NEUROANATOMIA
Prof. Reni Volmir dos Santos
Prof. Reni Volmir dos Santos
A morfologia do sistema nervoso;
A divisão e função do sistema nervoso central e periférico;
As estruturas envolvidas no sistema nervoso autônomo.
Neste sexto tema, será abordado o assunto referente à neuroanatomia. Salienta-se que as estruturas estão descritas conforme localização e função.
Será apresentada a divisão do sistema nervoso em central, periférico e autônomo.
No sistema periférico, há a divisão quanto aos nervos cranianos e os espinais.
Assim, como os demais temas, é importante realizar o estudo seguindo atlas de anatomia, que podem ser utilizados em biblioteca presencial ou os livros da biblioteca virtual.
É constituído por um tecido fundamental que é o tecido nervoso, o qual por sua vez, é formado por células nervosas chamadas neurônios, que são a unidade anátomo-fisiológica desse sistema.
O sistema nervoso permite ao organismo a possibilidade de sentir o meio ambiente, a faculdade de nutrir-se e mover-se e, no homem, é ele que preside os diferentes atos psíquicos. Espalha-se por todos os tecidos e desempenha importante função de colocá-los em inter-relação, associando as diferentes partes do corpo entre si e pondo todo o organismo em relação com o ambiente.
Os neurônios apresentam um corpo celular, do qual saem prolongamentos que podem ser classificados dendritos e axônio.
Os corpos celulares estão situados sempre na substância cinzenta do sistema nervoso, a qual é encontrada apenas no sistema nervoso central (encéfalo e medula) e nos gânglios dos nervos sensitivos (cranianos e espinais) ou nos gânglios pertencentes ao sistema nervoso autônomo (simpático e parassimpático).
O encéfalo é a parte do sistema nervoso central que está contida dentro da caixa craniana e a medula espinal é a que está dentro do canal vertebral.
Quanto aos gânglios nervosos, são pequenas formações que se colocam no trajeto dos nervos sensitivos, pois aí estão localizados os corpos celulares dos neurônios respectivos.
Gânglios também são encontrados no trajeto dos nervos motores autônomos.
Os dendritos são geralmente múltiplos, grossos, curtos, de contornos irregulares, ramificando-se abundantemente.
Os axônios, morfologicamente, se diferenciam dos dendritos por serem geralmente únicos, mais longos, finos e de contorno liso. Em seu trajeto, os axônios podem emitir alguns ramos colaterais, que saem em ângulo reto.
Os neurônios se relacionam um com os outros formando verdadeiras cadeias. Sendo a menor constituída de dois neurônios, sendo um sensitivo e outro motor. A ligação de um neurônio com o outro se faz pela extremidade do axônio do primeiro com a extremidade do dendrito segundo. Essas duas extremidades não estão em contato permanente, mas em certas condições permitem a passagem do impulso nervoso de um neurônio para o outro. Esse local recebe o nome de sinapse.
Anatomicamente, ele se divide em: sistema nervoso central e sistema nervoso periférico.
O sistema nervoso central ou neuroeixo é constituído pelo encéfalo (na caixa craniana) e pela medula espinal (no canal vertebral).
O sistema nervoso periférico é constituído pelos nervos, isto é, pelas fibras nervosas. São as fibras nervosas que fazem ligação dos diversos tecidos do organismo com o sistema nervoso central.
As fibras sensitivas trazem o impulso nervoso dos vários setores do corpo para o neuroeixo, enquanto a fibras motoras levam o impulso do sistema nervoso central para a periferia.
Funcionalmente, o sistema nervoso pode obedecer duas classificações:
Uma se refere ao sentido do impulso nervoso, se é centrípeto (em direção ao sistema nervoso central) ou se é centrífugo (partindo do neuroeixo).
A segunda classificação se refere ao tipo de funcionamento do impulso nervoso e consequentemente aos tecidos a que se distribui. Podendo ser somática e autônoma.
A parte somática, constituída pelo sistema nervoso central (encéfalo e medula) e pelo periférico (nervos cranianos e espinais), está sob a dependência de nossa vontade. Como exemplo, tem-se a musculatura esquelética, pois só se movimenta pelo desejo.
A parte autônoma também tem sede no sistema nervoso central, porém possui fibras nervosas próprias, que saem do neuroeixo acompanhando nervos craniais ou espinais, mas que vão se distribuir a outros territórios. Mas a emissão do impulso nervoso não depende da vontade. Suas fibras vão às fibras musculares lisas, fibras estriadas do coração e às células glandulares. Como exemplo, pode-se citar a salivação, os movimentos peristálticos do estômago ou intestino, secreção da bile pelo fígado, contração das artérias periféricas pelo frio, elaboração da urina pelos rins, batimentos do coração.
Constitui o encéfalo e a medula espinal. O encéfalo divide-se em mielencéfalo (medula oblonga), metencéfalo (ponte e cerebelo), mesencéfalo (pedúnculos do cérebro e teto do mesencéfalo), diencéfalo (paredes do terceiro ventrículo) e telencéfalo (hemisférios do cérebro).
O sistema nervoso central é formado por dois tipos de substâncias nervosas: uma cinzenta, em que estão situados os corpos celulares dos neurônios e as fibras nervosas sem mielina (membrana esbranquiçada que envolve as fibras quando deixam a substância cinzenta); e outra branca, que apresenta esse aspecto por ser constituída somente por fibras nervosas que são envoltas por membrana de mielina.
No cérebro e no cerebelo, a substância cinzenta está por fora e a substância branca está por dentro, enquanto na medula espinal e no tronco do encéfalo (medula oblonga, ponte, pedúnculos do cérebro e teto do mesencéfalo) a substância branca é que está por fora.
A medula espinal é representada por um segmento cilíndrico ligeiramente achatado no sentido ântero-posterior, de mais ou menos 45 cm de comprimento e que se estende do forame magno do occipital até a borda inferior da 1ª vertebral lombar.
Para cima, a medula espinal continua com a medula oblonga (bulbo), e inferiormente afila-se formando o cone medular, o qual continua medianamente para baixo, por um elemento longo e delgado que é o filamento terminal, indo se inserir na base do cóccix.
Apresenta 4 faces: anterior, posterior e laterais (direita e esquerda).
No limite, entre a face anterior e cada uma das laterais, encontra-se um sulco longitudinal que é o sulco lateral anterior por onde emergem as raízes ventrais (anteriores ou motoras) dos nervos espinhais.
Na junção da face posterior com cada uma das laterais, encontra-se também um sulco longitudinal, denominado sulco lateral posterior por onde penetram as raízes dorsais (posteriores ou sensitivas) dos nervos espinais.
Percorrendo o meio das faces anterior e posterior, encontram-se sulcos longitudinais, que são respectivamente, na face anterior a fissura mediana anterior, e na face posterior, o sulco mediano posterior.
Centralmente, a medula espinal é percorrida em toda a sua extensão pelo canal central e externamente envolta pelas meninges, que são três membranas de tecido conjuntivo, as quais recobrem todo o sistema nervoso central: pia-máter, aracnoide e dura-máter.
Os nervos espinais originam-se da medula espinal por duas raízes, uma ventral (motora) e outra dorsal (sensitiva), as quais lateralmente se unem (mas não se fundem, nem se anastomosam) para constituir nervos mistos, que saem da coluna pelos forames intervertebrais.
Os nervos espinais são em número de 31 pares, sendo 8 cervicais, 12 torácicos, 5 lombares, 5 sacrais e 1 coccígico.
Em um corte transverso da medula espinal, observa-se que ela é constituída de substância branca por fora e substância cinzenta por dentro. A substância cinzenta forma o H, em que a extremidade posterior recebe o nome de corno posterior (sensitivo), enquanto a extremidade anterior recebe o nome de corno anterior (motor). No segmento torácico e lombar alto da medula, encontra-se um terceiro corno que é o lateral (parte simpática do sistema autônomo).
O traço horizontal do H recebe o nome de comissura cinzenta e é no meio desta que se encontra o canal central da medula.
A substância branca é formada por fibras mielínicas que a percorrem longitudinalmente. Os cornos anterior e posterior, subdividem a substância branca de cada metade da medula espinal, em 3 porções, que são conhecidas por folículos anterior, lateral e posterior.
Função: arco reflexo, que é uma resposta involuntária rápida, consciente ou não, que visa uma proteção ou adaptação do organismo, sendo originado de um estímulo externo antes mesmo do cérebro tomar conhecimento do estímulo periférico, consequentemente, antes deste comandar uma resposta. Os atos reflexos são comandados pela substância cinzenta da medula espinhal e do bulbo.
De baixo para cima, o tronco do encéfalo é constituído pela medula oblonga (bulbo), ponte e mesencéfalo.
O mesencéfalo forma duas colunas que se dispõem em V e que unem a base do cérebro à ponte.
A medula oblonga apresenta-se como uma pirâmide quadrangular, cuja base se prende à ponte e o ápice faz continuação com a medula espinal. A metade inferior é semelhante à medula espinal, com as mesmas faces e os mesmos sulcos. Na metade superior, encontram-se as olivas. A parte posterior entra na constituição do soalho do quarto ventrículo, que é representado por uma depressão denominada fossa romboide. Essa fossa é percorrida pelo sulco mediano.
A ponte forma com o cerebelo um verdadeiro anel, ligando o pedúnculo cerebelar médio de um lado com o do lado oposto.
O teto do mesencéfalo situa-se por trás dos pedúnculos do cérebro.
Funções do tronco encefálico: condução – vias ascendentes e descendentes; integração – atividade respiratória e vascular e alguma regulação consciente. A grande maioria dessa informação está contida na formação reticular; e informação sensitiva e motora dos núcleos dos nervos cranianos pode ser encontrada nos diferentes níveis do tronco cerebral.
Encontra-se alojado nas fossas cerebelares do osso occipital, situando-se por baixo da porção posterior do cérebro (lobo occipital).
O cerebelo é separado do cérebro pela interposição de uma membrana denominada tentório (tenda) do cerebelo e que resulta de uma expansão quase que horizontal da dura-máter. Ele participa da formação do teto do quarto ventrículo.
O cerebelo está ligado a cada um dos segmentos do tronco encefálico por intermédio de três pares de pedúnculos cerebelares: superiores (ligam aos pedúnculos do cérebro), médios (ligam com a ponte) e os inferiores (ligam com a medula oblonga).
A porção central recebe o nome de vérmis e o restante são os hemisférios do cerebelo.
Sob o ponto de vista fisiológico, o cerebelo desempenha três funções principais e que se relacionam com o equilíbrio, a atitude postural e a coordenação dos movimentos voluntários.
O diencéfalo é representado pelas formações nervosas que constituem as paredes do terceiro ventrículo.
As paredes laterais são subdivididas em metades superior, ocupada pela face medial do tálamo, e metade inferior, que constitui o hipotálamo. Delimitando essas duas metades, encontra-se o sulco hipotalâmico.
Enquanto o tálamo é a última estação de todas as fibras sensitivas, antes de atingirem o córtex cerebral, o hipotálamo representa uma região importante para o sistema nervoso autônomo.
O cérebro constitui o telencéfalo, que é formado pelos dois hemisférios, os quais são alojados nas fossas anterior e média da base do crânio.
Superiormente, os hemisférios do cérebro correspondem à calota do crânio, da qual estão separados pelas meninges.
Os dois hemisférios são separados entre si pela fissura sagital, a qual é ocupada por uma lâmina sagital dependente da dura-máter, chamada foice do cérebro.
No fundo da fissura longitudinal do cérebro (incisura inter-hemisférica) está o corpo caloso, que é um conjunto de fibras que ligam os dois hemisférios.
A superfície dos hemisférios é percorrida por sulcos que dividem em lobos e estes em giros (circunvoluções).
Existem 4 sulcos principais:
Sulco lateral (sulco de Sílvio);
Sulco central (sulco de Rolando): separa a zona cortical da motricidade voluntária da zona cortical da sensibilidade geral;
Sulco parieto-occipital;
Sulco do cíngulo.
Esses quatro sulcos mais importantes subdividem o hemisfério do cérebro em seis lobos, que são:
Lobo Frontal: situa-se diante do sulco central e por cima do sulco lateral. Este lobo é responsável pelas nossas ações de movimentos e o pensamento abstrato. Nesta área, encontra-se o córtex motor responsável pela motricidade voluntária, sendo que o hemisfério do lado direito é responsável por controlar o lado esquerdo e o hemisfério do lado esquerdo pelas ações do lado direito. Além do córtex motor, há o córtex pré-frontal, responsável pelo lado criativo e abstrato, além das respostas afetivas e emocionais;
Parietal: é limitado anteriormente pelo sulco frontal e posteriormente pelo ramo lateral do sulco parieto-occipital. A anterior, chamada de córtex somatossensorial tem a função de captar sensações como a dor, tato e calor, ou seja, capta os estímulos externos, sendo esta a área mais sensível do cérebro. A região posterior é responsável por analisar e interpretar as informações recebidas pela região anterior;
Occipital: situa-se atrás do sulco parieto-occipital. É responsável pelos estímulos visuais;
Temporal: limita-se superiormente pelo sulco lateral e posteriormente se estende até o sulco parieto-occipital. Função principal: o processamento dos estímulos captados na audição;
Ínsula: está localizado na profundidade do sulco lateral. Função: coordena as emoções e é responsável pelo paladar;
Cíngulo (lobo límbico): situado longitudinalmente na face medial do hemisfério, onde se dispõe entre o sulco do cíngulo e o sulco do corpo caloso. Está relacionado com o sistema límbico, responsável pelas emoções e processos motivacionais para a sobrevivência.
Cada hemisfério é escavado interiormente pelos ventrículos laterais.
Todo o sistema nervoso central está envolto por três túnicas de tecido conjuntivo, que são:
Dura-máter: mais externa e formada por denso tecido fibroso; muito resistente e espessa;
Aracnoide: situa-se entre a dura e a pia-máter e tem uma constituição muito delicada;
Pia-máter: mais interna, é uma membrana que se adapta perfeitamente à superfície do encéfalo e medula espinal, enquanto as outras duas formam um invólucro que não acompanha os acidentes do sistema nervoso central.
Entre as três túnicas permanecem espaços que são conhecidos por epidural (por fora da dura-máter), subdural (entre a dura-máter e a aracnoide) e subaracnoide (entre a aracnoide e a pia-máter).
O líquor é um fluído aquoso, incolor e hialino, produzido pelos plexos corioideos existentes nas paredes dos ventrículos. Apresenta a função de proteção mecânica do sistema nervoso central.
Os gânglios da base ou núcleos da base são um grupo de núcleos no cérebro interconectados com o córtex cerebral, tálamo e tronco cerebral. Os núcleos da base de mamíferos estão associados a diversas funções: controle motor, cognição, emoções e aprendizado. Os principais constituintes dos gânglios da base são: estriado (caudado, putâmen e núcleo acumbens), globo pálido externo e globo pálido interno, núcleo subtalâmico e substância negra.
O sistema nervoso periférico é constituído por fibras que ligam o sistema nervoso central ao receptor, no caso da transmissão de impulsos sensitivos: ou ao efetor, quando o impulso é motor.
Cada fibra nervosa é envolta por uma fina camada de tecido conjuntivo chamado endoneuro. Grupos de fibras se reúnem constituindo os fascículos, os quais são envoltos em conjunto por tecido conjuntivo denominado perineuro. A união de vários fascículos forma um nervo, que é envolto pelo epineuro.
De um modo geral, as fibras nervosas apresentam a bainha de mielina, que lhes confere a coloração branca. Porém, algumas fibras não possuem essa bainha, tornando-se acinzentadas, como no caso dos nervos do sistema nervoso autônomo.
Os nervos cranianos são em número de 12 pares:
I. Olfatório: sensorial. Responsável pelo olfato;
II. Óptico: sensorial. Sensação da visão;
III. Oculomotor: motor. Movimento dos olhos;
IV. Troclear: motor. Movimentos dos olhos;
V. Trigêmeo: misto. Inerva região oftálmica, maxilar e mandibular;
VI. Abducente: motor. Movimentos dos olhos;
VII. Facial: misto. Inerva toda a face;
VIII. Vestibulococlear: sensorial. Audição e equilíbrio;
IX. Glossofaríngeo: misto. Sensibilidade e movimento da língua e glândulas salivares;
X. Vago: misto. Apresentam fibras vegetativas, motoras e sensitivas para todas as vísceras contidas nas cavidades torácicas e abdominais;
XI. Acessório: motor. Inerva as musculaturas do véu palatino, faringe, laringe e músculos trapézio e esternocleidomastoide;
XII. Hipoglosso: motor. Inerva a musculatura da língua.
Os nervos espinhais ou nervos raquidianos têm origem na medula espinal e saem do canal vertebral através dos forames intervertebrais. São 31 pares (direitos e esquerdos) constituídos fundamentalmente por fibras somáticas motoras e sensitivas. A raiz ventral (motora) origina-se nos neurônios situados no corno anterior da medula e vão até os músculos. Já a raiz dorsal (sensitiva) origina-se de neurônios situados no gânglio espinal, encontrado no forame intervertebral. As raízes dorsais são aferentes à medula, e seus dendritos provém dos receptores localizados na pele, músculos, ligamentos, ossos e articulações.
Os 31 pares de nervos espinais são subdivididos conforme a região da coluna vertebral, em cervicais (8), torácicos (12), lombares (5), sacros (5) e coccígico (1). Na cervical, o primeiro par sai entre o osso occipital e o atlas.
Plexo cervical: é constituído pelos ramos centrais de C1 a C4, e recebendo um ramo anastomótico de C5. Inervam a região do pescoço, clavícula e diafragma;
Plexo braquial: fornece os nervos que vão para o membro superior. É formado pelos ramos ventrais de C5 a T1, recebendo um ramo anastomótico de T2. Se dirigem ao membro superior através do nervo musculocutâneo, mediano, ulnar, axilar e radial;
Nervos torácicos: são em número de 12 pares. Dirigem-se a regiões próximas à coluna vertebral e constituem os nervos intervertebrais;
Plexo lombar: formado pelos ramos ventrais de L1 a L4, recebendo um ramo anastomótico de T12. Derivam os nervos ílio-hipogástrico, ílio-inguinal, nervo cutâneo lateral da coxa, nervo femoral e nervo obturador;
Plexo sacral: é formado pelos ramos ventrais de L5 (que recebe um ramo anastomótico de L4) e dos quatro primeiros nervos sacrais. Os ramos colaterais distribuem-se à musculatura da região glútea e do períneo. O nervo ciático é o mais calibroso e extenso nervo do corpo humano, portanto suas fibras podem descer até os pés. É constituído pelo nervo fibular comum e tibial, que se unem para constituir o nervo sural;
Plexo coccígico: Constituído por S5 (que recebe um ramo anastomótico de S4) e pelo Co. Confere sensibilidade à região do cóccix.
O sistema nervoso autônomo é a parte do sistema nervoso, tanto cerebral como periférico, que superintende o funcionamento dos elementos com a vida vegetativa. Os órgãos que a mantêm funcionam independentemente de nossa vontade. Como, por exemplo, as pulsações do coração, os processos de digestão, a elaboração da urina pelos rins, a secreção das glândulas salivares, fígado, pâncreas, glândulas suprarrenais, a acomodação da visão para enxergar objetos próximos ou distantes, entre outros.
A maioria dessas funções continua se processando normalmente, mesmo que estejamos dormindo, o que evidencia a não interferência da vontade nesses processos.
Os tecidos que são inervados pelo sistema nervoso autônomo são, essencialmente, a musculatura lisa e as células glandulares. Com exceção do miocárdio, que apresenta fibras musculares estriadas e funciona involuntariamente.
Esse sistema tem por centro neurônios situados no encéfalo e medula espinal, e cujas fibras periféricas distribuem-se, muitas vezes, utilizando-se dos nervos cranianos e dos nervos espinais. Assim, divide-se em parte central, que está no encéfalo e medula espinal e outra periférica, formada por fibras nervosas que ligam essa parte central aos receptores (fibras sensitivas) ou aos eferentes (fibras motoras) representados pelas fibras musculares lisas (e mais o coração) e as células glandulares.
A parte motora desse sistema é constituída por dois subsistemas que atuam paralelamente, mas que se antepõem fisiologicamente, onde um acelera, e o outro inibe o funcionamento do órgão por eles inervado. Esses dois sistemas são denominados simpático e parassimpático.
O simpático e o parassimpático funcionam paralelamente, mas apresentam centros e distribuição diferentes e reagem diversamente em face às drogas farmacológicas.
O parassimpático tem seus centros no tronco encefálico, saindo suas fibras juntamente com alguns dos nervos cranianos e na região sacral da medula espinal. Chamado de craniossacral.
O simpático tem por centro o corno lateral da medula espinal, e suas fibras saem pelas raízes ventrais dos nervos espinais torácicos e dos dois primeiros lombares. Chamado toracolombar.
As fibras do parassimpático acompanham os nervos cranianos III (oculomotor), VII (facial), IX (glossofaríngeo), X (vago) e XI (acessório) e o segundo, terceiro e quarto nervos sacrais (S2, S3 e S4).
As fibras do simpático tornam-se satélites dos 12 pares de nervos espinais torácicos (T1 a T12) e dos dois primeiros lombares (L1 e L2).
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Coordenação e Revisão Pedagógica: Claudiane Ramos Furtado
Design: Gabriela Rossa
Diagramação: Marcelo Ferreira
Ilustrações: Rogério Lopes
Revisão ortográfica: Igor Campos Dutra