da última é a melhor.
Figura 3 - Selos 80 Plus
Fonte: o autor.
#PraCegoVer: a tabela demonstra o percentual de carga que cada categoria 80 plus suporta. Existem três colunas, a primeira é referente ao selo, a segunda é a tensão elétrica (127v) e a terceira 220v, sendo que cada tensão possui as escalas de 10, 20, 50 e 100% com seus respectivos valores.
Observe que a tensão elétrica sob qual a fonte está submetida, 127 ou 220v, influencia diretamente em seu desempenho, nota-se que quando ligado em 220v, existe um aproveitamento melhor do equipamento.
Outra consideração importante relacionada à tabela é que as fontes em questão não são redundantes, ou seja, não são equipamentos redundantes, que é quando um aparelho entra em funcionamento automaticamente quando o que está ligado paralelamente para de funcionar.
Independentemente do kit de um computador, é preciso que ambos os componentes sejam compatíveis. Se você optou por uma placa-mãe ATX, que é o formato convencional das placas, você não poderá ter um gabinete nem uma fonte ITX, pois são incompatíveis.
Obviamente, você conseguirá colocar uma placa-mãe ITX em um gabinete ATX, a questão é que ficará um bom espaço vazio que de certa forma não será perdido, pode-se estudar um sistema de ventilação neste local, entretanto, não é possível fazer o inverso, colocar uma placa ATX em um gabinete ITX.
Outro ponto que deve ser levado em consideração é o seu espaço físico. Um gabinete full tower pode tomar espaço no seu setup, portanto, se sua sala ou mesa for pequena, independentemente de ser em sua residência ou em um escritório, optar por uma estrutura menor acaba sendo vantagem.
Qual é o tamanho ideal para você?
Depende de muitos fatores, o principal é onde e para que você vai utilizar seu computador. Se sua máquina tiver um alto desempenho, sistemas menores têm mais dificuldade em dissipar o calor devido à proximidade dos componentes eletrônicos, assunto da próxima lição, então é bom pensar em como manter seus componentes saudáveis!
PAIXÃO, R. R. Arquitetura de computadores: PCs. São Paulo: Érica, 2014.