A - FORMAS SIMBÓLICAS E ESPAÇO (2010). Texto do Relatório Técnico Final do CNPq referente ao período 2008-2010.
No âmbito da nova geografia cultural, calcada nos significados, as formas simbólicas constituem importante tema de investigação. Formas simbólicas são representações materiais e não-materiais, construídas visando dar sentido às diversas esferas da vida, vinculando-se à existência e reprodução social. Linguagem, gestos, vestimentas e obras de arte são exemplos correntes de formas simbólicas. A pesquisa que ora se encerra considera as formas simbólicas espaciais, isto é, aquelas formas simbólicas cuja existência se dá espacialmente por meio de localizações e itinerários. Dependem do espaço, mas ao mesmo tempo o qualificam. As formas simbólicas espaciais podem ser fixas e móveis. Entre as primeiras estão os templos, palácios, cemitérios, estátuas, shopping centers, parques temáticos ou uma montanha, floresta ou queda d’água. Entre as segundas estão as procissões, paradas e marchas.
Esta pesquisa considerou as formas simbólicas espaciais segundo os seguintes temas: a) Toponímias e Grafias como Marcas Identitárias; b) Monumentos, Heróis e Identidade; c) Monumentos e Identidade Religiosa; d) Conflitos de Classe e de Raça e Formas Simbólicas; e) Lugares de Memória e Formas Simbólicas; f) Shopping Centers e Parques Temáticos - Formas Simbólicas do Capitalismo Avançado.
Nas conclusões reafirma-se que “a geografia está em toda parte” e, ao mesmo tempo, a dimensão política da cultura.
B - CAMINHOS PELA GEOGRAFIA (2008). Livro inédito que contém diversos textos produzidos pelo autor a partir de 1998 e que pretende ser uma amostra de uma visão plural da Geografia.
“(...) o presente volume reúne textos distintos em termos temáticos, teóricos e metodológicos. Pois os caminhos pela geografia são numerosos, alguns assumindo a forma de árvore, enquanto outros se entrelaçam como se fossem rizomas, mas ambos estão assentados sobre um fértil terreno que é a espacialidade humana. Qual deles é o melhor caminho? A priori não há um melhor caminho, pois isto depende dos objetivos do condutor, de sua problemática, mas, sobretudo, de sua habilidade em conduzir a pesquisa. Habilidade e imaginação geográfica.
Organizados em três partes, os textos deste volume revelam uma mistura de temas e métodos. Assim, encontram-se textos sobre a teoria dos grafos, de inquestionável matriz quantitativa, sobre as formas simbólicas espaciais, calcados na geografia cultural, e outro que é uma crítica à mercantilização da produção acadêmica. Cada um deles, assim como os demais, responde a distintos questionamentos, todos, no entanto, envolvendo a complexa e variada espacialidade humana, os modos de se pensá-la e divulgar os resultados das nossas pesquisas. Se a geografia está em toda parte, como afirmou Denis Cosgrove, os caminhos para conhecê-la também estão por toda parte.”