Cristiano Nicolini

Doutor em História pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), professor da Faculdade de História, do Programa de Pós-Graduação em História e do polo do PROFHISTÓRIA da Universidade Federal de Goiás (UFG)

Lucilia Maria Santiso Dieguez

Mestre em História pela Universidade Federal Fluminense (UFF), professora da Rede Municipal do Rio de Janeiro

O espaço da sala de aula é imprescindível ao estabelecimento do diálogo. Entretanto, vivemos dias que obscurecem a relação dialógica e comprometem o andamento do Ensino de História, através de ataques infundados à ciência como um todo, ditando regras do que se fala e do que se ensina. Intencionando problematizar o período, o minicurso pretende debater metodologias que compreendam a História Oral e as Histórias de Vida como possibilidades de articulação com o ensino e a aprendizagem histórica. Ao reconhecer a importância dos mecanismos que acionam sentidos (auto)biográficos, a narração oferece acesso à maneira como os estudantes da educação básica se significam de forma singular, mas também sobre os sentidos disponíveis acerca das identidades em contextos difíceis. Em um cenário contemporâneo de ameaças à educação e ao pensamento crítico, que supostamente havíamos conquistado nas últimas décadas, ainda experimentamos uma exigência produtiva, rapidez e competitividade. O intenso fluxo de informações nos oferece a sensação de domínio da História e das riquezas culturais da humanidade, além da exigência de excelência e da “realização de si”. O minicurso será desenvolvido em dois encontros de 2 horas cada, sendo assim organizado: 1. O ouvir e o narrar na aula de História na educação básica: a relação entre História Oral e Histórias de Vida (Goodson, 2019). 2. Possibilidades metodológicas do uso da História Oral e das Histórias de Vida nas aulas de História na educação básica.

Eduardo José Silva Lima

Doutorando do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Goiás (UFG) e professor da Universidade Estadual do Tocantins (UNITINS)

Este minicurso será ministrado com base em duas vertentes, são elas: o espaço como um objeto de construção humana, por isso histórico e a metodologia da história oral como meio para se construir uma história das cidades. Pensamos a História Oral como uma metodologia interdisciplinar em que as possibilidades no campo das humanidades são vastas. Pensar conceitos fundantes deste método como entrevista, oralidade, memória, história pública, experiência, uso de fontes orais na tessitura da ciência histórica, dentre outros, se faz necessário para uma pesquisa fundamentada em princípios éticos intrínsecos a ciência. Refletir o espaço como um elemento histórico é fundamental para desnaturalizar questões sociais como, por exemplo, déficit habitacional. Um problema secular na sociedade brasileira que se baseia em facilidade de acesso à terra (propriedade) a uma minoria e a dificuldade da maioria em acessar este direito. Neste minicurso promovemos uma reflexão sobre a construção de cidades como alterações humanas em territórios históricos e a construção de uma memória de cidades que muitas vezes representa uma minoria elitista. Através da história oral é possível pluralizar as fontes e, consequentemente, ampliar as possibilidades de memórias.

Lucius Fabius Ben Jah Jacob Gomes

Mestre em História pela Universidade Federal de Goiás (UFG)

Este minicurso tem a intenção de trabalhar estratégias de pesquisa em que a metodologia da história oral está em aliança com a problematização sobre a vida cotidiana. Isto é, trabalharemos como a captura da memória por entrevistas pode ser importante para não só problematizar, mas ao mesmo tempo descobrir detalhes sobre o passado dos nossos temas investigativos. Neste minicurso fontes documentais como fotografias, jornais e documentos urbanísticos estarão em aliança com a metodologia da história oral. Tal articulação buscará evidenciar que a história oral pode auxiliar para preencher lacunas que alguns documentos não conseguem suprir.

Natália Rita de Almeida

Mestra pelo Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Direitos Humanos pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e professora do curso de graduação em História da Universidade Estadual de Goiás (UEG), Campus Morrinhos.

A partir de análises das pesquisas desenvolvidas no âmbito do trabalho de conclusão de curso “Da catequização a educação: Uma análise da criação da Escola Indígena Maurehi” e da dissertação de mestrado “A educação através dos agogôs, atabaques e pandeiros: O samba de roda goianiense e questões de direitos humanos”, ambos os estudos tiveram como objeto de pesquisa a “educação”, a partir da oralidade de indígenas e afro-brasileiros(as). Trago a proposta de compartilhar as experiencias orais dessas populações acerca da temática, na qual a primeira dedica-se a análise da educação formal e a segunda a educação não-formal, ambas são pautas das reivindicações dos direitos humanos desses sujeitos, atores e agentes sociais. O objetivo é trazer a sensibilidade do olhar do historiador e da historiadora para pensar as populações marginalizadas na atualidade. Tendo em vista a ideia do pensador Eric Hobsbawn (1995) de que o passado, o presente e o futuro não se desvinculam, o presente é responsável pelo olhar do historiador sobre o passado e o grande promotor sobre as expectativas de futuro, assim, pensaremos a sociedade atual a partir das entrevistas e experiencias colhidas nesses dois espaços invizibilizados, a escola indígena e o samba de roda através das entrevistas orais desenvolvidas no âmbito dos trabalhos citados.

Maria Zeneide Carneiro Magalhães de Almeida

Possui pós-doutorado em Educação pela Universidade Autonóma de Madrid (UAM/Espanha), é pós-doutoranda em Educação pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), doutora em História pela Universidade de Brasília (UNB), mestre em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), professora Ajunta do Programa de Pós-graduação em Educação da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO)

Cesar Evangelista Fernandes Bressanin

Pós-doutorando em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Tocantins (UFT), doutor em Educação e mestre em História pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), técnico em Assuntos Educacionais da UFT

Apesar de marginalizada por muitos pesquisadores e programas de pós-graduação, os pressupostos teóricos e metodológicos da História Oral têm ganhado espaço no rol das pesquisas, registros e estudos da área da História da Educação. Justifica-se isso, em razão da História Oral enaltecer a vida e as obras de indivíduos ocultos ou não, por favorecer uma “outra história”, “uma contra história” ou uma “história vista de baixo” e por “colocar novos elementos à disposição dos interessados na leitura da sociedade” (MEIHY, 1996, p. 14). Assim, o minicurso “O uso da História Oral nas pesquisas em História da Educação” tem por objetivo refletir sobre a História Oral como metodologia privilegiada para as pesquisas em História da Educação e promover a capacitação básica para o uso da História Oral como metodologia privilegiada e como fonte para a produção do conhecimento e para as investigações em História da Educação. O minicurso enfatizará os limites e possibilidades do uso da História Oral para a pesquisa nesta área e abordará sobre os conceitos de entrevista, oralidade, narrativa, memória, experiência, e como eles se aplicam na produção e análise de fontes orais. Serão ensinadas técnicas de produção, arquivamento e manuseio de fontes orais e refletidos sobre os princípios éticos inerentes à produção e divulgação de fonte orais na área de História da Educação. Metodologicamente, o minicurso será apresentado de maneira expositiva-dialogada a partir da revisão de referenciais teóricos e da socialização das experiências dos proponentes com pesquisas em História da Educação no Diretório de Pesquisa “Educação, História, Memória e Cultura em diferentes espaços sociais/HISTEDBR/PPGE PUC-GO” a partir do uso da História Oral.