O Brasil dispõe de mecanismos legais avançados para a acolhida humanitária de migrantes, refugiados e apátridas. No entanto, um problema recorrente enfrentado, principalmente nas regiões de fronteira, é a carência de informações a essas pessoas. A barreira imposta pelo idioma traz consigo outras dificuldades enfrentadas pelos imigrantes, que ao chegarem em território brasileiro se deparam com a necessidade de buscar meios de viver com dignidade, ou até mesmo recomeçarem suas vidas. Nesse sentido, faz-se necessário acolher e prestar assistência aos imigrantes, viabilizando o acesso à saúde, educação, assistência jurídica, de modo a acolhê-los com mais humanidade, uma vez que esse grupo enfrenta situações de extrema vulnerabilidade, exploração e exclusão social. A necessidade em atender essa demanda operacional deve-se ao considerável número de imigrantes recém-chegados ao município em razão de deslocamentos populacionais no continente fruto de crises humanitárias. Além dos problemas perenes no processo de integração dos migrantes em território nacional, notou-se a dificuldade que essas pessoas têm em recorrer aos órgãos públicos prestadores de serviços jurídicos, educacionais, assistenciais e de saúde; para acessarem os direitos fundamentais a eles garantidos por lei. Deste modo, visando contribuir em sua função social e missão institucional, a Faculdade de Direito e Relações Internacionais da UFGD propõe este projeto de atendimento jurídico e acolhimento às demandas de migrantes, refugiados e apátridas.
Coordenador: Prof. Dr. Hermes Moreira Jr. (hermesmoreira@ufgd.edu.br)
Em 2018 o governo brasileiro, mediante a cooperação entre as Forças Armadas brasileiras e a Organização Internacional para as Migrações e a Agência da ONU para Refugiados, criou a Operação Acolhida para enfrentar o crescente fluxo migratório de nacionais venezuelanos decorrente da crise humanitária venezuelana. Essa operação apresenta o processo de interiorização como uma das possíveis respostas para auxiliar esses imigrantes e desafogar o estado de Roraima, que já enfrentava desafios na prestação de serviços públicos aos seus habitantes e cujo isolamento em relação às demais regiões do país dificulta o seu acesso. Este projeto de extensão visa analisar o processo de interiorização e de integração social de migrantes venezuelanos para o Mato Grosso do Sul, em especial, no município de Dourados, em atenção à situação de extrema vulnerabilidade vivenciada por esse grupo (ODS 10). Diante de uma situação nova e emergencial para os atores do Estado e da sociedade civil, observações iniciais apontam para lacunas na sua comunicação e no seu treinamento além de serem identificadas dificuldades de acesso à prestação de serviços públicos, garantidos por lei, por parte da população interiorizada. Buscar-se-á identificar os atores e seus papéis nesse processo de interiorização, levantar dados quanto aos migrantes contemplados, para orientar ações das autoridades públicas e da sociedade civil, e mapear as demandas dessa população migrante, avaliando e contribuindo para o seu atendimento e promovendo a função social e missão institucional da Faculdade de Direito e Relações Internacionais da UFGD.
Coordenadores: Profa. Dra. Luciana de Rezende Campos Oliveira (lucianacampos@ufgd.edu.br) e Me. João Lucas Zanoni (joaolucaszanonidasilva@gmail.com).
Este Projeto de Extensão propõe a realização de ações que visem à facilitação da inserção social de haitianos que vieram para Dourados (MS), buscando refúgio no Brasil. Tais ações referem-se, inicialmente, ao ensino da língua portuguesa para um grupo de haitianos, considerando este aprendizado fundamental para sua integração à vida social no Brasil. Sem isso, torna-se mais difícil para eles conseguir um trabalho, seguir uma formação profissional ou simplesmente se comunicar em contextos diversos, aumentando sua condição de vulnerabilidade social e marginalidade. As aulas serão ministradas, voluntariamente, para haitianos interessados em aprender este idioma. A partir do contato que se estabelecerá com eles nas aulas, conhecendo suas dificuldades e necessidades, outras ações poderão ser elaboradas e realizadas. Assim, este projeto de extensão tem o amplo objetivo de ser o ponto de partida para outras iniciativas, de modo que pessoas de outros setores da UFGD e da sociedade de uma forma mais ampla sejam sensibilizados e possam contribuir também para o acolhimento e a inserção social desses indivíduos em Dourados.
Coordenadora: Profa. Dra. Carolina de Campos Borges (carolinaborges@ufgd.edu.br)
O projeto visa desenvolver atividades de pesquisa relacionadas ao cenário de diversidade linguística e sociocultural no contexto brasileiro, com enfoque nos processos migratórios transnacionais em direção ao Mato Grosso do Sul. É crescente o número de migrantes vindos de deslocamentos forçados para esse Estado e para outras regiões do Brasil. Nos últimos anos, o número de pessoas que precisam se deslocar de seu país de origem aumentou significativamente, trânsito esse que se configura um dos temas de maior expressão na contemporaneidade. Desse modo, torna-se crucial o papel da universidade em propor reflexões sobre a diversidade que se expressa não somente no ingresso e na permanência de estudantes migrantes na educação básica e no ensino superior, mas também nas transformações desses estudantes em sujeito, obrigando, com seus coletivos, a uma revisão e reformulação do currículo escolar, dos programas de ensino, dos modos de se comportar e de se colocar frente a essas relações interculturais, bem como mudanças na forma de interação entre ciência e a ecologia de saberes. Situado no campo da Linguística Aplicada Indisciplinar, tal como formulada por Moita Lopes (2006), o projeto se ocupa dos saberes, vivências e trajetórias de socialização de migrantes na educação básica, no ensino superior e em espaços de ensino de língua portuguesa. Reunindo interlocutores de diferentes áreas, esta investigação dialoga de perto com as epistemologias do Sul, a partir do pensamento crítico produzido por sujeitos subalternizados. No âmbito desta proposta, destacam-se os desafios do sul global frente a temas como migração, refúgio, exclusão, racismo estrutural, plurilinguismo, globalização, práticas transidiomáticas, construção identitária, narrativas e saberes de comunidades diaspóricas, ideologias e regimes linguísticos, estratégias de sobrevivência, letramentos de reexistência e mobilidade.
Oriento investigações que trabalhem com a linguagem nas situações de migração e refúgio. Em especial, estuda-se saberes, vivências e trajetórias de socialização de migrantes na educação básica, no ensino superior e em espaços de ensino de língua portuguesa
Coordenadora: Profa. Dra. Thayse Figueira Guimarães (thayseguimaraes@ufgd.edu.br)
O Projeto Solidariedade Linguística pretende contribuir com o ensino de português como segunda língua para crianças indígenas, codas, surdas e estrangeiras, em situação de imigração e/ou refúgio, presentes nas escolas públicas do município de Dourados - MS
Coordenadora: Profa. Ma. Rosana Daza (rosanadaza63@gmail.com)