Profª. Me. Hadassa Gabillaud
Naquela manhã, Marília decidiu que faria a reunião por videochamada e só iria para o escritório no período da tarde. Ela havia agendado uma ligação com Pedro, o business partner de RH da startup que Marília atua como analista de employer branding. A pauta da reunião era decidir as próximas estratégias para melhorar e manter a marca empregadora da empresa nos processos de atração, captação e retenção de novos talentos.
Ao receber a mensagem de Marília, Pedro se dirigiu ao seu notebook e aguardou o horário da chamada de vídeo na sala de descompressão, enquanto saboreava um snack da máquina que a empresa havia locado há menos de um mês. Ao lado dele, estavam João e Amanda, que jogavam uma partida de sinuca e comentavam o novo programa de benefícios flexíveis. João estava entusiasmado com a ideia de solicitar o auxílio-creche. Agora que a sua esposa voltaria da licença-maternidade, o benefício seria bem-vindo. Já Amanda estava ansiosa para acessar o aplicativo que libera o acesso às academias. Depois de levar um susto com o resultado dos exames feitos em suas consultas médicas rotineiras, decidiu se tornar uma pessoa com hábitos saudáveis.
Naquele momento, Pedro sentiu uma enorme satisfação, pois estava na empresa há pouco mais de seis meses. Ele foi contratado como business partner de RH justamente para trazer práticas inovadoras para a gestão de pessoas, as quais deveriam estar alinhadas com as políticas e com a cultura de uma startup em plena expansão e prestes a se transformar "unicórnio”. Foi assim que Pedro percebeu que a sua gestão começava a fazer diferença na vida e no trabalho das pessoas.
Escritórios abertos, startups “unicórnios”, employer branding, atração, captação e retenção de novos talentos, horário de trabalho e benefícios flexíveis, espaços de descompressão, liberdade de home office. Se um gerente de Recursos Humanos do início da década de 90 fosse teletransportado para 2020 e se deparasse com esse cenário, ele entenderia alguma coisa? O que será que mudou nas práticas de gestão de pessoas nos últimos anos? Como isso impacta o trabalho e a qualidade de vida das pessoas? Será que foram feitas apenas mudanças nas nomenclaturas e nos espaços de trabalho?
Convido-lhe a conhecer os fundamentos da gestão de pessoas e a buscar respostas às perguntas feitas. À medida que avançaremos em nossos estudos, cada unidade trará desafios, reflexões e conceitos que nos ajudarão a compreender a gestão de pessoas não apenas sob uma perspectiva histórica, mas atual. Nosso objetivo é que, ao final da disciplina, você seja capaz de conhecer cada passo para a implantação de um modelo de gestão de pessoas que seja estratégico e contribua para o desenvolvimento das pessoas e do negócio. Bons estudos!
Nesta unidade, teremos uma visão geral da gestão de pessoas. Inicialmente, com base em uma perspectiva histórica, entenderemos como as teorias organizacionais desenvolvidas ao longo dos anos influenciaram os modelos de gestão de pessoas (MGP). Isso nos levará à compreensão do modo como os MGP são estruturados, à delimitação do seu papel nas organizações e ao entendimento das práticas de recursos humanos que constituem cada modelo.
Também conheceremos a importância do gestor de pessoas e os seus papéis. Além disso, evidenciaremos a urgência por uma atuação mais estratégica e de suporte às organizações e principalmente às lideranças. Sendo assim, faremos um resgate das teorias de liderança, explicaremos o seu modo de evolução e especificaremos o perfil de liderança esperado nas organizações contemporâneas.
Uma palavra que nos acompanhará por toda a unidade é competência. O seu conceito nos permite compreender a gestão de pessoas nas organizações de forma mais realista.