Técnica de Baermann Morais e Rugai
Atualmente, sabemos que parasitoses intestinais são frequentes em nosso meio, sendo indicativos de condições socioeconômicas e culturais inadequadas das populações, muitas vezes ligadas à falta de saneamento básico e higiene.
Dessa forma, é de fundamental importância que, além da orientação sobre higiene, o ambiente social e cultural dessas crianças propicie as condições básicas de saúde para uma vida saudável e produtiva.
As infecções intestinais apresentam, além de sintomas gastrointestinais, alterações graves que podem levar a óbito. Sendo assim, torna-se indispensável a realização de técnicas laboratoriais que permitem a identificação de estruturas parasitárias, como os ovos, larvas, cistos e trofozoítos. Algumas técnicas permitem a detecção de algumas estruturas com mais facilidade, como é o caso das técnicas de Baermann Morais e Rugai, empregadas para a identificação de larvas de helmintos.
A técnica de Baermann é empregada para pesquisa de larvas de nematoides feita através da atração larvar por água aquecida, seguida por sedimentação. Na técnica de Baermann-Morais, utiliza-se tamiz coberto com gaze, funil de vidro, tubo de borracha ou silicone, pinça de Morh e vidro de relógio para a coleta do material sedimentado para procura das larvas.
APLICAÇÃO CLÍNICA: é indicado para pesquisa de larvas de Strongyloides stercoralis e de Ancilostomídeos.
PRINCÍPIO DO TESTE: evidenciação de larvas de helmintos através do termo-hidrotropismo positivo delas associado à ação da gravidade.
Já a técnica de Rugai, também é empregada na prática clínica para pesquisa de formas larvais, difíceis de serem encontradas em amostras de fezes por meio de outras metodologias de análise.
APLICAÇÃO CLÍNICA: é indicado para pesquisa de larvas de Strongyloides stercoralis e de Ancilostomídeos.
Esta técnica apresenta como limitação que, se as fezes forem refrigeradas, as larvas morrem e aparecem deterioradas dificultando o seu reconhecimento e identificação.
Técnica de Baermann Morais
1 Suporte universal
1 Funil
1 Mangueira de borracha
1 Pinça
1 vidro relógio
Fezes
Gaze e tesoura
Água aquecida em 37-40°C (pegar do banho maria)
Béquer para pegar a água
Lâmina
Lamínula
Lugol
Método de Rugai
Cálice
Fezes
Gaze e tesoura
Água aquecida em 37-40°C (pegar do banho maria)
Béquer para pegar a água
Lâmina
Lamínula
Lugol
Colocar uma porção de fezes (8-10 gramas) em uma gaze dobrada 2x, formando uma pequena “trouxa”.
Colocar o material assim preparado sobre a tela metálica ou o coador de plástico do funil de vidro.
Obliterar o tubo de borracha com uma pinça e adicionar, ao funil, água aquecida (45°C) em quantidade suficiente para entrar em contato com as fezes.
Deixar uma hora em repouso.
Findo esse tempo, colher 5 a 7 mL da água, em um tubo de centrífuga, abrindo-se a pinça.
Centrifugar a 1.000 rpm por um minuto.
Colher o sedimento e examinar ao microscópio (10x).
Caso se detecte a presença de larvas, essas deverão ser coradas com lugol e observadas com a objetiva de 40x, para identificação.
Figura 1 - Desenho esquemático da técnica de Baermann Morais
Fonte: Estude Parasitologia ([2023], on-line).
Colocar uma porção de fezes (8-10 gramas) em uma gaze dobrada 2x, formando uma pequena “trouxa”.
Pendurar com um pedaço de fita crepe na borda de um cálice de sedimentação.
Adicionar água aquecida (42 °C-45 °C) até encostar na gaze com as fezes.
Deixar uma hora em repouso e coletar o sedimento no fundo do cálice com a ajuda de uma pipeta Pasteur.
Depositar em uma lâmina e examinar no microscópio com objetiva de 10x.
Caso se detecte presença de larvas, essas deverão ser coradas e mortas com lugol e observadas com a objetiva de 40x, para identificação.
Figura 2 - Desenho esquemático da técnica de Rugai
Fonte: Estude Parasitologia ([2023], on-line).
Pingar uma gota do sedimento do pool de fezes humanas na lâmina.
Acrescentar uma gota de lugol.
Homogeneizar com a lamínula.
Ler no microscópio na objetiva de 10X e confirmar a morfologia dos parasitos na de 40x.
Figura 3 - Desenho esquemático do preparo da lâmina para microscopia
Fonte: Estude Parasitologia ([2023], on-line).
Ambas as técnicas são empregadas para detecção de larvas de helmintos, principalmente de Ancylostoma sp e Strongyloides sp.
Figura 4 - Larvas de Strongyloides sp
Fonte: a autora.
Figura 5 - Larva de Ancylostoma sp
Fonte: a autora.
Para facilitar o entendimento a respeito da realização das técnicas, assistam aos vídeos:
1) O método de Baermann consiste no isolamento de larvas para diagnóstico e/ou concentração em experimentos no laboratório. Este método baseia-se no hidrotropismo, termotropismo e sedimentação das larvas quando em contato com a água. Assinale a alternativa correta sobre a técnica de Baermann-Morais utilizada na detecção de larvas nas fezes.
a) A temperatura da água utilizada nessa técnica deve estar em torno de 10 ºC, pois as larvas têm atração por temperaturas mais frias.
b) A temperatura da água deve estar em torno de 42 ºC.
c) A temperatura da água não é importante, pois as larvas têm atração somente pela umidade.
d) A porção de material analisada deve ser da superfície, pois as larvas nadam em busca de oxigênio.
e) Nessa técnica, o meio líquido, que deve ser utilizado, é a solução concentrada de sulfato de zinco.
2) O exame parasitológico de fezes (EPF) tem como objetivo diagnosticar os parasitos intestinais por meio da pesquisa das diferentes formas parasitárias que são eliminadas nas fezes. Em relação às técnicas de identificação, relacione corretamente os itens I, II, III, e IV com os itens A, B, C e D.
I. Técnica de centrífugo-flutuação empregando sulfato de zinco.
II. Técnica quantitativa indicada para a pesquisa de Schystossoma mansoni.
III. Técnica para pesquisa de larvas cuja amostra é colocada em um cálice e água a 45ºC.
IV. Técnica de sedimentação espontânea para pesquisa de cistos de protozoários e larvas de helmintos.
A) Método de Faust e colaboradores.
B) Método de Hofman, Pons e Joner.
C) Método de Kato modificado por Kato e colaboradores.
D) Método de Rugai.
Assinale a alternativa que relaciona corretamente os itens.
a) I-A; II-B; III-D; IV-C.
b) I-A; II-C; III-D; IV-B.
c) I-B; II-C; III-D; IV-A.
d) I-B; II-D; III-C; IV-A.
1) B.
2) E.
ESTUDE PARASITOLOGIA. Técnicas EPF. Demonstração Aula Prática. [2023]. Disponível em: https://estudeparasitologia.files.wordpress.com/2019/09/aula-14_tecnicas-epf-demonstracao_aula-pratica-2019.pdf. Acesso em: 27 abr. 2023.