II CONGRESSO NACIONAL DA UERN

(re)conexões para a educação do amanhã


Há um ano, quando a COVID-19 atingiu o que se considerava o pico da curva da pandemia, a UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE – UERN realizou o I CONGRESSO NACIONAL DA UERN: saberes em desafio. O título do evento falava por si mesmo – o desafio de continuar produzindo saberes numa sociabilidade remota forçada pelas contingências da conjuntura. Hoje, a pandemia, ainda em curso, colocou a área da EDUCAÇÃO numa singular situação de enfrentamento, a curto prazo, de novos desafios.

Com a necessidade de manter os processos educativos em todo o país, e, para mitigar os prejuízos das restrições de salas de aula presenciais, o modelo foi sendo familiarizado, não sem esforços, não sem levantar dúvidas ou provocar importantes e incontornáveis debates.

Tal momento vem propiciando o (re)pensar das formas e dos formatos para realizar as atividades do cotidiano educacional e se perceber em novos espaços de aprendizagem. O objetivo macro vem sendo cumprido: dar continuidade às propostas básicas de ensino e manter o isolamento social, contribuindo-se assim tanto com o direito à educação quanto com as medidas sanitárias internacionais para conter a disseminação do vírus.

Há inúmeras contradições e perspectivas reflexivas sobre o assunto. Se por um lado tivemos, à primeira vista, oportunidade de “seguir em frente”; por outro, não podemos deixar de reconhecer que o processo não favoreceu a determinados grupos vulneráveis que não têm recursos materiais e estruturais necessários para a participação efetiva no “mundo virtual”, ou que, em situações mais graves, tinham na escola física um lugar para “amenizar a fome”. Também cabe a atenção sobre como vem sendo vivenciado o trabalho pelos educadores e educadoras, a partir das desigualdades de gênero, destacando a sobreposição de funções desempenhadas pelas mulheres em “home office”. Esses são só alguns exemplos das infinitas pautas e possibilidades do urgente (re)pensar a educação do amanhã.

O futuro que pode alinhar apropriação tecnológica com a sensibilidade de nos percebermos como sujeitos em situações heterogêneas e posicionados de formas diferentes, pede questionamentos cruciais: o que vem integrando e deve permanecer? O que devemos reexaminar? Como conectar e reconectar saberes integradores? Como superar as fragilidades diante das heterogeneidades das situações individuais ou de determinados coletivos? Quais os lugares e os limites da tecnologia?

Responder tais perguntas, e tantas outras que aparecem a cada passo dado, é se colocar em atenção tanto às demandas mais localizadas quanto aos Objetivos de Desenvolvimentos Sustentáveis – ODS propostos na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas – ONU, em especial os objetivos 03 – Saúde e Bem-Estar, 04 – Educação de Qualidade, 05 – Igualdade de Gênero, 08 – Trabalho Decente e Crescimento econômico, 10 – Redução de Desigualdades, 11 – Cidades e Comunidades Sustentáveis.

Em consonância com tais questões, a segunda edição do CONGRESSO NACIONAL DA UERN, que celebra os 53 anos da instituição, também vai ao encontro das celebrações do centenário do educador Paulo Freire, que em Angicos-RN, em 1963, deu início aos experimentos do inovador método de alfabetização de adultos, rumo para uma educação libertadora, desejo e necessidade ainda tão presentes.

Estamos diante de uma nova jornada que deve começar a ser vivida, sentida, pensada e analisada no agora. E é nesse espaço de fala e pensamento democrático que o II CONGRESSO NACIONAL DA UERN: (re)conexões para a educação do amanhã vem ser hashtag (#IICONGRESSUERN) e se propor pensar o hoje para construir um amanhã mais integrador, dialógico e plural. Eis mais desafios para os saberes.