O conceito e a importância do empreendedorismo em saúde;
Quais as principais metodologias e ferramentas para empreender (Canvas, o Design Thinking, Produto Mínimo Viável e a bricolagem);
Compreender o que é planejamento estratégico e suas etapas
Conhecer algumas das ferramentas mais utilizadas para o planejamento estratégico (PESTEL, Identidade Organizacional, SWOT, Matriz Curva de Valor, MERCE, BSC, OKR, KPI, 5W2H).
Bem-vindo(a) ao capítulo sobre empreendedorismo e planejamento estratégico em saúde! Neste capítulo, vamos explorar um mundo fascinante de ideias e estratégias que podem ajudar você a desenvolver um negócio de sucesso na área da saúde. Começaremos discutindo o que é empreendedorismo e como ele pode ser aplicado na área da saúde, explorando conceitos-chave como inovação e criatividade, bem como destacando as características e habilidades necessárias para quem deseja iniciar um negócio na área.
Em seguida, detalharemos a metodologia para empreender, abordando as etapas desde a identificação de oportunidades até a validação do modelo de negócio. Além disso, discutiremos as ferramentas disponíveis para modelar o negócio, auxiliando empreendedores a definir estratégias, entender o mercado e a concorrência para desenvolvimento de um negócio eficiente e eficaz.
Posteriormente, apresentaremos a conceituação do planejamento estratégico, destacando sua importância para o sucesso de qualquer empreendimento na área da saúde. Discutiremos as etapas do planejamento estratégico, incluindo análise de cenário, projeções financeiras e acompanhamento do progresso do negócio.
Por meio desta abordagem, esperamos fornecer uma compreensão aprofundada do empreendedorismo e planejamento estratégico no contexto da saúde, capacitando você, futuro fisioterapeuta, a desenvolver negócios inovadores e sustentáveis nessa área. Então, prepare-se para expandir seus conhecimentos e habilidades e para descobrir como pode aplicar o empreendedorismo e o planejamento estratégico para transformar sua vida profissional.
O empreendedorismo é um tema bastante estudado por diversos autores e possui várias definições ao longo do tempo. Iremos discutir aqui algumas das principais definições dadas por autores renomados na área.
No século XVIII, o economista irlandês Richard Cantillon criou o termo "empreendedor" para descrever pessoas que assumem riscos financeiros ao comprar e vender bens a preços incertos, além de serem responsáveis por organizar recursos, inovar e criar novos produtos e serviços. Essa definição evoluiu ao longo do tempo, mas o conceito de assumir riscos financeiros em busca de lucro ainda é central.
No século XX, Joseph Schumpeter descreveu o empreendedorismo como um processo de destruição criativa na introdução de novos produtos, métodos de produção, mercados e novas formas de organização nas empresas. O empreendedor é um agente de mudança e inovação na economia, destruindo o velho para criar o novo.
Segundo David McClelland, um empreendedor tem a necessidade de realizar objetivos e é capaz de planejar e tomar decisões estratégicas. Aldrich destaca que o empreendedorismo está relacionado às condições econômicas e políticas da sociedade, enquanto William Gartner afirma que o empreendedorismo envolve criar novas empresas inovadoras que atendam às necessidades do mercado. Kisner ressalta que o empreendedorismo cria valor para a sociedade, gerando empregos e renda e aproveitando até mesmo as falhas do mercado para criar novos negócios.
O empreendedorismo também é um processo dinâmico que envolve descobrir, avaliar e explorar oportunidades de negócios, avaliar o potencial de sucesso e desenvolver um plano para alcançar objetivos estabelecidos, como afirmam Shane e Venkataraman. É um processo que requer habilidades específicas para lidar com incertezas e riscos, como afirmam Backer e Nelson.
Como podemos perceber, existem diversas definições para o empreendedorismo, cada uma enfatizando aspectos diferentes. No entanto, todas elas concordam que o empreendedorismo envolve a criação de oportunidades e a transformação de ideias em ação com inovação, criatividade e liderança para criar valor e gerar crescimento para negócios e para a sociedade.
O empreendedorismo em saúde é uma área que se dedica à criação e gestão de negócios relacionados à saúde. Isso inclui a criação de hospitais, clínicas, laboratórios e outras empresas que oferecem serviços e produtos de saúde. É uma área desafiadora, pois lida diretamente com a vida humana, o que significa que as regulamentações, protocolos, legislações e código de ética devem ser seguidos rigorosamente antes de qualquer implementação.
Os empreendedores em saúde precisam estar cientes das legislações vigentes que regulamentam o setor, bem como dos protocolos de segurança que garantem a integridade física e psíquica dos pacientes e profissionais envolvidos. Eles também devem seguir o código de ética para assegurar que suas práticas e inovações estejam alinhadas com os valores éticos e morais da sociedade.
O setor de saúde compõem parte importante da economia brasileira. Em 2021, o setor privado de saúde movimentou cerca de R$ 210 bilhões, enquanto o setor público teve um orçamento de aproximadamente R$ 139 bilhões. O setor de saúde também empregou cerca de 4,7 milhões de pessoas em 2022, com crescimento de 1,6% nos setores público e privado, segundo o Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IEES).
Empreender na área da saúde é uma ótima oportunidade para quem quer investir em um mercado em crescimento e cheio de possibilidades.
Existem três áreas principais para empreender: prevenção, diagnóstico e tratamento, cada uma com diferentes oportunidades de negócio. Empreender na área de saúde pode ser desafiador, mas também é uma oportunidade única para fazer a diferença na vida das pessoas e ter um impacto positivo na sociedade.
Empreender é uma atividade que requer uma série de habilidades e competências para alcançar o sucesso. Para se tornar um empreendedor bem-sucedido, é necessário seguir algumas etapas que envolvem planejamento, execução e monitoramento constante.
A primeira etapa para começar um negócio é encontrar uma oportunidade no mercado. Isso envolve entender o que as pessoas precisam e querem, e pensar em como atender essas necessidades de uma forma nova e eficiente. É importante fazer uma pesquisa para entender o mercado e a concorrência.
Há dois tipos de oportunidades de negócio: as que são incrementais e as que são disruptivas. No caso da fisioterapia, uma inovação incremental seria algo novo adicionado ao tratamento ou técnica existente, como uma nova bandagem adesiva com algumas melhorias em relação aos produtos já existentes. Já uma inovação disruptiva seria quando algo completamente novo é criado, transformando profundamente a área da fisioterapia. Por exemplo, o uso da realidade virtual para ajudar na reabilitação de pacientes. Com essa tecnologia, é possível acelerar a recuperação e melhorar os resultados do tratamento. A introdução da realidade virtual como ferramenta terapêutica representa uma inovação disruptiva na fisioterapia, abrindo novas possibilidades para a área.
A segunda etapa é criar um plano de negócios que descreva todas as informações importantes sobre o empreendimento, como a estrutura da empresa, produtos ou serviços oferecidos, público-alvo, estratégias de marketing, orçamento e projeção de lucros. Isso ajudará a atrair investidores e obter financiamento. A terceira é colocar o plano de negócios em prática, o que envolve gerenciamento de tempo e recursos financeiros, contratação de profissionais qualificados e estabelecimento de parcerias estratégicas. E, por fim, a quarta etapa é monitorar constantemente o negócio, avaliar resultados, identificar pontos fortes e fracos e implementar melhorias para aumentar a eficiência e a competitividade.
Para ser um empreendedor de sucesso, é importante ter habilidades como a capacidade de identificar oportunidades, inovação, liderança, planejamento e organização, perseverança, habilidades de comunicação e negociação, conhecimento na área de atuação e estar atualizado sobre as tendências do mercado.
Além disso, é importante que os empreendedores tenham ferramentas eficazes para transformar suas ideias em ações concretas. Existem ferramentas muito úteis no universo do empreendedorismo que podem ajudar na criação de produtos e serviços que atendam às necessidades do mercado. O Canvas, o Design Thinking, o MVP (Produto Mínimo Viável) e a bricolagem são ferramentas amplamente utilizadas e vamos conhecer cada uma delas:
CANVAS: é uma ferramenta visual de gestão estratégica que ajuda profissionais a organizar e analisar suas ideias de forma clara e eficiente. A ferramenta é útil para ajudar os profissionais a identificar pontos fortes e fracos do negócio, além de orientar decisões e investimentos futuros. Na fisioterapia, ele pode ser utilizado para criar modelos de negócio de clínicas, por exemplo. O modelo é composto por nove blocos que representam os principais elementos do negócio, como segmentos de clientes, proposta de valor, canais de distribuição, relacionamento com clientes, fontes de receita, recursos principais, atividades-chave, parcerias principais e estrutura de custos.
Criação de um modelo de negócio para uma clínica que atende pacientes com lesões esportivas. Nesse modelo, é possível identificar segmentos de clientes, como atletas amadores e profissionais, e uma proposta de valor baseada na expertise em lesões esportivas e tratamentos personalizados para cada paciente. Os canais de distribuição podem ser redes sociais, marketing de conteúdo e indicações de médicos, enquanto o relacionamento com o cliente pode ser focado em um atendimento personalizado e acompanhamento pós-tratamento. As fontes de receita podem ser a cobrança por sessão, enquanto os recursos principais podem ser a expertise em lesões esportivas e uma equipe de fisioterapeutas qualificados. As atividades-chave incluem a avaliação e o diagnóstico preciso, além do acompanhamento do paciente durante o tratamento. As parcerias principais podem ser com médicos especialistas em lesões esportivas e fabricantes de equipamentos para fisioterapia, e a estrutura de custos pode incluir aluguel, equipamentos, salários e custos com marketing.
CANVAS PROPOSTA DE VALOR: é uma ferramenta que ajuda empreendedores a pensar de forma mais estruturada sobre o que eles estão oferecendo ao mercado e aumentar suas chances de sucesso. Ele é uma extensão do Business Model Canvas, que oferece uma visão geral do negócio, e se concentra na Proposta de Valor e Segmento de Clientes. Ao se aprofundar nesses dois blocos, permite que o empreendedor entenda melhor como seu produto ou serviço se encaixa no mercado-alvo. É importante lembrar que ele não substitui o Canvas, mas sim complementa-o, e ambos são ferramentas essenciais.
No bloco Perfil do Cliente, precisamos entender o que o cliente precisa fazer no seu dia a dia e que pode ser afetado pela dor ou limitação física. Por exemplo, se o cliente tem dificuldades para caminhar, levantar objetos ou dirigir. Também precisamos identificar quais são as principais dores e desconfortos físicos que o cliente apresenta, como dor na coluna, lesão no joelho ou tendinite. Por fim, entender o que o cliente espera alcançar com a fisioterapia, como alívio da dor, melhora da mobilidade ou retorno às atividades físicas. Já no bloco Proposta de Valor, precisamos identificar quais são os serviços oferecidos pela clínica de fisioterapia, como avaliação fisioterapêutica, tratamento com técnicas manuais ou exercícios terapêuticos personalizados. Também precisamos entender como a clínica pode ajudar o cliente a aliviar suas dores, como técnicas de liberação miofascial ou exercícios específicos para a região afetada. E, por fim, entender como a clínica pode ajudar o cliente a alcançar seus objetivos, como planejamento de atividades físicas após a alta ou acompanhamento do progresso do tratamento.
Preenchendo a ferramenta para a clínica de fisioterapia, é possível ter uma visão clara dos principais desafios e oportunidades para atender as necessidades dos clientes e oferecer um serviço de qualidade. É importante revisitá-lo de tempos em tempos para se adaptar às mudanças do mercado e das demandas dos clientes.
DESIGN THINKING: é uma abordagem que ajuda a resolver problemas e criar soluções inovadoras focadas nos usuários. Ele é dividido em cinco etapas: empatia, definição, ideação, prototipagem e teste.
Na fase de empatia, é importante entender as necessidades, desejos e dores dos usuários, colocando-se em seu lugar e observando seus comportamentos e interações com o ambiente. Na fase de definição, as informações coletadas são analisadas e sintetizadas para identificar as principais oportunidades de melhoria e definir o problema a ser resolvido. Na fase de ideação, ideias são geradas para solucionar o problema identificado. Na fase de prototipagem, são criados protótipos rápidos e de baixo custo das soluções propostas, que são testados na fase de teste para verificar sua eficácia e refinamento.
Criar uma solução para ajudar pessoas com dificuldades a realizarem exercícios físicos em casa. Na fase de empatia, é possível realizar entrevistas e observações para entender as dificuldades que essas pessoas enfrentam, identificando as dores e necessidades. Na fase de definição, é possível compilar os dados coletados e definir o problema específico a ser solucionado. Na fase de ideação, pode-se gerar ideias para criar um equipamento adaptado para exercícios em casa. Na fase de prototipagem, pode-se criar um protótipo simples para testar e ajustar conforme o feedback dos usuários. Na fase de teste, o equipamento pode ser testado com um grupo de pessoas para avaliar sua eficácia e fazer refinamentos até que o produto final seja criado.
MINIMUM VIABLE PRODUCT (MVP): é uma maneira rápida e econômica de testar ideias de negócios. É uma versão simplificada de um produto ou serviço que contém apenas os recursos mais essenciais para validar a demanda do mercado.
Criação de um aplicativo para ajudar pacientes com dor cervical a fazer exercícios de alongamento e fortalecimento em casa. O aplicativo teria inicialmente somente uma lista de exercícios específicos para dores cervicais, acompanhados de vídeos explicativos para mostrar a forma correta de fazer cada movimento e um calendário de treino para que os pacientes pudessem agendar suas atividades e acompanhar seu progresso.
Com o MVP, seria possível testar a demanda do mercado e coletar feedbacks dos usuários para melhorar o aplicativo. Os usuários poderiam fornecer feedback sobre a eficácia, facilidade de uso e outras funcionalidades que poderiam ser adicionadas em futuras versões. Além disso, seria possível verificar se há uma base de usuários suficiente para justificar a criação de uma versão mais completa e robusta do aplicativo.
BRICOLAGEM: é uma técnica que pode ser usada em muitas áreas, incluindo a fisioterapia. Ela consiste em usar materiais e recursos disponíveis para criar soluções criativas sem criar custos.
Podemos usar objetos simples do cotidiano, como uma garrafa de água, como uma ferramenta terapêutica. Por exemplo, podemos encher a garrafa com areia e usá-la para exercícios que fortalecem os braços. Outro exemplo é usar uma bola de tênis para massagear as costas e aliviar a dor. Esses exemplos mostram como a bricolagem pode ser uma ferramenta útil na fisioterapia, permitindo que terapeutas criem soluções criativas e efetivas para os pacientes usando recursos disponíveis no ambiente.
O planejamento estratégico é uma forma das empresas e organizações definirem objetivos e estratégias para alcançar um futuro desejado. São três as etapas principais: análise, projeção e acompanhamento.
Na primeira etapa, a empresa faz uma análise interna e externa para entender melhor seu ambiente de negócios e sua posição competitiva. Na área da fisioterapia, essa análise pode incluir o mercado, concorrentes, demanda de serviços, pacientes e equipe de fisioterapia.
Na etapa de projeção, a empresa define sua visão, missão, objetivos e metas futuras e pode incluir metas de crescimento, qualidade de serviços, novas especialidades e capacitação dos profissionais.
Na etapa de acompanhamento, a empresa monitora regularmente seu desempenho e faz ajustes em suas estratégias para garantir que estejam alinhadas com seus objetivos. São exemplo na fisioterapia pesquisas de satisfação dos pacientes, acompanhamento dos indicadores de desempenho da equipe, análise de custos e despesas e planos de ação para melhorias contínuas.
Ferramentas administrativas, como análise SWOT, análise de concorrência, análise de mercado, planejamento estratégico de recursos humanos e planejamento financeiro e orçamentário podem ser usadas em cada uma dessas etapas para apoiar o processo de planejamento estratégico. É importante que ele seja feito de forma consistente e adaptado às mudanças do mercado para manter a posição competitiva. Vamos conhecer algumas ferramentas para cada uma destas etapas:
PESTEL: é uma técnica que ajuda a entender as forças macroambientais que podem afetar uma organização ou setor. O acrônimo PESTEL significa: Político, Econômico, Social, Tecnológico, Ambiental e Legal. Na fisioterapia, pode ser útil para entender as tendências e fatores externos que afetam a prestação de serviços de saúde e o comportamento dos pacientes.
Na política pode haver mudanças na legislação que afetam a remuneração dos serviços de fisioterapia. Já na economia, flutuações podem afetar a capacidade dos pacientes de pagar pelos serviços. As mudanças nas atitudes e comportamentos dos pacientes em relação à saúde e bem-estar é um fator social que deve ser observado. Avanços tecnológicos que podem modificar a atuação, questões ambientais que afetam a saúde dos pacientes e/ou a prática da fisioterapia e mudanças nas leis e regulamentações como normas nas instalações são fatores que também precisam ser considerados.
Usando a ferramenta PESTEL, os profissionais da fisioterapia podem identificar esses fatores externos, desenvolver estratégias para lidar com esses desafios e aproveitar as oportunidades que surgem a partir desses fatores.
IDENTIDADE ORGANIZACIONAL: é uma ferramenta usada na gestão de empresas para definir a essência da organização, como sua missão, visão e valores. Isso ajuda a orientar as decisões e ações estratégicas da empresa, criando uma identidade clara e consistente que é reconhecida e valorizada por colaboradores, clientes e parceiros.
Pode ser usada para definir o propósito da clínica ou consultório, sua visão de futuro, seus valores e princípios éticos. Por exemplo, uma clínica pode definir sua missão como "promover o bem-estar e a qualidade de vida de seus pacientes, por meio de tratamentos eficazes e personalizados". A visão de futuro poderia ser "ser reconhecida como referência em fisioterapia na região, pela excelência em atendimento e resultados obtidos". Valores podem incluir ética, responsabilidade social, qualidade no atendimento e valorização dos colaboradores.
Estabelecer uma Identidade Organizacional sólida permite que a clínica de fisioterapia tome decisões estratégicas, contrate e capacite colaboradores, desenvolva campanhas de marketing e fortaleça sua imagem junto aos pacientes e à comunidade. Além disso, pode ajudar a criar uma cultura de trabalho positiva e engajada que contribui para o sucesso da empresa.
Ainda na etapa de análise, precisamos definir como estamos? Segue as ferramentas para auxiliar:
ANÁLISE SWOT: a análise SWOT (FOFA, em português) é uma ferramenta útil para avaliar a situação atual de uma empresa ou organização. Ela envolve a análise de Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças para identificar pontos fortes e fracos, bem como oportunidades e riscos potenciais.
Considerando uma clínica de fisioterapia, as forças podem incluir uma equipe altamente qualificada, excelente reputação e uma localização privilegiada, enquanto as fraquezas poderiam ser a falta de um sistema de agendamento on-line, dificuldade em conseguir novos pacientes e equipamentos desatualizados. As oportunidades podem ser representadas por parcerias com outras clínicas e profissionais da saúde, aumento da demanda por fisioterapia devido ao envelhecimento da população e serviços de fisioterapia em domicílio. Já as ameaças podem ser a concorrência de outras clínicas de fisioterapia na região e crises econômicas. Com base nessa análise, pode-se elaborar um plano estratégico para aproveitar ao máximo as oportunidades e minimizar os riscos. Isso pode incluir investir em publicidade e marketing, buscar parcerias, adquirir equipamentos modernos e reduzir custos para melhorar a eficiência do atendimento e garantir a sustentabilidade a longo prazo.
MATRIZ CURVA DE VALOR: é uma ferramenta que ajuda as empresas a entender como elas entregam valor aos clientes em comparação com seus concorrentes.
Podemos identificar quais são os atributos valorizados pelos pacientes, como atendimento personalizado, equipamentos modernos, fisioterapeutas especializados em áreas específicas, localização conveniente, horários flexíveis e preços competitivos. Depois, podemos criar uma curva de valor que representa a posição da clínica em relação aos seus concorrentes em cada atributo. Com isso, podemos identificar áreas onde a clínica pode se diferenciar da concorrência, como destacar as especializações de fisioterapeutas e desenvolver uma estratégia para melhorar sua posição em relação a outros atributos valorizados pelos pacientes.
Em resumo, a matriz curva de valor pode ser uma ferramenta útil para clínicas de fisioterapia (e outras empresas) que desejam entender como estão entregando valor aos seus clientes em comparação com a concorrência e identificar áreas onde podem se diferenciar ainda mais.
MERCE: A matriz MERCE é uma ferramenta de gestão de mudanças que ajuda a identificar áreas de melhoria em um negócio ou organização. Ela consiste em quatro etapas: Eliminar, Reduzir, Criar e Elevar. Na etapa de Eliminar, você deve identificar processos ou práticas que não agregam valor e eliminá-los. Na etapa de Reduzir, você deve identificar processos ou práticas que são importantes, mas estão sendo feitos em excesso. Na etapa de Criar, você deve identificar novas oportunidades para melhorar o negócio e criar novas práticas ou processos. Na etapa de Elevar, você deve identificar práticas ou processos que estão funcionando bem e que podem ser aprimorados para elevar a qualidade do negócio.
Identificar o uso de software de gerenciamento para substituir o preenchimento de fichas de papel, reduzir a quantidade de materiais utilizados em cada sessão, criar a prática de teleatendimento e elevar a experiência dos pacientes investindo em treinamentos para a equipe de recepção ou decoração da recepção.
A matriz MERCE pode ajudar a melhorar a eficiência e eficácia do negócio. Assim, pode ser uma abordagem útil para identificar áreas de melhoria em uma clínica de fisioterapia (ou em qualquer negócio) e ajudar a implementar mudanças que possam levar a um melhor desempenho e a uma experiência mais satisfatória para os pacientes.
BALANCED SCORECARD (BSC): Balanced Scorecard (BSC) é uma ferramenta usada pela empresa para definir sua estratégia em ações concretas e mensuráveis. Ele se baseia em quatro perspectivas-chave: financeira, do cliente, dos processos internos e de aprendizado e crescimento. Porém, uma crítica ao BSC é que pode ser complicado para definir objetivos simples, tornando a compreensão dos colaboradores confusa. Uma maneira de simplificar os objetivos é usar o OKR.
Para entender como uma clínica de fisioterapia pode usar o BSC, abordaremos alguns exemplos práticos de objetivos e indicadores em diferentes áreas. Em termos financeiros, uma clínica pode definir um objetivo para aumentar sua receita e monitorar indicadores como o número de sessões por paciente e o valor médio de cada sessão. Já em relação aos clientes, a clínica pode definir metas de satisfação e monitorar indicadores como tempo de espera e número de reclamações. Na perspectiva de processos internos, a clínica pode estabelecer objetivos para melhorar a eficiência, como reduzir o tempo de atendimento e monitorar indicadores como o tempo de espera na recepção. E, finalmente, na perspectiva de aprendizado e crescimento, é possível definir metas para melhorar a formação dos colaboradores e monitorar indicadores como o número de cursos realizados por colaborador e o feedback dos colaboradores sobre o treinamento. Acompanhando esses indicadores, a clínica pode monitorar o progresso em cada perspectiva e ajustar a estratégia, se necessário.
OKR (OBJECTIVES AND KEY RESULTS): é uma ferramenta que ajuda as empresas a definir e alcançar seus objetivos de negócios de forma estratégica e mensurável. É baseada na definição de objetivos claros e específicos e, em seguida, estabelecer as principais metas e resultados-chave (key results) que precisam ser alcançados para atingir esses objetivos. A ideia é que, ao medir o progresso em relação aos resultados-chave, as empresas podem avaliar se estão no caminho certo para atingir seus objetivos.
Objetivo: melhorar a satisfação dos pacientes e aumentar o número de pacientes atendidos
Resultados-chave: aumentar em 20% a quantidade de novos pacientes agendados por mês; reduzir em 50% o tempo médio de espera dos pacientes na clínica; alcançar uma taxa de satisfação de 90% entre os pacientes atendidos.
Com base nesses resultados-chave, a clínica pode definir ações específicas para alcançá-los. Por exemplo, para aumentar o número de pacientes, pode-se investir em marketing digital e ampliar sua presença nas redes sociais. Já para reduzir o tempo de espera, pode-se implementar um sistema de agendamento on-line e melhorar a gestão do tempo de atendimento dos fisioterapeutas. Já para alcançar uma taxa de satisfação de 90%, a clínica pode investir na formação e treinamento dos profissionais, melhorar a infraestrutura e estabelecer um canal de comunicação mais eficiente com os pacientes.
Ao utilizar OKR para definir e acompanhar esses resultados-chave, a clínica pode ter uma visão mais clara e objetiva do progresso em relação aos seus objetivos e, assim, ajustar suas ações e estratégias de acordo com as necessidades e prioridades da empresa.
KPI (KEY PERFORMANCE INDICATOR): em português, Indicador-Chave de Performance, é uma ferramenta que ajuda as empresas a definir e alcançar seus objetivos de negócios de forma estratégica e mensurável. Isso é feito por meio da definição de objetivos claros e específicos e do estabelecimento de resultados-chave que precisam ser alcançados para atingir esses objetivos. Ao medir o progresso em relação a esses resultados-chave, as empresas podem avaliar se estão no caminho certo para atingir seus objetivos.
O objetivo pode ser melhorar a satisfação dos pacientes e aumentar o número de pacientes atendidos. Os resultados-chave podem aumentar em 20% a quantidade de novos pacientes agendados por mês, reduzir em 50% o tempo médio de espera dos pacientes na clínica e alcançar uma taxa de satisfação de 90% entre os pacientes atendidos. Com base nesses resultados-chave, a clínica pode definir ações específicas para alcançá-los, como investir em marketing digital, oferecer promoções para novos pacientes e implementar um sistema de agendamento on-line.
Ao utilizar OKR para definir e acompanhar esses resultados-chave, a clínica pode ter uma visão mais clara e objetiva do progresso em relação aos seus objetivos e, assim, ajustar suas ações e estratégias de acordo com as necessidades e prioridades da empresa.
5W2H: é uma metodologia utilizada para definir e organizar um plano de ação ou projeto. Ela consiste em responder a sete perguntas fundamentais, sendo cinco com a letra "W" (What, Why, Where, When e Who) e duas com a letra "H" (How e How much).
Essas perguntas são: What (O que será feito?); Why (Por que será feito?); Where (Onde será feito?); When (Quando será feito?); Who (Quem será responsável por fazer?); How (Como será feito?) e How much (Quanto custará?).
Para ilustrar como essa ferramenta pode ser aplicada na prática, vamos imaginar que uma clínica de fisioterapia deseja implementar um novo serviço de fisioterapia aquática para seus pacientes. Nesse caso, as respostas para as perguntas 5W2H poderiam ser:
What (O quê) - Implementação do serviço de fisioterapia aquática na clínica; Why (Por que) - Oferecer um novo tratamento para os pacientes que pode ter benefícios para sua recuperação; Where (Onde) - Na piscina da clínica de fisioterapia; When (Quando) - A partir do mês que vem; Who (Quem) - O fisioterapeuta da clínica que possui formação e experiência em fisioterapia aquática; How (Como) - Realizando sessões de fisioterapia aquática com os pacientes da clínica; How much (Quanto) - O custo da implementação do serviço será o valor da aquisição de equipamentos e da contratação do fisioterapeuta especializado.
Com essas informações, a clínica de fisioterapia teria um plano mais claro e organizado para implementar o novo serviço de fisioterapia aquática, considerando os principais elementos necessários para sua realização.
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Coordenação e Revisão Pedagógica: Claudiane Ramos Furtado
Design Instrucional: Gabriela Rossa
Diagramação: Marcelo Ferreira
Ilustrações: Marcelo Germano
Revisão ortográfica: Ane Arduim